RSS
email
0

Revolução Científica do Séc. XVII - PARTE I

A revolução científica dos séc. XVII e XVIII é o resultado de um longo e complexo processo que culminou com os trabalhos de Galileu e Newton. Esta revolução originou uma profunda mudança de mentalidade e de “revoluções industriais” que transformaram o mundo, os hábitos e as relações humanas.

De igual forma levou ao surgimento de uma nova arte (Renascimento literário e artístico), centralização do poder e aumento do poder na burguesia (Estado Moderno), alargamento dos horizontes geográficos, desenvolvimento do comércio a longa distância, início do capitalismo mercantil, etc.

A nova mentalidade originada por esta tremenda transformação caracteriza-se por uma crescente confiança das capacidades humanas.

Segundo Galileu, a autoridade reside «nas experiências sensíveis e nas demonstrações necessárias» e não na argumentação «vã e falaciosa» da retórica filosófica. No entanto, Descartes afirma que «poderia encontrar muito mais verdade nos raciocínios que cada um faz sobre os assuntos que lhe interessam, e cujas consequências logo se sentem no caso de ter mal julgado, do que aqueles que no seu gabinete formula o homem de letras sobre especulações que não produzem efeito algum.»

Uma nova concepção do mundo é dada por uma maior valorização da ciência. «O saber é agora um poder: daqui a sua eficácia, mas também a sua modéstia.»

A ciência moderna obriga a uma reconversão total da imagem do mundo através do fenómeno e da repetição, a medida e o cálculo, liquidou os preconceitos e as categorias mentais que tinham sustentado durante quinze séculos a ciência peripatética.

Segundo muitos pensadores e investigadores a maior transformação na história da humanidade foi a revolução científica de séc. XVII, visto que o homem ambicionava encontrar um domínio da natureza, enquanto que o homem mediecal buscava apenas a contemplação.

Como consequência de todas estas profundas modificações a escolas começam a pôr em questão com uma atitude duvidosa os saberes herdados da ciência antiga.

A ciência moderna pode ser caracterizada como um saber: não dogmático, crítico, aberto, reformulável, aproximado, susceptível a correcções ou refutações, universal e necessários “instrumentos de verificação (provas) para que se possam testar os seus resultados, tem um método organizado, é limitado aos fenómenos, possibilidade de previsão, quantitativo, funcional e operacional, com capacidade técnica e instrumental, autónomo relativamente aos outros saberes (filosofia, religião, etc.) com aos poderes estabelecidos (Estado, Igreja, etc.).

Segundo Descartes, «toda a ciência é um conhecimento certo e evidente» e que « rejeitamos todos os conhecimentos que não passam de prováveis e declaramos que é preciso confiarmos unicamente no que é perfeitamente conhecido e de que não se pode duvidar.

O objecto da ciência é o mundo, a natureza, e o seu nome é física.

Descartes expõe uma teoria do experimentalismo que o leva na elaboração científica a não separar a razão da experiência: «Esta física (…) é inseparavelmente racional e empírica, dedutiva e indutiva. Em vez de ser contraditória, esta dualidade radical exprime a necessidade de justificar a experiência pela concordância crescente da experiência e da razão, isto é, fazer penetrar a racionalidade da alma na realidade do corpo. Daqui resulta uma espécie de tensão, no estatuto da ciência, entre a sua pretensão de uma parte e a sujeição da outra.»

É pela análise das causas e efeitos e das suas múltiplas relações que podemos explicar os fenómenos no movimento que vai do efeito à causa, assim como dar a sua prova no percurso inverso, isto é, indo da causa ao efeito.

Daqui surge uma grande questão: qual é o lugar da experiência científica? Como tal, várias soluções possíveis são formuladas, de um lado Descartes defendendo a minimização do trabalho experimental, desconfiança relativamente aos sentidos, pedir tudo ao entendimento e sobretudo, a explicação do Universo por ter uma causa exterior, Deus, ao qual impõe a sua lei, o seu mecanismo, a sua organização. Outras interpretações tentam contrariar esta anti-carterianismo radical, em que se defende a posição contrária a Descartes, considerando que a sua produção é interpretada como um cientista prático que escreveu uns breves ensinos com alguma importância filosófica.

Read more
0

Revolução Científica do Séc. XVII - PARTE II

Na Idade Média a posição dominante da filosofia é fortemente contestada pela fé e crença e posteriormente pela teologia. Esta contestação começa inicialmente pelos danos que tal atitude poderia causar à alma, confrontando constantemente a religião, como tal, a ciência não passava para muitos de um jogo supérfluo ou diabólico. Importante era o conhecimento das coisas divinas, onde a razão se mostrava importante e só a graça de Deus poderia ajudar.

A filosofia medieval perde o sentido da pesquisa e da reverência tão característico dos gregos: sobrevivendo em circunstâncias extremamente duras e precárias, mantida sob tutela pelos agentes culturais da época, agarrou-se desesperadamente aos textos antigos que eregiu em dogmas venerandos e quase sagrados.

A filosofia ou melhor a especulação filosófica ganhou um novo lugar na interpretação e comentário do texto, na recuperação do saber antigo agora ao serviço da fé cristã.

Como consequência dos confrontos e discussão entre fé, espírito e filosofia surge o renascimento e o humanismo.

Nos séc. XV e XVI é a chamada crise de mudança: do nada não se consegue libertar da visão mística da natureza, a alquimia, a magia e ou ciências ocultas crescem por todo o lado; do outro, novos e vigorosos progressos são feitos no campo do saber, especialmente no campo da física e da matemática.

Deste modo alguns filósofos dedicam-se simultaneamente às questões da ciência e da filosofia como Descartes, Locke, Espinoza, Leibniz.

«A partir do momento em que se estabelece um tipo de explicação dos fenómenos que assenta num tipo de prova diferente da mera coerência interna, e do resto por vezes aparente, do raciocínio, um tipo de prova apta a decidir realmente a verdade ou a falsidade de uma proposição que esta seja susceptível de ser infinitamente posta em questão – então o pensamento simplesmente verosímil, convincente, hábil, por mais genial que seja, muda de posição dentro da topografia do saber. Ou antes, perante o saber ela assume a categoria de interpretação».

Read more
0

Revolução Científica do Séc. XVII - PARTE III

Nas civilizações grega e medicinal a Filosofia era a totalidade do saber e representava o conhecimento racional.

Segundo Aristóteles na sua Metafísica: «O conhecimento de todas as coisas pertence necessariamente a quem possuir, no mais alto grau, a ciência do universal (…); ora o conhecimento supremo são os primeiros princípios e as primeiras causas, porque é graças aos princípios e a partir dos princípios que o resto é conhecido (…).»

Esta definição foi a “bandeira” dos filósofos até aos tempos modernos, na medida em que atribuía a cada um deles, um valor enorme como especialista do saber, um homem que, conhecendo tudo na sua generalidade, podia discorrer pertinentemente sobre qualquer assunto em particular.

A procura do saber pelo saber era sinal de elevação do espírito, característico de uma elite intelectual e social.

Read more
0

Revolução Científica do Séc. XVII - PARTE IV

A nova filosofia é forçada a reformular a sua função e estatuto. Assim, cria-se uma nova maneira de filosofar, uma metodologia mais eficaz e rigorosa e, sobretudo, a fundamentação do saber científico.

«(…) a filosofia moderna toma consciência – e o seu traço mais específico consiste precisamente nesta consciência – do carácter subjectivo ou mental do mundo que está perante nós e no qual vivemos.»

De todas estas significativas transformações resulta uma distinção mais nítida entra a representação e o objecto, isto é, a consciência de que o dado imediato da nossa consciência não é a realidade em si mesma. «Com efeito, se aquilo que conhecemos imediatamente são as nossas representações, então não podemos estar imediatamente seguros de que a realidade externa é independente da nossa mente seja tal como nós a representamos.»

A filosofia moderna toma uma autoconsciência e consequente distanciação relativamente ao mundo relacionando-se com o espírito crítico, a prática livre exame, o repúdio de toda a autoridade que não seja a da razão ou experiência. Pode-se mesmo dizer que exigência critica-se – e até mesmo um certo gosto pela argumentação céptica – são comuns em Descartes e Kant; o 1º leva a dúvida às suas consequências extremas na primeira Meditação enquanto o segundo irá restringir o conhecimento ao mundo fenomenal, isto é, aos últimos limites da experiência humana.

De igual forma verifica-se uma independência da filosofia com a fé.

Esta filosofia não parte assim da própria ideia, mas da efectividade como dado, transformando-o em ideia: o ser.

Read more
0

Tecnociência

A ciência é um ponto de vista sobre o mundo, sobre o universo e sobre o homem, e por ser um ponto de vista abundam ocasiões para se cometerem erros e proporcionar as oportunidades para uma utilização destrutiva das suas próprias descobertas, algumas vezes ao arrepio das intenções dos próprios investigadores.
Os problemas éticos levantados pela tecnociência contemporânea são tão pretinentes e graves que podem provocar uma “espécie de vertigem”: é o futuro da própria humanidade na sua composição biológica que está em jogo.
Na técnica existem dois elementos culturais: conhecimento científico e valores morais. O desenvolvimento da técnica exige a aceitação de determinados valores e implica a re-valorização das valorações éticas e sociais. É que q técnica não traz só benefícios, acarreta também malefícios; os seus poderes são os nossos riscos. Precisamos não de uma técnica “fria” mas de uma técnica “temperada” pela ética.
A técnica surge como forma de o Homem dominar a Natureza para poder satisfazer as suas necessidades e, desta maneira, criar um “novo mundo” com novos objectos e instrumentos.
A ciência e a técnica são as grandes responsáveis pelos problemas como a poluição causada pelas indústrias, a extinção das espécies animais e vegetais, a escassez dos recursos da Natrureza ( Na última cimeira da Terra, em 2002, foi divulgado o como os recursos do nosso planeta estão em escassez: Para que toda a população mundial pudesse viver a nível de recursos e qualidade de vida média europeia seriam necessárias 4 “terras” e meia com os mesmos recursos que o nosso planeta). Não podemos culpar nem a ciência nem a técnica pelo caminho que se poderá tomar. Nós é que escolhemos o caminho, damos uma espécie de vida às invenções. Caminhamos com elas para um futuro que tem 50% de probabilidade de ser catastrófico até ao final do século, segundo as palavras do astrofísico Martin Rees (Público 13 de Dezembro 2003 e também Scientific American Agosto de 2004). “As novas tecnologias e as biotecnologias, em particular podem conduzir a ameaças em relação às quais poderá ser ainda mais difícil protegermo-nos delas”. Outros problemas são “desenvolvimentos em biologia e nos computadores, que podem levar-nos a construir máquinas inteligentes, e à capacidade de modificar os seres humanos. Houve uma coisa que não mudou desde que existe civilização: A NATUREZA HUMANA. MAS, durante este século, ATÉ ISSO PODE MUDAR.” Comenta Sir Martin Rees.
Se a ciência, enquanto investigação pura, é eticamente neutra, o mesmo já não podemos dizer do seu processo e das escolhas na investigação da sua aplicação. Também não podemos esquecer que a investigação científica acaba por ser refém de interesses económicos, políticos e religiosos.
Entramos duma dualidade: a tecnociência veio salvar ou destruir? Ou melhor: Quem conduz essa tecnociência salva ou mata? Ou ambas as coisas? Vivemos numa rede gigantesca, é uma questão muito complexa. Podemos apenas afirmar que existe algo positivo ou negativo ou até num estágio de reflexão numa dada comunidade científica em relação a um assunto num objectivo. O que pode ser bom para uma coisa pode ser mau para outra. O que nos salva de uma multiplicação desenfreada ( ou pelo menos ainda mais desenfreada) da tecnociência é a ética por detrás, é um travão reflectivo e ao mesmo tempo que nos sufoca. Dá espaço para se pensar no que se está a fazer mas ao mesmo tempo não deixa tempo nem certas condições para pensar em algo que não seja um ser com auréola no nosso obro a dizer: “vê lá o que estás a fazer!”.

Ler:
Scientific American Agosto 2004 – Entrevista com Sir Martin Rees
Público 13 de Dezembro 2003
Read more
0

Ética e os perigos da tecnociência

A ciência é um ponto de vista sobre o mundo, sobre o universo e sobre o homem, e por ser um ponto de vista abundam nela ocasiões para se cometerem erros e proporciona as oportunidades para uma utilização destrutiva das suas próprias descobertas, algumas vezes ao arrepio das intenções dos próprios investigadores.

A investigação genética, na área da clonagem reprodutiva, é uma área de risco da ciência.
Os problemas éticos levantados pela tecnociência contemporânea são tão pretinentes e graves que podem provocar uma “espécie de vertigem”: é o futuro da própria humanidade na sua composição biológica que está em jogo.

Na técnica existem dois elementos culturais: conhecimento científico e valores morais. O desenvolvimento da técnica exige a aceitação da determinados valores e implica a re-valorização das valorações éticas e sociais.
É que a técnica não traz só benifícios, acarreta também malefícios; os seus poderes são os nossos riscos. Precisamos não de uma técnica fria mas de uma técnica temperada pela ética.

A técnica surge como forma de o homem dominar a natureza para poder satisfazer as suas necessidades e desta maneira criar um “novo mundo” com novos objectos e instrumentos.
A técnica e a ciência são as grandes responsáveis por problemas como a poluição causada pelas indústrias, a extinção das espécies animais e vegetais, a escassez dos recursos da natureza (na cimeira da terra de 2002 discutiu-se como se poderia por todas as pessoas com pobreza extrema de todo o mundo a nível médio europeu em termos económicos e de recursos, ficou-se a saber que para neste momento se poder fazer isso seriam precisas quatro planetas iguais ao nosso em termos de recursos energéticos e alimentares), o armamento nuclear, etc... Mas não podemos condenar a técnica nem a ciência mas sim que a usa para fins negativos.
O conhecimento científico pode apresentar-se como um instrumento de destruição e manipulação da humanidade. A ciência e a técnica podem ser altamente destrutivas. A ciência pode corromper-se, quando colocada ao serviço da destruição e da violação de direitos como a liberdade e a autodeterminação.
Se a ciência, enquanto investigação pura, é eticamente neutra, o mesmo já não podemos dizer do seu processo e escolhas na investigação e da sua aplicação. Também não podemos esquecer que a investigação científica acaba por ser refém de interesses económicos, políticos e religiosos.

Coloca-se a questão:
Até onde é aceitável que a ciência vá? No campo da engenharia genética com a realização de experiências com embriões humanos, foi dado ao homem um poder que pertencia unicamente à natureza.
Não podemos negar os benefícios da engenharia genética relativamente à área da clonagem terapêutica.

A ciência tem limites: não conhece toda a realidade.
Conhecemos as leis que estão na base de toda a química e de toda a biologia. Tivemos pouco êxito com a previsão do comportamento humano a partir de equações matemáticas, equacionar turbulência atmosféricas! Mesmo que encontremos um conjunto de leis básicas, continuará a existir a tarefa de desenvolver métodos de aproximação melhores que possamos elaborar com êxito previsões das consequências possíveis em situações realistas, por exemplo prever com maior precisão, na área da meteorologia, tempestades, tornados, e sismos.
Outro limite é a de não explicar a totalidade da existência humana.

É positivo não se poder saber tudo. “Um universo em que tudo se saberia seria estático e aborrecido” (Carl Sagan; “Cosmos”).
Read more
2

desde (quase) o início: Evolução biológica

Evolução biológica
As mais velhas rochas, na Gronelândia, com cerca de 3 mil e oitocentos milhões de anos (menos de mil milhões de anos depois da formação da Terra). O vulcanismo primitivo chegava ao fim. Os oceanos regurgitavam de moléculas complexas geradas durante o grande dilúvio. Neste terreno há microfósseis: algas azuis, capazes de realizar fotossíntese. Nesta alga não há núcleo, apenas uma massa gelatinosa fechada dentro de uma membrana. São estas células simples que se teriam associado para formar as complexas células dos seres vivos.
Os organismos pluricelulares mais antigos têm 700 milhões de anos e são as medusas
Há 600 milhões de anos eis as primeiras conchas e artrópodes, com um exoesqueleto.
Há 500 milhões de anos o esqueleto passa para o interior: começa o reino dos peixes. Há 300 milhões de anos eis a passagem para a terra, graças à camada de ozono criada pela respiração vegetal aquática: é o começo do período dos répteis e das aves.

"Um pouco mais de azul", Humberto Reeves
Read more
0

desde (quase) o início: Fase planetária

Fase planetária
No espaço faz frio e os átomos são raros, na novas moléculas são frágeis e estão sob ameaça de raios cósmicos e radiação UV. É preciso um abrigo. A natureza vai inventar um abrigo. Um ambiente sem muito calor nem muito frio, denso, que facilite os contactos e que proteja dos raios letais cósmicos: Um planeta.
O calor tem um papel dominante na vida dos planetas: qual é a origem desse calor? 1º - violência dos choques da chuva meteórica; 2º - radioactividade natural dos átomos instáveis na nebulosa inicial (urânio e tório).
Quanto mais maciço o planeta maior o seu calor inicial. A lua, 80 vezes mais leve que a Terra, extinguiu as suas reservas de calor em 3 milhões de anos. Marte ainda tem algumas reservam como testemunham os seus raros vulcões.
A quase totalidade da matéria universal é gasosa. A fracção sólida é de cerca um milionésimo do universo e a fracção líquida é mil vezes inferior. A água líquida é mais rara à escala cósmica que ouro na Terra.
O poder de dissolução da água permite integrar grandes quantidades de moléculas estranhas, os contactos entre moléculas são prolongados: a água é um potente auxiliar da organização.
Reaparece a construção fotoquímica mas em condições muitos favoráveis:
1º - A fraca radiação UV das estrelas distantes é substituída pela do Sol, há também o potente efeito ionizante dos relâmpagos;
2º - A densidade das moléculas é muito mais elevada que no espaço;
3º - Este acréscimo de população aumenta a possibilidade de encontros e ligações;
4º - A temperatura, que era de algumas dezenas de graus no espaço, agora é de centenas.
5º - As gigantes vagas oceânicas misturam as moléculas nas águas, que as protegem das radiações ionizantes.
Numa experiência em que põe num sistema fechado água líquida e gases da atmosfera inicial, com eléctrodos para efectuar descargas eléctricas. A água adquire uma cor acastanhada onde se encontram açúcares, álcoois, gorduras e ácidos aminados: substâncias orgânicas. Pensava-se que estas substâncias orgânicas só podiam ser produzidas por seres vivos.
Através de catálise formam-se moléculas capazes de quebrar o álcool ou açúcar e sugar a sua energia: é o começo da alimentação. Esta energia capturada poderia servir para rebentar em moléculas mais pequenas. Neste caso é um fracasso: os fracassos são eliminados, os êxitos persistem e abrem a via a novas aventuras
Com a ajuda de ganchos atómicos, moléculas podem associar-se a moléculas fgordas, criando uma capa impermeável. Algumas membranas possuem a propriedade de deixar entrar certas moléculas e excluir outras: tornam-se selectivas. Se, no seu interior, se encontrar um enzima, para quebrar os açúcares e libertar a sua energia ver-se-ão resíduos a sair para o exterior do sistema: é a primeira digestão(realizado em experiências laboratoriais).
Com a multiplicação dos sistemas consumidores, as reservas de energia oceânica são gastas. O progresso ficou ameaçado... até aparecer uma molécula especial, antepassado rudimentar da clorofila, que capta a energia dos fotões solares.

"Um pouco mais de azul", Humberto Reeves
Read more
0

desde (quase) o início: Fase interestelar

Fase interestelar
A temperatura aproxima-se a algumas dezenas de graus absolutos. O hidrogénio vai dar novas moléculas : água, amoníaco, metano e outros hidrocarbonetos.
Partículas formadas por electrões, protões e núcleos complexos atingem a Terra: raios cósmicos. Estes raios têm energias superiores ao necessário para quebrar as ligações nucleares. Núcleos interestelares quebram-se em núcleos mais pequenos formando novos átomos: lítio, berílio e boro, que não são formados nas estrelas por serem frágeis ao calor.

"Um pouco mais de azul", Humberto Reeves
Read more
0

desde (quase) o início: Fase estelar

Fase estelar
A gravidade actua em escalas locais. Quanto maiores as concentrações de massa maior é a gravidade nesse local e mais massa atrai para essa zona.
Graças à força da gravidade estas condensações vão transformar em calor interno uma parte da sua energia: a Temperatura sobe
Estas condensações de massa que vão aquecer e brilhar são as estrelas
A temperatura central da estrela ultrapassa os 10 milhões de graus. Os protões entram em contacto uns com os outros. Os nucleões vão juntar-se para formar, de novo o deutério. A estrela transforma hidrogénio em hélio. E quando o hidrogénio falta? A estrela volta a produzir energia e começa a contrair-se.
O coração da estrela está a cem milhões de graus. Os caroços de hélio colidem se 3 caroços de hélio se combinam formam um sistema estável: carbono. Este encontro triplo é extraordinariamente raro. O papel do acaso exige tempo.
A contracção da estrela torna-se vagarosa. A sua atmosfera incha e torna-se vermelha: nasce uma gigante vermelha. No coração desta gigante vermelha, núcleos de hélio e carbono combinam-se para formar oxigénio.
O hélio esgota-se no coração da estrela. A estrela contrai-se e a temperatura aumenta até mil milhões de graus. É o carbono, agora, que se torna no combustível. Esta combustão produz novos elementos: néon, sódio, magnésio, alumínio, silício, fósforo e enxofre ( os dois últimos em quantidades mais fracas).
A estrela gera e emite cada vez mais neutrinos. A emissão de energia acelera, a concentração nas camadas exteriores é cada vez maior.
Depois da fusão do carbono, vem a do néon, do oxigénio e depois do silício. Estas fases ocorrem entre dois a cinco mil milhões de graus.
A energia térmica ameaça ultrapassar a energia de ligação dos núcleos.
O débito de energia da estrela é elevado e para compensar esta contrai-se cada vez mais rapidamente: explosão
Nenhuma molécula se pode unir no interior de uma estrela. É no frio do espaço que se vão unir.
Um núcleo de carbono liga-se a quatro protões: catálise. A catálise permite acelerar uma reacção entre duas outras partículas: A evolução nuclear auto-acelera-se. Este efeito catalisador forma azoto, que aparece como subproduto da fusão catalisada do hidrogénio em hélio. A catálise é a primeira forma de reprodução, reprodução no sentido em que o sistema gerado é idêntico ao primeiro.
Com a explosão da estrela fica um resíduo: uma estrela de neutrões ou pulsar, com centenas de milhões de toneladas por cm3. este resíduo acende e apaga várias vezes por segundo: 1º - só uma fraca porção da sua superfície emite luz e 2º - giram rapidamente sobre elas mesmas. Outro resíduo será a anã branca gerada a partir de uma nebulosa planetária, com uma tonelada por cm3, mais tarde, esta anã branca será uma anã negra.
Os núcleos pesados gerados pela estrela são projectados no frio, onde capturam os electrões. O carbono toma 6 electrões, o oxigénio 8, o ferro 26 e o ouro 68: aparecem átomos pesados no Universo. Temos assim, o carbono, o azoto e o oxigénio, que representam, com o hidrogénio, a maioria dos átomos do nosso corpo.
À volta de um átomo de oxigénio dispõem-se 8 átomos de alumínio originando uma rede cristalina
"Um pouco mais de azul" Humberto Reeves
Read more
0

desde (quase) o início: Fase cósmica

Fase cósmica
Um oceano de calor
Antes do primeiro segundo o universo é um puré composto por protões, neutrões, electrões, fotões e neutrinos. As colisões são frequentes. Um protão e um neutrão podem combinar-se formando o deutério mas aparece um fotão que os separa.
No primeiro segundo a temperatura desce cerca de 10 mil milhões de graus. Existem cada vez menos fotões para quebrar as ligações do deutério. Estes duram cada vez mais tempo. Logo aparecem sistemas de 3 e 4 nucleões , são núcleos de hélio. Esta fase durou alguns minutos. O Universo possui agora núcleos de hélio e populações muito fracas de núcleos mais leves como o deutério, hélio-3 e lítio-7.
A evolução nuclear parou no hélio-4 – o Universo falhou a sua primeira tentativa de nucleossíntese. O hélio-4 é demasiado estável. Os seus laços estão saturados. É um gás nobre.
A energia térmica diminui até ser comparável à electromagnética, um milhão de vezes mais fraca. A descida de temperatura durará um milhão de anos. A cerca de 3 mil graus cada protão é revestido de um protão e cada núcleo de hélio é revestido de dois electrões: nasceram os átomos e moléculas.
Um milhão de anos. Neste momento já não há electrões livres para impedir a passagem dos fotões. O Universo torna-se transparente.
A matéria passa para o comando
Read more
0

desde (quase) o início: Intro

Em 1929, Edwin Hubble mostrou que quase todas as galáxias se afastavam de nós, usando a técnica do efeito Doppler. Afastam-se tanto mais depressa quanto mais distantes se encontram, tal como um pudim no forno. Se eu observar para qualquer direcção a velocidade de expansão é a mesma. Aplicando a teoria da relatividade geral de Einstein, falamos na teoria da expansão universal, da explosão inicial : big bang.
Ao olhar para longe no universo nota-se que o número de galáxias e quasars num dado volume é tanto maior quanto mais distante se olha. Qual a idade do Universo?
1º método – movimento das galáxias: recuemos no tempo até ao momento em que a sua matéria se sobrepunha. Este instante “zero” situa-se entre 15 e 20 mil milhões de anos
2º método – a idade das estrelas mais velhas: as estrelas aquecem-se com energia nuclear. Obtêm luz queimando os seus carburantes. Queimam átomos de hidrogénio transformando-os em hélio. Depois queima os átomos de hélio transformando-os em átomos mais pesados. É a vida das estrelas. Na nossa galáxia encontram-se estrelas de “primeira geração” com idades entre 15 e 16 mil milhões de anos. Na teoria da expansão universal as galáxias aparecem demasiado cedo, mil milhões de anos depois da explosão inicial.
3º método – a idade dos átomos mais velhos: a vida média do C-14 é de 6 mil anos. Mil átomos de C-14 passados seis mil anos restam 500, depois de doze mil anos, 250... O urânio 235 e o urânio-238 têm vida média de mil milhões e seis mil milhões de anos. Na Terra há 137 vezes mais U-238 que U-235. No tempo dos dinossauros era de 110. Quando do nascimento da Terra era de três. Os núcleos de urânio foram gerados no seio das estrelas. A abundância relativa destes isótopos serve de ampulheta cósmica. Idade do universo está entre 12 e 17 mil milhões de anos.
Recuando no curso do tempo vemos as galáxias aproximarem-se umas das outras. A densidade média do Universo aumenta, e com ela a temperatura. A matéria atrai a luz, a luz atrai matéria, a luz atrai luz. No primeiro milhão de anos, o Universo é dominado pela luz, que com o tempo se tornou anémica. A luz era reabsorvida e não teve possibilidade de chegar até nós. Esta opacidade tira-nos a esperança de ver o início do universo. Mas a radiação fóssil foi emitida na passagem da opacidade à transparência.
O hidrogénio domina o universo com 90% dos átomos, o hélio vem em segundo com 8 ou 9%. O conjunto dos outros elementos dividem o restante.
Quanto mais elevada é a temperatura mais colisões de dão e mais violentas são as reacções. Nos primeiros instantes as colisões multiplicavam-se sem limite. Nos primeiros minutos a temperatura baixou, o fogo nuclear extinguiu-se. Neste caldo inicialmente composto por protões e neutrões , se encontra actualmente 10% de núcleos de hélio para 90% de hidrogénio. Mais ou menos o que se observa actualmente no universo. 8 a 10 átomos de hélio para 90 de hidrogénio é o mesmo que se encontra em galáxias muito ou pouco activas, no interior de estrelas ou em sítios calmos: O Universo é uniforme.
A fase inicial de reacções nucleares cósmicas gera em fraca quantidade deutério (hidrogénio pesado), hélio-3 (hélio leve) e um isótopo do lítio. As quantidades calculadas concordam com as observadas no Cosmos.
No Cosmos há mil milhões de fotões por cada átomo, porquê? Matéria e antimatéria juntas transformam-se em luz. Nos primeiros segundos matéria e antimatéria coexistiam e formavam luz, mas também renasciam dela (resultados verificados em laboratórios de física nuclear). Há uma diferença inferior a um milionésimo entre matéria e antimatéria, esta diferença é a favor da matéria ordinária. No curso do arrefecimento matéria e antimatéria aniquilavam-se sem voltar a reconstituir-se. Tudo desapareceu menos a diferença que havia, que é o que conhecemos.

"Um pouco mais de azul", Humberto Reeves
Read more
0

Universo Paralelo

Existem milhões e milhões de universos, este é apenas mais um, criado no momento em que decidi criá-lo. Pois, é assim que nascem os Universos. Cada opção que tomamos é o caminho do nosso Universo, todos os outros são os todos os caminhos pelos quais não seguimos. Este é mais um Universo, as minhas escolhas, críticas, etc...
Read more

22/09/2006

Revolução Científica do Séc. XVII - PARTE I

A revolução científica dos séc. XVII e XVIII é o resultado de um longo e complexo processo que culminou com os trabalhos de Galileu e Newton. Esta revolução originou uma profunda mudança de mentalidade e de “revoluções industriais” que transformaram o mundo, os hábitos e as relações humanas.

De igual forma levou ao surgimento de uma nova arte (Renascimento literário e artístico), centralização do poder e aumento do poder na burguesia (Estado Moderno), alargamento dos horizontes geográficos, desenvolvimento do comércio a longa distância, início do capitalismo mercantil, etc.

A nova mentalidade originada por esta tremenda transformação caracteriza-se por uma crescente confiança das capacidades humanas.

Segundo Galileu, a autoridade reside «nas experiências sensíveis e nas demonstrações necessárias» e não na argumentação «vã e falaciosa» da retórica filosófica. No entanto, Descartes afirma que «poderia encontrar muito mais verdade nos raciocínios que cada um faz sobre os assuntos que lhe interessam, e cujas consequências logo se sentem no caso de ter mal julgado, do que aqueles que no seu gabinete formula o homem de letras sobre especulações que não produzem efeito algum.»

Uma nova concepção do mundo é dada por uma maior valorização da ciência. «O saber é agora um poder: daqui a sua eficácia, mas também a sua modéstia.»

A ciência moderna obriga a uma reconversão total da imagem do mundo através do fenómeno e da repetição, a medida e o cálculo, liquidou os preconceitos e as categorias mentais que tinham sustentado durante quinze séculos a ciência peripatética.

Segundo muitos pensadores e investigadores a maior transformação na história da humanidade foi a revolução científica de séc. XVII, visto que o homem ambicionava encontrar um domínio da natureza, enquanto que o homem mediecal buscava apenas a contemplação.

Como consequência de todas estas profundas modificações a escolas começam a pôr em questão com uma atitude duvidosa os saberes herdados da ciência antiga.

A ciência moderna pode ser caracterizada como um saber: não dogmático, crítico, aberto, reformulável, aproximado, susceptível a correcções ou refutações, universal e necessários “instrumentos de verificação (provas) para que se possam testar os seus resultados, tem um método organizado, é limitado aos fenómenos, possibilidade de previsão, quantitativo, funcional e operacional, com capacidade técnica e instrumental, autónomo relativamente aos outros saberes (filosofia, religião, etc.) com aos poderes estabelecidos (Estado, Igreja, etc.).

Segundo Descartes, «toda a ciência é um conhecimento certo e evidente» e que « rejeitamos todos os conhecimentos que não passam de prováveis e declaramos que é preciso confiarmos unicamente no que é perfeitamente conhecido e de que não se pode duvidar.

O objecto da ciência é o mundo, a natureza, e o seu nome é física.

Descartes expõe uma teoria do experimentalismo que o leva na elaboração científica a não separar a razão da experiência: «Esta física (…) é inseparavelmente racional e empírica, dedutiva e indutiva. Em vez de ser contraditória, esta dualidade radical exprime a necessidade de justificar a experiência pela concordância crescente da experiência e da razão, isto é, fazer penetrar a racionalidade da alma na realidade do corpo. Daqui resulta uma espécie de tensão, no estatuto da ciência, entre a sua pretensão de uma parte e a sujeição da outra.»

É pela análise das causas e efeitos e das suas múltiplas relações que podemos explicar os fenómenos no movimento que vai do efeito à causa, assim como dar a sua prova no percurso inverso, isto é, indo da causa ao efeito.

Daqui surge uma grande questão: qual é o lugar da experiência científica? Como tal, várias soluções possíveis são formuladas, de um lado Descartes defendendo a minimização do trabalho experimental, desconfiança relativamente aos sentidos, pedir tudo ao entendimento e sobretudo, a explicação do Universo por ter uma causa exterior, Deus, ao qual impõe a sua lei, o seu mecanismo, a sua organização. Outras interpretações tentam contrariar esta anti-carterianismo radical, em que se defende a posição contrária a Descartes, considerando que a sua produção é interpretada como um cientista prático que escreveu uns breves ensinos com alguma importância filosófica.

Read more...

Revolução Científica do Séc. XVII - PARTE II

Na Idade Média a posição dominante da filosofia é fortemente contestada pela fé e crença e posteriormente pela teologia. Esta contestação começa inicialmente pelos danos que tal atitude poderia causar à alma, confrontando constantemente a religião, como tal, a ciência não passava para muitos de um jogo supérfluo ou diabólico. Importante era o conhecimento das coisas divinas, onde a razão se mostrava importante e só a graça de Deus poderia ajudar.

A filosofia medieval perde o sentido da pesquisa e da reverência tão característico dos gregos: sobrevivendo em circunstâncias extremamente duras e precárias, mantida sob tutela pelos agentes culturais da época, agarrou-se desesperadamente aos textos antigos que eregiu em dogmas venerandos e quase sagrados.

A filosofia ou melhor a especulação filosófica ganhou um novo lugar na interpretação e comentário do texto, na recuperação do saber antigo agora ao serviço da fé cristã.

Como consequência dos confrontos e discussão entre fé, espírito e filosofia surge o renascimento e o humanismo.

Nos séc. XV e XVI é a chamada crise de mudança: do nada não se consegue libertar da visão mística da natureza, a alquimia, a magia e ou ciências ocultas crescem por todo o lado; do outro, novos e vigorosos progressos são feitos no campo do saber, especialmente no campo da física e da matemática.

Deste modo alguns filósofos dedicam-se simultaneamente às questões da ciência e da filosofia como Descartes, Locke, Espinoza, Leibniz.

«A partir do momento em que se estabelece um tipo de explicação dos fenómenos que assenta num tipo de prova diferente da mera coerência interna, e do resto por vezes aparente, do raciocínio, um tipo de prova apta a decidir realmente a verdade ou a falsidade de uma proposição que esta seja susceptível de ser infinitamente posta em questão – então o pensamento simplesmente verosímil, convincente, hábil, por mais genial que seja, muda de posição dentro da topografia do saber. Ou antes, perante o saber ela assume a categoria de interpretação».

Read more...

Revolução Científica do Séc. XVII - PARTE III

Nas civilizações grega e medicinal a Filosofia era a totalidade do saber e representava o conhecimento racional.

Segundo Aristóteles na sua Metafísica: «O conhecimento de todas as coisas pertence necessariamente a quem possuir, no mais alto grau, a ciência do universal (…); ora o conhecimento supremo são os primeiros princípios e as primeiras causas, porque é graças aos princípios e a partir dos princípios que o resto é conhecido (…).»

Esta definição foi a “bandeira” dos filósofos até aos tempos modernos, na medida em que atribuía a cada um deles, um valor enorme como especialista do saber, um homem que, conhecendo tudo na sua generalidade, podia discorrer pertinentemente sobre qualquer assunto em particular.

A procura do saber pelo saber era sinal de elevação do espírito, característico de uma elite intelectual e social.

Read more...

Revolução Científica do Séc. XVII - PARTE IV

A nova filosofia é forçada a reformular a sua função e estatuto. Assim, cria-se uma nova maneira de filosofar, uma metodologia mais eficaz e rigorosa e, sobretudo, a fundamentação do saber científico.

«(…) a filosofia moderna toma consciência – e o seu traço mais específico consiste precisamente nesta consciência – do carácter subjectivo ou mental do mundo que está perante nós e no qual vivemos.»

De todas estas significativas transformações resulta uma distinção mais nítida entra a representação e o objecto, isto é, a consciência de que o dado imediato da nossa consciência não é a realidade em si mesma. «Com efeito, se aquilo que conhecemos imediatamente são as nossas representações, então não podemos estar imediatamente seguros de que a realidade externa é independente da nossa mente seja tal como nós a representamos.»

A filosofia moderna toma uma autoconsciência e consequente distanciação relativamente ao mundo relacionando-se com o espírito crítico, a prática livre exame, o repúdio de toda a autoridade que não seja a da razão ou experiência. Pode-se mesmo dizer que exigência critica-se – e até mesmo um certo gosto pela argumentação céptica – são comuns em Descartes e Kant; o 1º leva a dúvida às suas consequências extremas na primeira Meditação enquanto o segundo irá restringir o conhecimento ao mundo fenomenal, isto é, aos últimos limites da experiência humana.

De igual forma verifica-se uma independência da filosofia com a fé.

Esta filosofia não parte assim da própria ideia, mas da efectividade como dado, transformando-o em ideia: o ser.

Read more...

Tecnociência

A ciência é um ponto de vista sobre o mundo, sobre o universo e sobre o homem, e por ser um ponto de vista abundam ocasiões para se cometerem erros e proporcionar as oportunidades para uma utilização destrutiva das suas próprias descobertas, algumas vezes ao arrepio das intenções dos próprios investigadores.
Os problemas éticos levantados pela tecnociência contemporânea são tão pretinentes e graves que podem provocar uma “espécie de vertigem”: é o futuro da própria humanidade na sua composição biológica que está em jogo.
Na técnica existem dois elementos culturais: conhecimento científico e valores morais. O desenvolvimento da técnica exige a aceitação de determinados valores e implica a re-valorização das valorações éticas e sociais. É que q técnica não traz só benefícios, acarreta também malefícios; os seus poderes são os nossos riscos. Precisamos não de uma técnica “fria” mas de uma técnica “temperada” pela ética.
A técnica surge como forma de o Homem dominar a Natureza para poder satisfazer as suas necessidades e, desta maneira, criar um “novo mundo” com novos objectos e instrumentos.
A ciência e a técnica são as grandes responsáveis pelos problemas como a poluição causada pelas indústrias, a extinção das espécies animais e vegetais, a escassez dos recursos da Natrureza ( Na última cimeira da Terra, em 2002, foi divulgado o como os recursos do nosso planeta estão em escassez: Para que toda a população mundial pudesse viver a nível de recursos e qualidade de vida média europeia seriam necessárias 4 “terras” e meia com os mesmos recursos que o nosso planeta). Não podemos culpar nem a ciência nem a técnica pelo caminho que se poderá tomar. Nós é que escolhemos o caminho, damos uma espécie de vida às invenções. Caminhamos com elas para um futuro que tem 50% de probabilidade de ser catastrófico até ao final do século, segundo as palavras do astrofísico Martin Rees (Público 13 de Dezembro 2003 e também Scientific American Agosto de 2004). “As novas tecnologias e as biotecnologias, em particular podem conduzir a ameaças em relação às quais poderá ser ainda mais difícil protegermo-nos delas”. Outros problemas são “desenvolvimentos em biologia e nos computadores, que podem levar-nos a construir máquinas inteligentes, e à capacidade de modificar os seres humanos. Houve uma coisa que não mudou desde que existe civilização: A NATUREZA HUMANA. MAS, durante este século, ATÉ ISSO PODE MUDAR.” Comenta Sir Martin Rees.
Se a ciência, enquanto investigação pura, é eticamente neutra, o mesmo já não podemos dizer do seu processo e das escolhas na investigação da sua aplicação. Também não podemos esquecer que a investigação científica acaba por ser refém de interesses económicos, políticos e religiosos.
Entramos duma dualidade: a tecnociência veio salvar ou destruir? Ou melhor: Quem conduz essa tecnociência salva ou mata? Ou ambas as coisas? Vivemos numa rede gigantesca, é uma questão muito complexa. Podemos apenas afirmar que existe algo positivo ou negativo ou até num estágio de reflexão numa dada comunidade científica em relação a um assunto num objectivo. O que pode ser bom para uma coisa pode ser mau para outra. O que nos salva de uma multiplicação desenfreada ( ou pelo menos ainda mais desenfreada) da tecnociência é a ética por detrás, é um travão reflectivo e ao mesmo tempo que nos sufoca. Dá espaço para se pensar no que se está a fazer mas ao mesmo tempo não deixa tempo nem certas condições para pensar em algo que não seja um ser com auréola no nosso obro a dizer: “vê lá o que estás a fazer!”.

Ler:
Scientific American Agosto 2004 – Entrevista com Sir Martin Rees
Público 13 de Dezembro 2003

Read more...

14/09/2006

Ética e os perigos da tecnociência

A ciência é um ponto de vista sobre o mundo, sobre o universo e sobre o homem, e por ser um ponto de vista abundam nela ocasiões para se cometerem erros e proporciona as oportunidades para uma utilização destrutiva das suas próprias descobertas, algumas vezes ao arrepio das intenções dos próprios investigadores.

A investigação genética, na área da clonagem reprodutiva, é uma área de risco da ciência.
Os problemas éticos levantados pela tecnociência contemporânea são tão pretinentes e graves que podem provocar uma “espécie de vertigem”: é o futuro da própria humanidade na sua composição biológica que está em jogo.

Na técnica existem dois elementos culturais: conhecimento científico e valores morais. O desenvolvimento da técnica exige a aceitação da determinados valores e implica a re-valorização das valorações éticas e sociais.
É que a técnica não traz só benifícios, acarreta também malefícios; os seus poderes são os nossos riscos. Precisamos não de uma técnica fria mas de uma técnica temperada pela ética.

A técnica surge como forma de o homem dominar a natureza para poder satisfazer as suas necessidades e desta maneira criar um “novo mundo” com novos objectos e instrumentos.
A técnica e a ciência são as grandes responsáveis por problemas como a poluição causada pelas indústrias, a extinção das espécies animais e vegetais, a escassez dos recursos da natureza (na cimeira da terra de 2002 discutiu-se como se poderia por todas as pessoas com pobreza extrema de todo o mundo a nível médio europeu em termos económicos e de recursos, ficou-se a saber que para neste momento se poder fazer isso seriam precisas quatro planetas iguais ao nosso em termos de recursos energéticos e alimentares), o armamento nuclear, etc... Mas não podemos condenar a técnica nem a ciência mas sim que a usa para fins negativos.
O conhecimento científico pode apresentar-se como um instrumento de destruição e manipulação da humanidade. A ciência e a técnica podem ser altamente destrutivas. A ciência pode corromper-se, quando colocada ao serviço da destruição e da violação de direitos como a liberdade e a autodeterminação.
Se a ciência, enquanto investigação pura, é eticamente neutra, o mesmo já não podemos dizer do seu processo e escolhas na investigação e da sua aplicação. Também não podemos esquecer que a investigação científica acaba por ser refém de interesses económicos, políticos e religiosos.

Coloca-se a questão:
Até onde é aceitável que a ciência vá? No campo da engenharia genética com a realização de experiências com embriões humanos, foi dado ao homem um poder que pertencia unicamente à natureza.
Não podemos negar os benefícios da engenharia genética relativamente à área da clonagem terapêutica.

A ciência tem limites: não conhece toda a realidade.
Conhecemos as leis que estão na base de toda a química e de toda a biologia. Tivemos pouco êxito com a previsão do comportamento humano a partir de equações matemáticas, equacionar turbulência atmosféricas! Mesmo que encontremos um conjunto de leis básicas, continuará a existir a tarefa de desenvolver métodos de aproximação melhores que possamos elaborar com êxito previsões das consequências possíveis em situações realistas, por exemplo prever com maior precisão, na área da meteorologia, tempestades, tornados, e sismos.
Outro limite é a de não explicar a totalidade da existência humana.

É positivo não se poder saber tudo. “Um universo em que tudo se saberia seria estático e aborrecido” (Carl Sagan; “Cosmos”).

Read more...

desde (quase) o início: Evolução biológica

Evolução biológica
As mais velhas rochas, na Gronelândia, com cerca de 3 mil e oitocentos milhões de anos (menos de mil milhões de anos depois da formação da Terra). O vulcanismo primitivo chegava ao fim. Os oceanos regurgitavam de moléculas complexas geradas durante o grande dilúvio. Neste terreno há microfósseis: algas azuis, capazes de realizar fotossíntese. Nesta alga não há núcleo, apenas uma massa gelatinosa fechada dentro de uma membrana. São estas células simples que se teriam associado para formar as complexas células dos seres vivos.
Os organismos pluricelulares mais antigos têm 700 milhões de anos e são as medusas
Há 600 milhões de anos eis as primeiras conchas e artrópodes, com um exoesqueleto.
Há 500 milhões de anos o esqueleto passa para o interior: começa o reino dos peixes. Há 300 milhões de anos eis a passagem para a terra, graças à camada de ozono criada pela respiração vegetal aquática: é o começo do período dos répteis e das aves.

"Um pouco mais de azul", Humberto Reeves

Read more...

desde (quase) o início: Fase planetária

Fase planetária
No espaço faz frio e os átomos são raros, na novas moléculas são frágeis e estão sob ameaça de raios cósmicos e radiação UV. É preciso um abrigo. A natureza vai inventar um abrigo. Um ambiente sem muito calor nem muito frio, denso, que facilite os contactos e que proteja dos raios letais cósmicos: Um planeta.
O calor tem um papel dominante na vida dos planetas: qual é a origem desse calor? 1º - violência dos choques da chuva meteórica; 2º - radioactividade natural dos átomos instáveis na nebulosa inicial (urânio e tório).
Quanto mais maciço o planeta maior o seu calor inicial. A lua, 80 vezes mais leve que a Terra, extinguiu as suas reservas de calor em 3 milhões de anos. Marte ainda tem algumas reservam como testemunham os seus raros vulcões.
A quase totalidade da matéria universal é gasosa. A fracção sólida é de cerca um milionésimo do universo e a fracção líquida é mil vezes inferior. A água líquida é mais rara à escala cósmica que ouro na Terra.
O poder de dissolução da água permite integrar grandes quantidades de moléculas estranhas, os contactos entre moléculas são prolongados: a água é um potente auxiliar da organização.
Reaparece a construção fotoquímica mas em condições muitos favoráveis:
1º - A fraca radiação UV das estrelas distantes é substituída pela do Sol, há também o potente efeito ionizante dos relâmpagos;
2º - A densidade das moléculas é muito mais elevada que no espaço;
3º - Este acréscimo de população aumenta a possibilidade de encontros e ligações;
4º - A temperatura, que era de algumas dezenas de graus no espaço, agora é de centenas.
5º - As gigantes vagas oceânicas misturam as moléculas nas águas, que as protegem das radiações ionizantes.
Numa experiência em que põe num sistema fechado água líquida e gases da atmosfera inicial, com eléctrodos para efectuar descargas eléctricas. A água adquire uma cor acastanhada onde se encontram açúcares, álcoois, gorduras e ácidos aminados: substâncias orgânicas. Pensava-se que estas substâncias orgânicas só podiam ser produzidas por seres vivos.
Através de catálise formam-se moléculas capazes de quebrar o álcool ou açúcar e sugar a sua energia: é o começo da alimentação. Esta energia capturada poderia servir para rebentar em moléculas mais pequenas. Neste caso é um fracasso: os fracassos são eliminados, os êxitos persistem e abrem a via a novas aventuras
Com a ajuda de ganchos atómicos, moléculas podem associar-se a moléculas fgordas, criando uma capa impermeável. Algumas membranas possuem a propriedade de deixar entrar certas moléculas e excluir outras: tornam-se selectivas. Se, no seu interior, se encontrar um enzima, para quebrar os açúcares e libertar a sua energia ver-se-ão resíduos a sair para o exterior do sistema: é a primeira digestão(realizado em experiências laboratoriais).
Com a multiplicação dos sistemas consumidores, as reservas de energia oceânica são gastas. O progresso ficou ameaçado... até aparecer uma molécula especial, antepassado rudimentar da clorofila, que capta a energia dos fotões solares.

"Um pouco mais de azul", Humberto Reeves

Read more...

desde (quase) o início: Fase interestelar

Fase interestelar
A temperatura aproxima-se a algumas dezenas de graus absolutos. O hidrogénio vai dar novas moléculas : água, amoníaco, metano e outros hidrocarbonetos.
Partículas formadas por electrões, protões e núcleos complexos atingem a Terra: raios cósmicos. Estes raios têm energias superiores ao necessário para quebrar as ligações nucleares. Núcleos interestelares quebram-se em núcleos mais pequenos formando novos átomos: lítio, berílio e boro, que não são formados nas estrelas por serem frágeis ao calor.

"Um pouco mais de azul", Humberto Reeves

Read more...

desde (quase) o início: Fase estelar

Fase estelar
A gravidade actua em escalas locais. Quanto maiores as concentrações de massa maior é a gravidade nesse local e mais massa atrai para essa zona.
Graças à força da gravidade estas condensações vão transformar em calor interno uma parte da sua energia: a Temperatura sobe
Estas condensações de massa que vão aquecer e brilhar são as estrelas
A temperatura central da estrela ultrapassa os 10 milhões de graus. Os protões entram em contacto uns com os outros. Os nucleões vão juntar-se para formar, de novo o deutério. A estrela transforma hidrogénio em hélio. E quando o hidrogénio falta? A estrela volta a produzir energia e começa a contrair-se.
O coração da estrela está a cem milhões de graus. Os caroços de hélio colidem se 3 caroços de hélio se combinam formam um sistema estável: carbono. Este encontro triplo é extraordinariamente raro. O papel do acaso exige tempo.
A contracção da estrela torna-se vagarosa. A sua atmosfera incha e torna-se vermelha: nasce uma gigante vermelha. No coração desta gigante vermelha, núcleos de hélio e carbono combinam-se para formar oxigénio.
O hélio esgota-se no coração da estrela. A estrela contrai-se e a temperatura aumenta até mil milhões de graus. É o carbono, agora, que se torna no combustível. Esta combustão produz novos elementos: néon, sódio, magnésio, alumínio, silício, fósforo e enxofre ( os dois últimos em quantidades mais fracas).
A estrela gera e emite cada vez mais neutrinos. A emissão de energia acelera, a concentração nas camadas exteriores é cada vez maior.
Depois da fusão do carbono, vem a do néon, do oxigénio e depois do silício. Estas fases ocorrem entre dois a cinco mil milhões de graus.
A energia térmica ameaça ultrapassar a energia de ligação dos núcleos.
O débito de energia da estrela é elevado e para compensar esta contrai-se cada vez mais rapidamente: explosão
Nenhuma molécula se pode unir no interior de uma estrela. É no frio do espaço que se vão unir.
Um núcleo de carbono liga-se a quatro protões: catálise. A catálise permite acelerar uma reacção entre duas outras partículas: A evolução nuclear auto-acelera-se. Este efeito catalisador forma azoto, que aparece como subproduto da fusão catalisada do hidrogénio em hélio. A catálise é a primeira forma de reprodução, reprodução no sentido em que o sistema gerado é idêntico ao primeiro.
Com a explosão da estrela fica um resíduo: uma estrela de neutrões ou pulsar, com centenas de milhões de toneladas por cm3. este resíduo acende e apaga várias vezes por segundo: 1º - só uma fraca porção da sua superfície emite luz e 2º - giram rapidamente sobre elas mesmas. Outro resíduo será a anã branca gerada a partir de uma nebulosa planetária, com uma tonelada por cm3, mais tarde, esta anã branca será uma anã negra.
Os núcleos pesados gerados pela estrela são projectados no frio, onde capturam os electrões. O carbono toma 6 electrões, o oxigénio 8, o ferro 26 e o ouro 68: aparecem átomos pesados no Universo. Temos assim, o carbono, o azoto e o oxigénio, que representam, com o hidrogénio, a maioria dos átomos do nosso corpo.
À volta de um átomo de oxigénio dispõem-se 8 átomos de alumínio originando uma rede cristalina
"Um pouco mais de azul" Humberto Reeves

Read more...

desde (quase) o início: Fase cósmica

Fase cósmica
Um oceano de calor
Antes do primeiro segundo o universo é um puré composto por protões, neutrões, electrões, fotões e neutrinos. As colisões são frequentes. Um protão e um neutrão podem combinar-se formando o deutério mas aparece um fotão que os separa.
No primeiro segundo a temperatura desce cerca de 10 mil milhões de graus. Existem cada vez menos fotões para quebrar as ligações do deutério. Estes duram cada vez mais tempo. Logo aparecem sistemas de 3 e 4 nucleões , são núcleos de hélio. Esta fase durou alguns minutos. O Universo possui agora núcleos de hélio e populações muito fracas de núcleos mais leves como o deutério, hélio-3 e lítio-7.
A evolução nuclear parou no hélio-4 – o Universo falhou a sua primeira tentativa de nucleossíntese. O hélio-4 é demasiado estável. Os seus laços estão saturados. É um gás nobre.
A energia térmica diminui até ser comparável à electromagnética, um milhão de vezes mais fraca. A descida de temperatura durará um milhão de anos. A cerca de 3 mil graus cada protão é revestido de um protão e cada núcleo de hélio é revestido de dois electrões: nasceram os átomos e moléculas.
Um milhão de anos. Neste momento já não há electrões livres para impedir a passagem dos fotões. O Universo torna-se transparente.
A matéria passa para o comando

Read more...

desde (quase) o início: Intro

Em 1929, Edwin Hubble mostrou que quase todas as galáxias se afastavam de nós, usando a técnica do efeito Doppler. Afastam-se tanto mais depressa quanto mais distantes se encontram, tal como um pudim no forno. Se eu observar para qualquer direcção a velocidade de expansão é a mesma. Aplicando a teoria da relatividade geral de Einstein, falamos na teoria da expansão universal, da explosão inicial : big bang.
Ao olhar para longe no universo nota-se que o número de galáxias e quasars num dado volume é tanto maior quanto mais distante se olha. Qual a idade do Universo?
1º método – movimento das galáxias: recuemos no tempo até ao momento em que a sua matéria se sobrepunha. Este instante “zero” situa-se entre 15 e 20 mil milhões de anos
2º método – a idade das estrelas mais velhas: as estrelas aquecem-se com energia nuclear. Obtêm luz queimando os seus carburantes. Queimam átomos de hidrogénio transformando-os em hélio. Depois queima os átomos de hélio transformando-os em átomos mais pesados. É a vida das estrelas. Na nossa galáxia encontram-se estrelas de “primeira geração” com idades entre 15 e 16 mil milhões de anos. Na teoria da expansão universal as galáxias aparecem demasiado cedo, mil milhões de anos depois da explosão inicial.
3º método – a idade dos átomos mais velhos: a vida média do C-14 é de 6 mil anos. Mil átomos de C-14 passados seis mil anos restam 500, depois de doze mil anos, 250... O urânio 235 e o urânio-238 têm vida média de mil milhões e seis mil milhões de anos. Na Terra há 137 vezes mais U-238 que U-235. No tempo dos dinossauros era de 110. Quando do nascimento da Terra era de três. Os núcleos de urânio foram gerados no seio das estrelas. A abundância relativa destes isótopos serve de ampulheta cósmica. Idade do universo está entre 12 e 17 mil milhões de anos.
Recuando no curso do tempo vemos as galáxias aproximarem-se umas das outras. A densidade média do Universo aumenta, e com ela a temperatura. A matéria atrai a luz, a luz atrai matéria, a luz atrai luz. No primeiro milhão de anos, o Universo é dominado pela luz, que com o tempo se tornou anémica. A luz era reabsorvida e não teve possibilidade de chegar até nós. Esta opacidade tira-nos a esperança de ver o início do universo. Mas a radiação fóssil foi emitida na passagem da opacidade à transparência.
O hidrogénio domina o universo com 90% dos átomos, o hélio vem em segundo com 8 ou 9%. O conjunto dos outros elementos dividem o restante.
Quanto mais elevada é a temperatura mais colisões de dão e mais violentas são as reacções. Nos primeiros instantes as colisões multiplicavam-se sem limite. Nos primeiros minutos a temperatura baixou, o fogo nuclear extinguiu-se. Neste caldo inicialmente composto por protões e neutrões , se encontra actualmente 10% de núcleos de hélio para 90% de hidrogénio. Mais ou menos o que se observa actualmente no universo. 8 a 10 átomos de hélio para 90 de hidrogénio é o mesmo que se encontra em galáxias muito ou pouco activas, no interior de estrelas ou em sítios calmos: O Universo é uniforme.
A fase inicial de reacções nucleares cósmicas gera em fraca quantidade deutério (hidrogénio pesado), hélio-3 (hélio leve) e um isótopo do lítio. As quantidades calculadas concordam com as observadas no Cosmos.
No Cosmos há mil milhões de fotões por cada átomo, porquê? Matéria e antimatéria juntas transformam-se em luz. Nos primeiros segundos matéria e antimatéria coexistiam e formavam luz, mas também renasciam dela (resultados verificados em laboratórios de física nuclear). Há uma diferença inferior a um milionésimo entre matéria e antimatéria, esta diferença é a favor da matéria ordinária. No curso do arrefecimento matéria e antimatéria aniquilavam-se sem voltar a reconstituir-se. Tudo desapareceu menos a diferença que havia, que é o que conhecemos.

"Um pouco mais de azul", Humberto Reeves

Read more...

05/09/2006

Universo Paralelo

Existem milhões e milhões de universos, este é apenas mais um, criado no momento em que decidi criá-lo. Pois, é assim que nascem os Universos. Cada opção que tomamos é o caminho do nosso Universo, todos os outros são os todos os caminhos pelos quais não seguimos. Este é mais um Universo, as minhas escolhas, críticas, etc...

Read more...
<<
Related Posts Widget for Blogs by LinkWithin