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O Início do Universo: I - A Expansão


Há um século o Universo era imutável, eterno e era constituído apenas pela nossa galáxia. Actualmente, e devido aos novos instrumentos, já tem 13,7 mil milhões de anos, milhões de galáxias e de estrelas, é mutável e poderá ser, ou não eterno.

Conseguimos chegar ao tempo de 10-34 segundos. Daí para trás estamos sujeitos a especulação. Chegámos, por evidências observáveis, e não só, a uma zona comum de onde vêm as galáxias e a uma aceleração da expansão do universo.

Hubble, em 1924, com um telescópio de 2,5 metros aumentou o nosso Universo numa escala de 100 mil milhões. A lei de Hubble nasceu com as observações do astrónomo e com base nela podemos aferir um Big Bang.

Posteriormente a Relatividade Geral refere que tecido do Universo se expande e arrasta consigo as galáxias, e a luz, criando o efeito redshift.

O grau redshift indica a expansão do Universo. Assim, quanto maior o redshift maior a expansão. Actualmente o maior redshift detectado é de 8, de uma época em que o Universo tinha 1/9 do seu tamanho. “O Telescópio Espacial Hubble e os Telescópios Keck, de 10 metros, em Mauna Kea, (…) nos levaram a (…) poucos [milhares de milhões] de anos após Big Bang [(ABB)]”. E o Telescópio Espacial James Webb e o Alma levar-nos-ão até ao tempo do nascimento das primeiras galáxias.

As simulações indicam que o Universo com 100 milhões de anos continha 5 partes de matéria escura para cada de hidrogénio e hélio. Havia zonas um pouco mais densas que outras, que se expandiram mais lentamente e amplificaram. Estas zonas começaram a colapsar com uma densidade de cerca de 1 milhão de massas solares. Estas foram as primeiras estrelas, muito massivas e com vida curta. Os primeiros elementos pesados foram sintetizados por estes sóis.

A prova destas primeiras estrelas será a captação da radiação das nuvens de hidrogénio primordial com um elevado grau de redshift. A captação estará a cargo de um conjunto de antenas rádio dispostas numa área de 1km2.

Fonte: Scientific American, Turner, Michael, “Origem do Universo”
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Rápidas: Buracos Negros Gigantes Destróem Galáxia e Eles Próprios



O enorme poder dos buracos negros gigantes é revelado. Estas estruturas devoradoras roubam todo o gás da sua galáxia e impedem a formação de novas estrelas, deixando apenas as gigantes vermelhas (as mais rápidas a formar). A falta de matéria-prima para a formação de estrelas leva à extinção da galáxia.
Astrónomos britânicos utilizaram o telescópio espacial Hubble e o telescópio Chandra para rastrear raios X, a radiação que os buracos negros emitem e, pela qual são detectáveis.
Os buracos negros gigantes emitem uma quantidade imensa de radiação, tanta que a emissão de raios X destes buracos negros é superior à de todos os restantes corpos da galáxia juntos.
O seu disco de acreção emite desde as ondas rádio até aos raios gama, uma gama bastante alargada de energia. O disco acelera os gases aquecendo-os e lançando-os para fora do centro da galáxia. Os gases aí, podem arrefecer e formar novas estrelas. No entanto esse arrefecimento demora tanto tempo que não é possível a formação de novas estruturas solares.
Aqui repara-se na segunda forma de suicídio do buraco negro. Para além de não deixar formar novas estruturas e “matar” a galáxia, também ele acaba por deixar de ter “alimento” porque lança os gases para longe do centro da galáxia. Isto leva à extinção não só da galáxia como também no próprio buraco negro.
As galáxias maciças, onde se encontram estes buracos negros são raras, embora esses buracos negros produzam a maior parte dos raios X do Universo.

Fonte:
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TOP100 do Milénio!


O blog AstroPT fez 3 anos no dia 21 deste mês. E presenteou-nos com um top100 dos posts mais populares de sempre no site. Podem aceder ao top100.

No dia do terceiro aniversário o site contou com o recorde de 5234 visitas!

Neste TOP estão notícias como o fim do mundo em 2012 (que está em 1º lugar com mais de 20 mil visitas) , extra-terrestres, exploração espacial, várias notícias sobre as estações do ano, planetas extra-solares, o tamanho do Universo, escalas cósmicas... enfim, uma panóplia de temas a explorar e divulgar.

Nos artigos referentes ao tema que está em 1º lugar pode-se ler alguns dos artigos do autor deste blog:

Negócio das Conspirações – Quem se quer Salvar?

Podem ainda ler dois excelentes artigos do ROCA:

O Medo da Ciência Vai-nos Matar!

 Há mais terremotos na Terra? Não! Há mais pessoas morando em áreas de alto risco!

 E também do Carlos Oliveira:

LHC vai acabar com o mundo em 2012!

Calendário Maia

Há que dar os parabéns a toda a equipa do AstroPT que nestes três anos tem crescido, evoluído fazendo também crescer a informação científica em Portugal (e não só!).

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Canal C - Incoerência na Correcção de Testes


Desta vez é Química-Física, uma cadeira complicada, mas não foi muito complicado desfazer a incoerência, ou aldrabice de correcções de testes.

1-

Ora reparem nesta correcção, havia duas respostas a assinalar, no entanto só uma foi assinalada. Havia penalização de 0,2 valores. Fazendo as contas, reparei que não foi retirada a penalização da nota final. Assim sendo a aluna (amiga do professor??) teve 17,67 = 18, em vez de 17,47=17. Subiu um valor. Curioso não?

2-

Ora vejam este exemplo: A resposta certa neste teste é a "e - A reacção é espontânea independentemente da temperatura". 

Por magia, num outro teste, a resposta certa passa a ser "b - a reacção não é espontânea a nenhuma temperatura". Pode haver a desculpa de ambas quererem dizer a mesma coisa, o que me faz querer enviar o autor para o algum sítio pois há uma grande falta de senso em pedir "seleccione uma resposta". Será que foi um(a) aluno(a) querido(a) que seleccionou uma errada e ele colocou certo? Poderá ser. Só resta saber o preço disso.

3- 

E esta? Neste teste há 2 respostas correctas, quando só uma é possível. É para o caso do aluno(a) se enganar?

Enfim, mais um caso investigado na Universidade Nova. Mais uma tramóia, ou calotice. Como se pode reparar há alunos sortudos (pagantes) que passam com respostas erradas, e há aqueles que têm respostas correctas e não podem passar pois não efectuaram qualquer pagamento.
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Canal C - O Caso da Estrutura

 
Um trabalho de Biologia... de mais de 100 páginas.

Começando com o trabalho "bom":

Apresenta uma série de pontos em cada tipo de animal estudado durante as aulas. Esses pontos são:
1 - Caracteres Diagnosticantes
2 - Anatomia/morfologia
3 - Alimentação/digestão
4 - Locomoção
5 - Sistema Circulatório
6 - Sistema Nervoso
7 - Sistema Respiratório/Excretório
8 - Reprodução/desenvolvimento
9 - Habitat
10 - Ecologia
11 - Classes
   11.1 - Sistemática
   11.2 - Caracteristicas
   11.3 - Distribuição geográfica
   11.4 - Reprodução
   11.5 - Imagem
   11.6 - Localização
   11.7 - Adaptações

O trabalho terá de referir estes pontos, esta é a estrutura do trabalho. Certo? Certo. Então vamos ver os dois trabalhos que tiveram uma GRANDE discrepância de notas: o Trabalho T e o D
Estranhamente o D (em baixo) mostra os mesmos pontos.

De seguida iremos ver os pontos de Alimentação, locomoção, Sistema circulatório, nervoso e a respiração.
O trabalho T tem isto:


O trabalho D vem assim
Falta, no D, a Locomoção e os sistemas circulatório e o nervoso. E porquê? Está incompleto? Não. Simplesmente o que o organismo não tem não se coloca.

Agora na parte das classes:
O trabalho T está assim

O D vem assim
Como se pode ver, os pontos estão nos dois trabalhos. Face às críticas, que foram referentes apenas à estrutura do trabalho, como se justifica então a diferença de 8 valores. 
Sim, 8 VALORES!!! COMO???
Como é possível avaliar dois trabalho idênticos (porque estão bem feitos) desta forma tão anti-ética e sem profissionalismo. É preciso saber o que se passa com alguns professores da Universidade Nova de Lisboa, neste caso (porque há mais) os de Biologia Animal.

Esta palhaçada tem de acabar e os casos a serem mostrados.

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Rápidas: Coincidência? Talvez Não


Um post meu no AstroPT, intitulado Misteriosa Ligação entre Eurostar e Eyjafjallajökull dá pistas para uma eventual ligação conspiratória entre o HAARP (misteriosa máquina que faz todo o tipo de desastres onde queremos) e os comboios Eurostar para esta ter lucro gigantescos.

Demonstrei que, com qualquer evento, se pode criar uma conspiração. Basta querer. Os conspiradores que andam na NET tratam de divulgar a mensagem, ajudando a deturpá-la mais. Esta gente serve apenas para isso, são pessoas com muito tempo livre (e também volume encefálico a mais livre) e, assim, pegam numa mensagem de conspiração (que tem as suas próprias características, bastante apelativas à leitura), mesmo sem bases sólidas e sem fontes credíveis e passam a mensagem. Com sorte ainda a aldrabam mais um pouco.
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Rápidas: O Vulcão Eyjafjallajökull



O vulcão Eyjafjallajökull na Islândia expeliu uma vasta nuvem de cinzas e vapor através do Atlântico Norte. Eyjafjallajökull (ou Eyjafjöll) é um estratovulcão com uma altitude de 1.666 metros. “A erupção abriu uma fissura de 500 metros e também produziu rios de lava que construíram várias colinas de rochas compostas de bolhas de lava (escória) ao longo do seu respiradouro.”. (Etenros Apredizes)

A sua erupção levou ao corte do espaço aéreo do Reino Unido, Irlanda, França e Escandinávia. “A grande massa de partículas rochosas concentrou-se primeiramente na Escandinávia mas alastrou-se a outros países como o Reino, Unido e Canadá.”(Quarks e Gluões). Ao subir 11km apanham a jet stream e viajam na direção leste-sudeste.

"O dispositivo Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer (MODIS) da NASA do satélite Terra captou a imagem a 15 de abril de 2010.

As plumas voam passando pelas Ilhas Faroe e arqueiam ligeiramente em direção do norte, nas proximidades das ilhas Shetland. A cor bege da pluma indica um teor de cinzas bastante elevado.”. (Etenros Apredizes)

A cinza vulcânica é formada por partículas pequenas de rocha que, quando sugadas pelos reactores do avião podem causar uma falha grave nos motores. Contudo, “os radares que monitoram o tempo em uma aeronave não pode localizar estas cinzas.”. (Etenros Apredizes)

David Learnout, especialista em aviação do site Flight Global.com explica que:
"Mesmo que a turbina volte a funcionar, ela perde sua eficiência e passa a gastar muito mais combustível", explicou. "A companhia aérea tem que simplesmente jogar fora esses motores danificados. E o motor responde por um terço do custo de uma aeronave." (Inovação Tecnológica)
De facto, como refere o blog AstroPT “O mundo parece virado do avesso”. Parece-nos que há mais terramotos, vulcões, cheias, etc… Parece que tudo está a acontecer ao mesmo tempo em todo o lado. “O que se passa é que agora estamos a ser mais afectados pelos problemas.”.

Podem ler este post muito bom que nos dá a real perspectiva do porquê de termos esta percepção.
A lista de discussão do AstroPT tem havido uma discussão sobre o assunto aqui, aqui, e aqui. 
Uma coisa curiosa é que quem está por baixo da nuvem de cinzas poderá assistir a um pôr-do-sol vermelho
Podem ler  mais aqui. E ver uma animação aqui.

Aqui podem  ver uma imagem que mostra as temperaturas em torno do vulcão e na zona onde está a nuvem de cinzas.
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Negócio das Conspirações - Quem se Quer Salvar?


No blog AtroPT coloquei um post sobre o negócio das conspirações.

O programa da Antena3, WWW, por Maria João Alves faz uma referência ao negócio de bunkers por causa do suposto final do mundo em 2012.

Parece que há muita gente que mete medo – a quem tem medo destas coisas - e depois vende lugares seguros.
 
Cuidado com a desinformação na internet e com as teorias da conspiração, da qual destaco algumas com, curiosamente, os mesmo alvos da conspiração e os mesmos conspiradores.

Como se pode ver, são coisas que metem medo a quem é muito frágil (de cabeça). Após o medo as pessoas querem-se refugiar. O truque é espalhar a (des)informação (não é preciso detalhes correctos, nem detalhes sequer, porque ninguém vai questionar) e esperar que se generalize esse medo. Depois é criar qualquer coisa que dê para vender e… tcharam!!! Negócio feito!
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Diferenças entre Métodos II

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Diferenças entre Métodos

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A Origem da Vida na Terra IV - A Formação da Vida



Para reproduzir, uma protocélula tem de crescer, duplicar o seu conteúdo genético e, por fim, dividir-se. As experiências mostram que as vesículas primitivas podem crescer de duas formas:
1- Prie Luigi Luisi, na década de 90 adicionou ácidos gordos à água ao redor dessas vesículas. As membranas incorporaram os ácidos gordos (como já se tinha predito atrás) e aumentaram a área de superfície. Ou seja, o volume aumentou.
2- Irene Chen, mostrou que as protocélulas cheias de RNA incharam. “As membranas inchadas foram submetidas à tensão que provocou crescimento. (…) as vesículas inchadas cresceram ao sequestrar ácidos gordos das vesículas relaxadas vizinhas, que encolheram”
Em 2008 Ting Zhu observou o crescimento de protocélulas após alimentá-las com ácidos gordos. Surpreendentemente as vesículas produziram filamentos, que foram crescendo e que transformaram toda a vesícula num tubo fino e instável a movimentações. Facilmente se quebrava em muitas protocélulas filhas que cresciam e repetiam todo o ciclo.
As protocélulas teriam ainda de evoluir, de separar as cadeias de RNA para que cada uma servisse de molde à polimerização de outra nova cadeia.
Tal evento poderia ter ocorrido em zonas vulcânicas, com a ajuda de correntes de convecção. “As protocélulas (…) ficariam expostas a ondas súbitas de calor ao passar perto das rochas quentes (…) [que] faria com que uma hélice dupla se separasse em cadeias simples”. Nas regiões frias a dupla hélice retomava a sua estrutura original.
Em algum tempo surgiam mutações, tornando-se ribozimas que aumentariam a velocidade de replicação do RNA (como descrito acima), originando uma vantagem adaptativa. Posteriormente as ribozimas começariam a copiar o RNA sem ajuda externa.


Fonte:
A. Ricardo e J.W. Szostak, "Origem da Vida na Terra",  Scientific American, Outubro 2009
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A Origem da Vida na Terra III - Estabilidade e Replicação



O último passo é a polimerização, a junção de vários nucleótidos de forma a formar uma cadeia de RNA. Os investigadores conseguiram, com a adição de substâncias químicas formar espontaneamente cadeias de 2 a 40 nucleótidos de RNA. Jim Ferris nos anos 90 demonstrou que os argilominerais aumentam o rendimento para 50 nucleótidos.
Outro desafio é a replicação. Esta característica é essencial para um organismo e são a enzimas a realizar esse processo. Contudo, como já foi referido, o RNA pode realizar essa tarefa. David Bartel fez ribozimas “evoluírem”.
“A cada rodada de replicação, algumas das novas linhagens de RNA sofriam mutações que as transformavam em catalisadores mais eficientes, e mais uma vez nós as seleccionamos para a próxima rodada de replicação. (…) fomos capazes de produzir ribozimas que podem catalisar a cópia de fitas relativamente pequenas de DNA”(Alonso Ricardo e Jack W. Szostak).
Tracey Lincoln e Gerald Joyce construíram duas ribozimas de RNA evoluírem. Conseguiram com que fizessem cópias delas próprias. Contudo necessitaram de juntar sequências pré-existentes de RNA para que a reacção tivesse sucesso. O processo catalítico, de construir uma cadeia de RNA ou DNA a partir de um molde fornecido é demorado. Mas ao trocar o par oxigénio-hidrogénio por um grupo amina no açúcar (equivalente a uma mutação) torna a polimerização muito mais rápida.
Como é que os componentes celulares arcaicos se juntaram no interior de uma membrana para formar as protocélulas? Uma célula tem estruturas proteicas que reparam a membrana e fornecem à célula uma concentração osmótica suficiente para viver. Então, como é que uma protocélula, sem a maquinaria proteica o pode fazer?
Estudos da década de 70 mostram como é que as membranas se juntavam de forma espontânea a partir de ácidos gordos, mas eram uma barreira para a entrada de nucleótidos. Mas, mesmo com esta barreira, os nucleótidos e outras moléculas podem “escorregar” através da membrana. Isto em membranas simples.
Uma simples experiência comprova-o: “preparámos vesículas feitas com ácidos gordos contendo um pequeno pedaço de uma cadeia simples de DNA (…) [para servir de] molde (…) [e] expusemos essas vesículas a versões quimicamente reactivas desses nucleótidos. Os nucleótidos cruzaram a membrana de forma espontânea (…), se alinharam com a cadeia de DNA e reagiram um com o outro para gerar uma fita complementar”

Fonte:
A. Ricardo e J.W. Szostak, "Origem da Vida na Terra",  Scientific American, Outubro 2009
 
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A Origem da Vida na Terra II - Espontaneidade



O RNA e DNA são compostos por bases azotadas, um açúcar e um grupo fosfato. As bases azotadas podem surgir de espontaneamente a partir de cianeto, acetileno e água. Os açúcares também se formam facilmente a partir de uma solução alcalina de formaldeído aquecida. Estes compostos estavam todos presentes na terra primitiva. Contudo há um problema: a ribose é instável em soluções alcalinas. Como é que se estabilizou? Alonso Ricardo demonstrou formas de estabilização da ribose.
O fosfato, o terceiro componente é um problema. “Está presente em minerais que não se dissolvem facilmente na água. As altas temperaturas (…) podem converter os minerais (…) em formas solúveis de fosfato, mas as quantidades [de fosfato] são pequenas” Um mineral diferente destes é a schreibersita, encontrado em meteoritos.
Matthew Pasek e Dante Lauretta descobriram que a corrosão deste mineral “liberta fósforo de uma forma mais solúvel na água do que o fosfato e é mais reactiva com compostos orgânicos”
Embora possam ser formados de forma espontânea na água ainda não foi explicado como podem, estes três componentes (Fosfato, açúcar e base azotada), formar nucleótidos (unidades de RNA) espontaneamente. O nucleótidos precisam de energia para se organizarem.
John Sutherland sugeriu como ocorreu a formação dos nucleótidos de forma estável. A equipa juntou as bases azotadas e a ribose com o fosfato. Ou seja, em vez de o fosfato entrar mais tarde, ele foi misturado na reacção ao mesmo tempo. Desta forma o fosfato agiu como catalisador e produziu 2-amino-oxazol – fragmento de açúcar com outro de base azotada.
Esta molécula resultante é estável e volátil e é provável que se tenha formado nessas reacções. Terá evaporado com a água e condensou noutro local, onde se terá acumulado. Numa determinada concentração e com os componentes necessários ocorre a formação das bases azotadas e do açúcar ligados.
Nem sempre a junção destes componentes é correcta, mas a exposição à radiação UV destrói os nucleótidos “incorrectos”.
Fonte:
A. Ricardo e J.W. Szostak, "Origem da Vida na Terra",  Scientific American, Outubro 2009
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A Origem da Vida na Terra I - A Origem do RNA



É difícil imaginar como as enzimas se formaram espontaneamente de forma a ser um tijolo no aparecimento das primeiras formas de vida, há aproximadamente 3,7 mil milhões de anos. Em condições ideais os aminoácidos surgem facilmente, como demonstrado por Stanley Miller. Agora há que transformar esses aminoácidos em proteínas espontaneamente.
Existe um paradoxo nesta história: precisamos de proteínas para construir proteínas. O DNA precisa que proteínas se acoplem à estrutura para que possa ser transcrita para RNA e daí outras proteínas permitem a tradução para aminoácidos, que constroem proteínas.
Então e se os primeiros organismos não precisassem de proteínas? Primeiro é preciso demonstrar que RNA e DNA se possam formar espontaneamente. E sim, podem formar-se de forma espontânea. E mais, podem enrolar-se de forma a actuar como catalisadores (em vez de usar proteínas). Desta forma são capazes de se replicar sem necessitarem de proteínas. Assim, pensa-se que as primeiras formas de vida tenham sido membranas de ácidos gordos que aprisionaram água em conjunto com o RNA replicante. O próximo passo foram as mutações, que impulsionaram a evolução destas formas permitindo a sua adaptação.
O RNA apareceu em primeiro lugar. O DNA terá aparecido posteriormente como uma forma mais permanente de armazenamento devido à sua estabilidade, superior à do RNA.
As unidades de tradução de RNA para proteína são formadas, elas próprias, por RNA e por proteínas. Esse RNA presente nos ribossomas são evidências fósseis de um passado em que o RNA catalisava a sua própria replicação.




Fonte:
A. Ricardo e J.W. Szostak, "Origem da Vida na Terra",  Scientific American, Outubro 2009
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29/04/2010

O Início do Universo: I - A Expansão


Há um século o Universo era imutável, eterno e era constituído apenas pela nossa galáxia. Actualmente, e devido aos novos instrumentos, já tem 13,7 mil milhões de anos, milhões de galáxias e de estrelas, é mutável e poderá ser, ou não eterno.

Conseguimos chegar ao tempo de 10-34 segundos. Daí para trás estamos sujeitos a especulação. Chegámos, por evidências observáveis, e não só, a uma zona comum de onde vêm as galáxias e a uma aceleração da expansão do universo.

Hubble, em 1924, com um telescópio de 2,5 metros aumentou o nosso Universo numa escala de 100 mil milhões. A lei de Hubble nasceu com as observações do astrónomo e com base nela podemos aferir um Big Bang.

Posteriormente a Relatividade Geral refere que tecido do Universo se expande e arrasta consigo as galáxias, e a luz, criando o efeito redshift.

O grau redshift indica a expansão do Universo. Assim, quanto maior o redshift maior a expansão. Actualmente o maior redshift detectado é de 8, de uma época em que o Universo tinha 1/9 do seu tamanho. “O Telescópio Espacial Hubble e os Telescópios Keck, de 10 metros, em Mauna Kea, (…) nos levaram a (…) poucos [milhares de milhões] de anos após Big Bang [(ABB)]”. E o Telescópio Espacial James Webb e o Alma levar-nos-ão até ao tempo do nascimento das primeiras galáxias.

As simulações indicam que o Universo com 100 milhões de anos continha 5 partes de matéria escura para cada de hidrogénio e hélio. Havia zonas um pouco mais densas que outras, que se expandiram mais lentamente e amplificaram. Estas zonas começaram a colapsar com uma densidade de cerca de 1 milhão de massas solares. Estas foram as primeiras estrelas, muito massivas e com vida curta. Os primeiros elementos pesados foram sintetizados por estes sóis.

A prova destas primeiras estrelas será a captação da radiação das nuvens de hidrogénio primordial com um elevado grau de redshift. A captação estará a cargo de um conjunto de antenas rádio dispostas numa área de 1km2.

Fonte: Scientific American, Turner, Michael, “Origem do Universo”

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22/04/2010

Rápidas: Buracos Negros Gigantes Destróem Galáxia e Eles Próprios



O enorme poder dos buracos negros gigantes é revelado. Estas estruturas devoradoras roubam todo o gás da sua galáxia e impedem a formação de novas estrelas, deixando apenas as gigantes vermelhas (as mais rápidas a formar). A falta de matéria-prima para a formação de estrelas leva à extinção da galáxia.
Astrónomos britânicos utilizaram o telescópio espacial Hubble e o telescópio Chandra para rastrear raios X, a radiação que os buracos negros emitem e, pela qual são detectáveis.
Os buracos negros gigantes emitem uma quantidade imensa de radiação, tanta que a emissão de raios X destes buracos negros é superior à de todos os restantes corpos da galáxia juntos.
O seu disco de acreção emite desde as ondas rádio até aos raios gama, uma gama bastante alargada de energia. O disco acelera os gases aquecendo-os e lançando-os para fora do centro da galáxia. Os gases aí, podem arrefecer e formar novas estrelas. No entanto esse arrefecimento demora tanto tempo que não é possível a formação de novas estruturas solares.
Aqui repara-se na segunda forma de suicídio do buraco negro. Para além de não deixar formar novas estruturas e “matar” a galáxia, também ele acaba por deixar de ter “alimento” porque lança os gases para longe do centro da galáxia. Isto leva à extinção não só da galáxia como também no próprio buraco negro.
As galáxias maciças, onde se encontram estes buracos negros são raras, embora esses buracos negros produzam a maior parte dos raios X do Universo.

Fonte:

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TOP100 do Milénio!


O blog AstroPT fez 3 anos no dia 21 deste mês. E presenteou-nos com um top100 dos posts mais populares de sempre no site. Podem aceder ao top100.

No dia do terceiro aniversário o site contou com o recorde de 5234 visitas!

Neste TOP estão notícias como o fim do mundo em 2012 (que está em 1º lugar com mais de 20 mil visitas) , extra-terrestres, exploração espacial, várias notícias sobre as estações do ano, planetas extra-solares, o tamanho do Universo, escalas cósmicas... enfim, uma panóplia de temas a explorar e divulgar.

Nos artigos referentes ao tema que está em 1º lugar pode-se ler alguns dos artigos do autor deste blog:

Negócio das Conspirações – Quem se quer Salvar?

Podem ainda ler dois excelentes artigos do ROCA:

O Medo da Ciência Vai-nos Matar!

 Há mais terremotos na Terra? Não! Há mais pessoas morando em áreas de alto risco!

 E também do Carlos Oliveira:

LHC vai acabar com o mundo em 2012!

Calendário Maia

Há que dar os parabéns a toda a equipa do AstroPT que nestes três anos tem crescido, evoluído fazendo também crescer a informação científica em Portugal (e não só!).

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19/04/2010

Canal C - Incoerência na Correcção de Testes


Desta vez é Química-Física, uma cadeira complicada, mas não foi muito complicado desfazer a incoerência, ou aldrabice de correcções de testes.

1-

Ora reparem nesta correcção, havia duas respostas a assinalar, no entanto só uma foi assinalada. Havia penalização de 0,2 valores. Fazendo as contas, reparei que não foi retirada a penalização da nota final. Assim sendo a aluna (amiga do professor??) teve 17,67 = 18, em vez de 17,47=17. Subiu um valor. Curioso não?

2-

Ora vejam este exemplo: A resposta certa neste teste é a "e - A reacção é espontânea independentemente da temperatura". 

Por magia, num outro teste, a resposta certa passa a ser "b - a reacção não é espontânea a nenhuma temperatura". Pode haver a desculpa de ambas quererem dizer a mesma coisa, o que me faz querer enviar o autor para o algum sítio pois há uma grande falta de senso em pedir "seleccione uma resposta". Será que foi um(a) aluno(a) querido(a) que seleccionou uma errada e ele colocou certo? Poderá ser. Só resta saber o preço disso.

3- 

E esta? Neste teste há 2 respostas correctas, quando só uma é possível. É para o caso do aluno(a) se enganar?

Enfim, mais um caso investigado na Universidade Nova. Mais uma tramóia, ou calotice. Como se pode reparar há alunos sortudos (pagantes) que passam com respostas erradas, e há aqueles que têm respostas correctas e não podem passar pois não efectuaram qualquer pagamento.

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Canal C - O Caso da Estrutura

 
Um trabalho de Biologia... de mais de 100 páginas.

Começando com o trabalho "bom":

Apresenta uma série de pontos em cada tipo de animal estudado durante as aulas. Esses pontos são:
1 - Caracteres Diagnosticantes
2 - Anatomia/morfologia
3 - Alimentação/digestão
4 - Locomoção
5 - Sistema Circulatório
6 - Sistema Nervoso
7 - Sistema Respiratório/Excretório
8 - Reprodução/desenvolvimento
9 - Habitat
10 - Ecologia
11 - Classes
   11.1 - Sistemática
   11.2 - Caracteristicas
   11.3 - Distribuição geográfica
   11.4 - Reprodução
   11.5 - Imagem
   11.6 - Localização
   11.7 - Adaptações

O trabalho terá de referir estes pontos, esta é a estrutura do trabalho. Certo? Certo. Então vamos ver os dois trabalhos que tiveram uma GRANDE discrepância de notas: o Trabalho T e o D
Estranhamente o D (em baixo) mostra os mesmos pontos.

De seguida iremos ver os pontos de Alimentação, locomoção, Sistema circulatório, nervoso e a respiração.
O trabalho T tem isto:


O trabalho D vem assim
Falta, no D, a Locomoção e os sistemas circulatório e o nervoso. E porquê? Está incompleto? Não. Simplesmente o que o organismo não tem não se coloca.

Agora na parte das classes:
O trabalho T está assim

O D vem assim
Como se pode ver, os pontos estão nos dois trabalhos. Face às críticas, que foram referentes apenas à estrutura do trabalho, como se justifica então a diferença de 8 valores. 
Sim, 8 VALORES!!! COMO???
Como é possível avaliar dois trabalho idênticos (porque estão bem feitos) desta forma tão anti-ética e sem profissionalismo. É preciso saber o que se passa com alguns professores da Universidade Nova de Lisboa, neste caso (porque há mais) os de Biologia Animal.

Esta palhaçada tem de acabar e os casos a serem mostrados.

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Rápidas: Coincidência? Talvez Não


Um post meu no AstroPT, intitulado Misteriosa Ligação entre Eurostar e Eyjafjallajökull dá pistas para uma eventual ligação conspiratória entre o HAARP (misteriosa máquina que faz todo o tipo de desastres onde queremos) e os comboios Eurostar para esta ter lucro gigantescos.

Demonstrei que, com qualquer evento, se pode criar uma conspiração. Basta querer. Os conspiradores que andam na NET tratam de divulgar a mensagem, ajudando a deturpá-la mais. Esta gente serve apenas para isso, são pessoas com muito tempo livre (e também volume encefálico a mais livre) e, assim, pegam numa mensagem de conspiração (que tem as suas próprias características, bastante apelativas à leitura), mesmo sem bases sólidas e sem fontes credíveis e passam a mensagem. Com sorte ainda a aldrabam mais um pouco.

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16/04/2010

Rápidas: O Vulcão Eyjafjallajökull



O vulcão Eyjafjallajökull na Islândia expeliu uma vasta nuvem de cinzas e vapor através do Atlântico Norte. Eyjafjallajökull (ou Eyjafjöll) é um estratovulcão com uma altitude de 1.666 metros. “A erupção abriu uma fissura de 500 metros e também produziu rios de lava que construíram várias colinas de rochas compostas de bolhas de lava (escória) ao longo do seu respiradouro.”. (Etenros Apredizes)

A sua erupção levou ao corte do espaço aéreo do Reino Unido, Irlanda, França e Escandinávia. “A grande massa de partículas rochosas concentrou-se primeiramente na Escandinávia mas alastrou-se a outros países como o Reino, Unido e Canadá.”(Quarks e Gluões). Ao subir 11km apanham a jet stream e viajam na direção leste-sudeste.

"O dispositivo Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer (MODIS) da NASA do satélite Terra captou a imagem a 15 de abril de 2010.

As plumas voam passando pelas Ilhas Faroe e arqueiam ligeiramente em direção do norte, nas proximidades das ilhas Shetland. A cor bege da pluma indica um teor de cinzas bastante elevado.”. (Etenros Apredizes)

A cinza vulcânica é formada por partículas pequenas de rocha que, quando sugadas pelos reactores do avião podem causar uma falha grave nos motores. Contudo, “os radares que monitoram o tempo em uma aeronave não pode localizar estas cinzas.”. (Etenros Apredizes)

David Learnout, especialista em aviação do site Flight Global.com explica que:
"Mesmo que a turbina volte a funcionar, ela perde sua eficiência e passa a gastar muito mais combustível", explicou. "A companhia aérea tem que simplesmente jogar fora esses motores danificados. E o motor responde por um terço do custo de uma aeronave." (Inovação Tecnológica)
De facto, como refere o blog AstroPT “O mundo parece virado do avesso”. Parece-nos que há mais terramotos, vulcões, cheias, etc… Parece que tudo está a acontecer ao mesmo tempo em todo o lado. “O que se passa é que agora estamos a ser mais afectados pelos problemas.”.

Podem ler este post muito bom que nos dá a real perspectiva do porquê de termos esta percepção.
A lista de discussão do AstroPT tem havido uma discussão sobre o assunto aqui, aqui, e aqui. 
Uma coisa curiosa é que quem está por baixo da nuvem de cinzas poderá assistir a um pôr-do-sol vermelho
Podem ler  mais aqui. E ver uma animação aqui.

Aqui podem  ver uma imagem que mostra as temperaturas em torno do vulcão e na zona onde está a nuvem de cinzas.

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14/04/2010

Negócio das Conspirações - Quem se Quer Salvar?


No blog AtroPT coloquei um post sobre o negócio das conspirações.

O programa da Antena3, WWW, por Maria João Alves faz uma referência ao negócio de bunkers por causa do suposto final do mundo em 2012.

Parece que há muita gente que mete medo – a quem tem medo destas coisas - e depois vende lugares seguros.
 
Cuidado com a desinformação na internet e com as teorias da conspiração, da qual destaco algumas com, curiosamente, os mesmo alvos da conspiração e os mesmos conspiradores.

Como se pode ver, são coisas que metem medo a quem é muito frágil (de cabeça). Após o medo as pessoas querem-se refugiar. O truque é espalhar a (des)informação (não é preciso detalhes correctos, nem detalhes sequer, porque ninguém vai questionar) e esperar que se generalize esse medo. Depois é criar qualquer coisa que dê para vender e… tcharam!!! Negócio feito!

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Diferenças entre Métodos II

Do blog De Rerum Natura

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Diferenças entre Métodos

Do blog De Rerum Natura

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10/04/2010

A Origem da Vida na Terra IV - A Formação da Vida



Para reproduzir, uma protocélula tem de crescer, duplicar o seu conteúdo genético e, por fim, dividir-se. As experiências mostram que as vesículas primitivas podem crescer de duas formas:
1- Prie Luigi Luisi, na década de 90 adicionou ácidos gordos à água ao redor dessas vesículas. As membranas incorporaram os ácidos gordos (como já se tinha predito atrás) e aumentaram a área de superfície. Ou seja, o volume aumentou.
2- Irene Chen, mostrou que as protocélulas cheias de RNA incharam. “As membranas inchadas foram submetidas à tensão que provocou crescimento. (…) as vesículas inchadas cresceram ao sequestrar ácidos gordos das vesículas relaxadas vizinhas, que encolheram”
Em 2008 Ting Zhu observou o crescimento de protocélulas após alimentá-las com ácidos gordos. Surpreendentemente as vesículas produziram filamentos, que foram crescendo e que transformaram toda a vesícula num tubo fino e instável a movimentações. Facilmente se quebrava em muitas protocélulas filhas que cresciam e repetiam todo o ciclo.
As protocélulas teriam ainda de evoluir, de separar as cadeias de RNA para que cada uma servisse de molde à polimerização de outra nova cadeia.
Tal evento poderia ter ocorrido em zonas vulcânicas, com a ajuda de correntes de convecção. “As protocélulas (…) ficariam expostas a ondas súbitas de calor ao passar perto das rochas quentes (…) [que] faria com que uma hélice dupla se separasse em cadeias simples”. Nas regiões frias a dupla hélice retomava a sua estrutura original.
Em algum tempo surgiam mutações, tornando-se ribozimas que aumentariam a velocidade de replicação do RNA (como descrito acima), originando uma vantagem adaptativa. Posteriormente as ribozimas começariam a copiar o RNA sem ajuda externa.


Fonte:
A. Ricardo e J.W. Szostak, "Origem da Vida na Terra",  Scientific American, Outubro 2009

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A Origem da Vida na Terra III - Estabilidade e Replicação



O último passo é a polimerização, a junção de vários nucleótidos de forma a formar uma cadeia de RNA. Os investigadores conseguiram, com a adição de substâncias químicas formar espontaneamente cadeias de 2 a 40 nucleótidos de RNA. Jim Ferris nos anos 90 demonstrou que os argilominerais aumentam o rendimento para 50 nucleótidos.
Outro desafio é a replicação. Esta característica é essencial para um organismo e são a enzimas a realizar esse processo. Contudo, como já foi referido, o RNA pode realizar essa tarefa. David Bartel fez ribozimas “evoluírem”.
“A cada rodada de replicação, algumas das novas linhagens de RNA sofriam mutações que as transformavam em catalisadores mais eficientes, e mais uma vez nós as seleccionamos para a próxima rodada de replicação. (…) fomos capazes de produzir ribozimas que podem catalisar a cópia de fitas relativamente pequenas de DNA”(Alonso Ricardo e Jack W. Szostak).
Tracey Lincoln e Gerald Joyce construíram duas ribozimas de RNA evoluírem. Conseguiram com que fizessem cópias delas próprias. Contudo necessitaram de juntar sequências pré-existentes de RNA para que a reacção tivesse sucesso. O processo catalítico, de construir uma cadeia de RNA ou DNA a partir de um molde fornecido é demorado. Mas ao trocar o par oxigénio-hidrogénio por um grupo amina no açúcar (equivalente a uma mutação) torna a polimerização muito mais rápida.
Como é que os componentes celulares arcaicos se juntaram no interior de uma membrana para formar as protocélulas? Uma célula tem estruturas proteicas que reparam a membrana e fornecem à célula uma concentração osmótica suficiente para viver. Então, como é que uma protocélula, sem a maquinaria proteica o pode fazer?
Estudos da década de 70 mostram como é que as membranas se juntavam de forma espontânea a partir de ácidos gordos, mas eram uma barreira para a entrada de nucleótidos. Mas, mesmo com esta barreira, os nucleótidos e outras moléculas podem “escorregar” através da membrana. Isto em membranas simples.
Uma simples experiência comprova-o: “preparámos vesículas feitas com ácidos gordos contendo um pequeno pedaço de uma cadeia simples de DNA (…) [para servir de] molde (…) [e] expusemos essas vesículas a versões quimicamente reactivas desses nucleótidos. Os nucleótidos cruzaram a membrana de forma espontânea (…), se alinharam com a cadeia de DNA e reagiram um com o outro para gerar uma fita complementar”

Fonte:
A. Ricardo e J.W. Szostak, "Origem da Vida na Terra",  Scientific American, Outubro 2009
 

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A Origem da Vida na Terra II - Espontaneidade



O RNA e DNA são compostos por bases azotadas, um açúcar e um grupo fosfato. As bases azotadas podem surgir de espontaneamente a partir de cianeto, acetileno e água. Os açúcares também se formam facilmente a partir de uma solução alcalina de formaldeído aquecida. Estes compostos estavam todos presentes na terra primitiva. Contudo há um problema: a ribose é instável em soluções alcalinas. Como é que se estabilizou? Alonso Ricardo demonstrou formas de estabilização da ribose.
O fosfato, o terceiro componente é um problema. “Está presente em minerais que não se dissolvem facilmente na água. As altas temperaturas (…) podem converter os minerais (…) em formas solúveis de fosfato, mas as quantidades [de fosfato] são pequenas” Um mineral diferente destes é a schreibersita, encontrado em meteoritos.
Matthew Pasek e Dante Lauretta descobriram que a corrosão deste mineral “liberta fósforo de uma forma mais solúvel na água do que o fosfato e é mais reactiva com compostos orgânicos”
Embora possam ser formados de forma espontânea na água ainda não foi explicado como podem, estes três componentes (Fosfato, açúcar e base azotada), formar nucleótidos (unidades de RNA) espontaneamente. O nucleótidos precisam de energia para se organizarem.
John Sutherland sugeriu como ocorreu a formação dos nucleótidos de forma estável. A equipa juntou as bases azotadas e a ribose com o fosfato. Ou seja, em vez de o fosfato entrar mais tarde, ele foi misturado na reacção ao mesmo tempo. Desta forma o fosfato agiu como catalisador e produziu 2-amino-oxazol – fragmento de açúcar com outro de base azotada.
Esta molécula resultante é estável e volátil e é provável que se tenha formado nessas reacções. Terá evaporado com a água e condensou noutro local, onde se terá acumulado. Numa determinada concentração e com os componentes necessários ocorre a formação das bases azotadas e do açúcar ligados.
Nem sempre a junção destes componentes é correcta, mas a exposição à radiação UV destrói os nucleótidos “incorrectos”.
Fonte:
A. Ricardo e J.W. Szostak, "Origem da Vida na Terra",  Scientific American, Outubro 2009

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A Origem da Vida na Terra I - A Origem do RNA



É difícil imaginar como as enzimas se formaram espontaneamente de forma a ser um tijolo no aparecimento das primeiras formas de vida, há aproximadamente 3,7 mil milhões de anos. Em condições ideais os aminoácidos surgem facilmente, como demonstrado por Stanley Miller. Agora há que transformar esses aminoácidos em proteínas espontaneamente.
Existe um paradoxo nesta história: precisamos de proteínas para construir proteínas. O DNA precisa que proteínas se acoplem à estrutura para que possa ser transcrita para RNA e daí outras proteínas permitem a tradução para aminoácidos, que constroem proteínas.
Então e se os primeiros organismos não precisassem de proteínas? Primeiro é preciso demonstrar que RNA e DNA se possam formar espontaneamente. E sim, podem formar-se de forma espontânea. E mais, podem enrolar-se de forma a actuar como catalisadores (em vez de usar proteínas). Desta forma são capazes de se replicar sem necessitarem de proteínas. Assim, pensa-se que as primeiras formas de vida tenham sido membranas de ácidos gordos que aprisionaram água em conjunto com o RNA replicante. O próximo passo foram as mutações, que impulsionaram a evolução destas formas permitindo a sua adaptação.
O RNA apareceu em primeiro lugar. O DNA terá aparecido posteriormente como uma forma mais permanente de armazenamento devido à sua estabilidade, superior à do RNA.
As unidades de tradução de RNA para proteína são formadas, elas próprias, por RNA e por proteínas. Esse RNA presente nos ribossomas são evidências fósseis de um passado em que o RNA catalisava a sua própria replicação.




Fonte:
A. Ricardo e J.W. Szostak, "Origem da Vida na Terra",  Scientific American, Outubro 2009

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