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Os problemas do Dilúvio

Pensando em outras hipóteses para a origem da água, deparamos com um «pequeno» problema: não há água suficiente para o dilúvio! Fazendo uns cálculos muito simples vamos ver o disparate total que é esta fantasia do dilúvio global. Para ter uma ideia da quantidade de água necessária para semelhante coisa, consideremos o diâmetro da Terra no equador, 12 756.8, km e a altura do Monte Everest, 8 848 m (o Monte Ararat, onde supostamente pousou a Arca no fim do dilúvio, tem 5 151 m).

O volume de água necessário seria algo como 4.525x109 km3 ou 4 525 000 000 000 000 000 000 litros o que corresponde a uma massa de água de 4.525x1021 kilogramas. Estima-se que a quantidade de água existente na atmosfera seja uma parcela infíma deste volume e mesmo toda a água na hidrosfera terrestre, incluindo oceanos, rios, lagos e outros cursos de água, é menos de um terço deste volume.

Para além deste pequeno pormenor, é interessante notar que esta massa de água que supostamente cobriu toda a Terra durante quase um ano (desaparecendo não se sabe para onde), não teve qualquer efeito na crusta terrestre, que no entanto mostra elevação pós-glacial nos locais onde os cientistas indicam terem existido glaciares - com espessuras inferiores a esta impossível camada de água, para além de a densidade do gelo ser menor que a da água- num passado mais ou menos remoto.

A proposta de um dos pais do criacionismo «científico», Henry Morris, de que a Terra estaria rodeada por uma bolha gigantesca e invísivel de água «divina» (uma vez que desafiava todas as leis da química e da física), causa ainda mais problemas.

Admitindo que toda a água se encontrava na forma de vapor na atmosfera, a cabeça anda à roda não só com a pressão atmosférica impossível a que tal corresponderia como com o calor libertado pela condensação desta quantidade enorme de água, que tornaria impossível ter água líquida e teria certamente escaldado toda a vida na Terra. O mesmo aconteceria com uma bolha de água líquida, assim mantida por milagre, agora por conversão de energia potencial em energia cinética e posteriormente em calor por impacto com a Terra.

Por outro lado, há outra questão intrigante: admitindo por redução ao absurdo que a Terra tenha ficado coberta com uma altura de água de quase 9 km, o que teria acontecido à nossa atmosfera? A troposfera, a camada mais baixa da atmosfera, estende-se até uma altitude média de 12 km, podendo atingir 17 km nalguns pontos e reduzindo-se a sete quilómetros nos pólos. Esta camada contém cerca de 80% dos gases, do ar, da Terra. A ter existido um dilúvio destas proporções, a Terra teria perdido boa parte destes gases, e a composição (e pressão) da atmosfera terrestre ter-se-ia alterado radicalmente, muito provavelmente não permitindo vida como a conhecemos.

Os espantalhos criacionistas

De Rerum Natura




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10 comentários:

natenine disse...

É muito fácil refutar estes argumentos, incorres numa falácia que se detecta de uma forma muito simples, a análise que fazes é a uma terra pós diluvio em relação a uma terra pré-diluvio. A terra pré-dilúvio é diferente da terra pós-diluvio, e estas a considerar como se fosse igual.
É como estares a dizer que é impossível um ladrão ter roubado uma joia porque esta não está lá. Ora se não está lá é porque possivelmente já foi roubada.

Talvez este pequeno texto te elucide melhor.
http://www.criacionismo.com/
secção filosofia/teologia. "O Diluvio"

Dário Cardina Codinha disse...

Como seria, então, a Terra antes do dilúvio? Onde estaria a atmosfera?
Segundo sei, da física, um líquido evapora-se quando a pressão iguala a pressão de vapor do líquido. Ora, a pressão de vapor da água é 0, a pressão fora da atmosfera é também 0. Acontece que a água evapora expontâneamente. Onde é que as pessoas têm a cabeça? Porque a água chega até onde chegou e não 1 Km mais acima? Ou mais abaixo? Outra, a água perto de um ponto quente torna-se vapor e une-se aos elementos circundantes. A zona superficial da Terra é menos densa que a mais interna... física... os elementos mais leves ficam à superfície. Que eu saiba a água é mais leve qua a rocha, como foi a água parar abaixo desta? (vais-me dizer que foi magia? ou Deus? ou o zé das couves? ou o sr. batata? - não existe diferença nos nomes, apenas podem servir de explicação a que não as tem). A rocha à superfície é mais porosa o que leva à formação de fumarolas que, na tua teoria, aliviava a pressão e não haveria uma parede de água até à Lua.

natenine disse...

continuas com o mesmo erro. pensas que a terra pré-diluvio é igual à pós diluvio.

Dário Cardina Codinha disse...

Então diz-me qual era a diferença. Será que a água não evaporava antes? A pressão de vapor da água era diferente? Ou o espaço tinha pressão diferente? Como foram criaos os peixinhos se a água estava por baixo da Terra?

natenine disse...

repara, estamos a falar de uma catástrofe global. Sei que existiam muitas diferenças, o mundo pré-dilúvio não tinha nada a ver com o pós dilúvio. Creio que havia um único clima em toda a terra, já existia água, mas até então nunca tinha chovido, podemos ir muito profundo, mas não é a minha área, posso-te arranjar alguns textos.
Só quer que entendas que o mundo sofreu uma grande transformação com dilúvio e como tal não podemos compará-lo de uma forma directa com o mundo em que vivemos hoje. Imagina uma catástrofe tipo chernobyl, antes e depois da catástrofe, não podemos fazer comparações sem ter em conta as alterações.

Dário Cardina Codinha disse...

Eu já li esses textos. Leio todos os prós e os contras. Como podia haver um clima em toda a Terra se esta está inclinada de modo a haver 4 estações?
O "know how" não existe.

natenine disse...

Acredito que sim, não digo de forma totalmente convicta.
Mas quanto a essa questão eu refiro-me também a um só continente, e a factores que levavam a um clima muito equilibrado nessa zona, dos quais uma outra camada protectora da terra, etc.

Dário Cardina Codinha disse...

Porque não pode ter sido um meteoro? Um meteoro podia muito bem ter feito tsunamis. Agora uma racha na crosta que libesta água em pressão... enfim, só na ficção científica. A água que se escapa para o espaço perde-se. Falta também saber o porque da crosta abrir, o porque de ter sido naquela altura, e também um dado muito importante. Se havia assim tanta água no subsolo havia também um gigantgesco espaço... espaço esse que não existe. Se existisse tal espaço não se auto-sustentava com o próprio peso.

natenine disse...

Atenção que a água também caiu do céu. Agora o que eu alertei, e é o que eu quero que fique bem claro, é que não podemos fazer cálculos com base no mundo de hoje, em relação ao mundo antigo, quando temos como presuposto o acontecimento de uma grande catástrofe, capaz de efectuar grandes transformações na terra.
Tenho dito.

Dário Cardina Codinha disse...

Quer a Terra tenha sido igual ou diferente não creio que a presão de vapor da água, a gravidade ou a pressão do espaço fosse diferente. Os dados físicos são os dados que se usam para os cálculos e são iguais.

09/11/2007

Os problemas do Dilúvio

Pensando em outras hipóteses para a origem da água, deparamos com um «pequeno» problema: não há água suficiente para o dilúvio! Fazendo uns cálculos muito simples vamos ver o disparate total que é esta fantasia do dilúvio global. Para ter uma ideia da quantidade de água necessária para semelhante coisa, consideremos o diâmetro da Terra no equador, 12 756.8, km e a altura do Monte Everest, 8 848 m (o Monte Ararat, onde supostamente pousou a Arca no fim do dilúvio, tem 5 151 m).

O volume de água necessário seria algo como 4.525x109 km3 ou 4 525 000 000 000 000 000 000 litros o que corresponde a uma massa de água de 4.525x1021 kilogramas. Estima-se que a quantidade de água existente na atmosfera seja uma parcela infíma deste volume e mesmo toda a água na hidrosfera terrestre, incluindo oceanos, rios, lagos e outros cursos de água, é menos de um terço deste volume.

Para além deste pequeno pormenor, é interessante notar que esta massa de água que supostamente cobriu toda a Terra durante quase um ano (desaparecendo não se sabe para onde), não teve qualquer efeito na crusta terrestre, que no entanto mostra elevação pós-glacial nos locais onde os cientistas indicam terem existido glaciares - com espessuras inferiores a esta impossível camada de água, para além de a densidade do gelo ser menor que a da água- num passado mais ou menos remoto.

A proposta de um dos pais do criacionismo «científico», Henry Morris, de que a Terra estaria rodeada por uma bolha gigantesca e invísivel de água «divina» (uma vez que desafiava todas as leis da química e da física), causa ainda mais problemas.

Admitindo que toda a água se encontrava na forma de vapor na atmosfera, a cabeça anda à roda não só com a pressão atmosférica impossível a que tal corresponderia como com o calor libertado pela condensação desta quantidade enorme de água, que tornaria impossível ter água líquida e teria certamente escaldado toda a vida na Terra. O mesmo aconteceria com uma bolha de água líquida, assim mantida por milagre, agora por conversão de energia potencial em energia cinética e posteriormente em calor por impacto com a Terra.

Por outro lado, há outra questão intrigante: admitindo por redução ao absurdo que a Terra tenha ficado coberta com uma altura de água de quase 9 km, o que teria acontecido à nossa atmosfera? A troposfera, a camada mais baixa da atmosfera, estende-se até uma altitude média de 12 km, podendo atingir 17 km nalguns pontos e reduzindo-se a sete quilómetros nos pólos. Esta camada contém cerca de 80% dos gases, do ar, da Terra. A ter existido um dilúvio destas proporções, a Terra teria perdido boa parte destes gases, e a composição (e pressão) da atmosfera terrestre ter-se-ia alterado radicalmente, muito provavelmente não permitindo vida como a conhecemos.

Os espantalhos criacionistas

De Rerum Natura



10 comentários:

natenine disse...

É muito fácil refutar estes argumentos, incorres numa falácia que se detecta de uma forma muito simples, a análise que fazes é a uma terra pós diluvio em relação a uma terra pré-diluvio. A terra pré-dilúvio é diferente da terra pós-diluvio, e estas a considerar como se fosse igual.
É como estares a dizer que é impossível um ladrão ter roubado uma joia porque esta não está lá. Ora se não está lá é porque possivelmente já foi roubada.

Talvez este pequeno texto te elucide melhor.
http://www.criacionismo.com/
secção filosofia/teologia. "O Diluvio"

Dário Cardina Codinha disse...

Como seria, então, a Terra antes do dilúvio? Onde estaria a atmosfera?
Segundo sei, da física, um líquido evapora-se quando a pressão iguala a pressão de vapor do líquido. Ora, a pressão de vapor da água é 0, a pressão fora da atmosfera é também 0. Acontece que a água evapora expontâneamente. Onde é que as pessoas têm a cabeça? Porque a água chega até onde chegou e não 1 Km mais acima? Ou mais abaixo? Outra, a água perto de um ponto quente torna-se vapor e une-se aos elementos circundantes. A zona superficial da Terra é menos densa que a mais interna... física... os elementos mais leves ficam à superfície. Que eu saiba a água é mais leve qua a rocha, como foi a água parar abaixo desta? (vais-me dizer que foi magia? ou Deus? ou o zé das couves? ou o sr. batata? - não existe diferença nos nomes, apenas podem servir de explicação a que não as tem). A rocha à superfície é mais porosa o que leva à formação de fumarolas que, na tua teoria, aliviava a pressão e não haveria uma parede de água até à Lua.

natenine disse...

continuas com o mesmo erro. pensas que a terra pré-diluvio é igual à pós diluvio.

Dário Cardina Codinha disse...

Então diz-me qual era a diferença. Será que a água não evaporava antes? A pressão de vapor da água era diferente? Ou o espaço tinha pressão diferente? Como foram criaos os peixinhos se a água estava por baixo da Terra?

natenine disse...

repara, estamos a falar de uma catástrofe global. Sei que existiam muitas diferenças, o mundo pré-dilúvio não tinha nada a ver com o pós dilúvio. Creio que havia um único clima em toda a terra, já existia água, mas até então nunca tinha chovido, podemos ir muito profundo, mas não é a minha área, posso-te arranjar alguns textos.
Só quer que entendas que o mundo sofreu uma grande transformação com dilúvio e como tal não podemos compará-lo de uma forma directa com o mundo em que vivemos hoje. Imagina uma catástrofe tipo chernobyl, antes e depois da catástrofe, não podemos fazer comparações sem ter em conta as alterações.

Dário Cardina Codinha disse...

Eu já li esses textos. Leio todos os prós e os contras. Como podia haver um clima em toda a Terra se esta está inclinada de modo a haver 4 estações?
O "know how" não existe.

natenine disse...

Acredito que sim, não digo de forma totalmente convicta.
Mas quanto a essa questão eu refiro-me também a um só continente, e a factores que levavam a um clima muito equilibrado nessa zona, dos quais uma outra camada protectora da terra, etc.

Dário Cardina Codinha disse...

Porque não pode ter sido um meteoro? Um meteoro podia muito bem ter feito tsunamis. Agora uma racha na crosta que libesta água em pressão... enfim, só na ficção científica. A água que se escapa para o espaço perde-se. Falta também saber o porque da crosta abrir, o porque de ter sido naquela altura, e também um dado muito importante. Se havia assim tanta água no subsolo havia também um gigantgesco espaço... espaço esse que não existe. Se existisse tal espaço não se auto-sustentava com o próprio peso.

natenine disse...

Atenção que a água também caiu do céu. Agora o que eu alertei, e é o que eu quero que fique bem claro, é que não podemos fazer cálculos com base no mundo de hoje, em relação ao mundo antigo, quando temos como presuposto o acontecimento de uma grande catástrofe, capaz de efectuar grandes transformações na terra.
Tenho dito.

Dário Cardina Codinha disse...

Quer a Terra tenha sido igual ou diferente não creio que a presão de vapor da água, a gravidade ou a pressão do espaço fosse diferente. Os dados físicos são os dados que se usam para os cálculos e são iguais.

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