Uma equipa de astrofísicos dos EUA e da Suíça descobriu que a teoria da relatividade geral de Einstein funciona consistentemente nas escalas tão grandes como aquelas que separam as galáxias, num estudo publicado na revista Nature. A teoria foi testada e "funciona entre 2 e 50 megaparsecs, cerca de 6,5 a 150 milhões de anos-luz (1 parsec = 3,2616 anos luz) num desvio para o vermelho de z~0,32".
A equipe analisou cerca de 70.000 galáxias, uma quantidade chamada “EG“, e que é baseada na quantidade de aglomeração nas galáxias observadas e na distorção da luz produzida pela sua passagem pela matéria intermediária. "De forma simplificada, EG é proporcional à densidade média da matéria do Universo e inversamente proporcional à taxa de crescimento da estrutura do universo. Essa combinação especial se livra das flutuações de amplitude e, portanto, foca diretamente na combinação particular que é sensível as alterações da teoria da relatividade geral." Pengjie Zhang (Xangai Observatory).
Os resultados valor de EG são de cerca de 0,39, e de acordo com a previsão geral relativista é estimado um valor de cerca de 0,4.
De acordo com a Teoria da Relatividade Geral, publicada por Einstein em 1915, a matéria (energia) curva o espaço e o tempo à sua volta - a gravitação é um efeito da geometria do espaço-tempo. Isso significa que a luz se curva à medida que passa por um objecto de grande massa, como o núcleo de uma galáxia. A teoria foi validada muitas vezes na escala do Sistema Solar, mas testes em escala galáctica ou cósmica até então mostraram-se inconclusivos.
Teorias que falharam: O Método Científico a Funcionar
Este novo estudo contradiz um outro divulgado no ano passado que indicou que o Universo no seu início, entre 11 e 8 m.M.a. de anos atrás, não se poderia encaixar na descrição relativística geral da gravidade.
A teoria Tensor-Vector-Scalar (TeVeS), surgiu com a intenção de desconsiderar a presença da matéria escura através da aplicação de alterações na teoria da relatividade geral. A TeVeS tentou dar uma resposta as observações do comportamento das rotações galácticas pelas técnica do uso de lente gravitacional, este novo trabalho parece afastá-la.
Este estudo também questionou teorias como a f(R), um mecanismo alternativo proposto para explicar a expansão acelerada do Universo que descarta a energia escura.
Ao calcular EG e compará-lo com as previsões da teoria TeVeS, com as estimativas da teoria f(R) e com o modelo da matéria escura fria da relatividade geral, a equipa chegou a resultados interessantes: As previsões da teoria da relatividade geral se encaixam dentro da margem de erro experimental, o EG previsto por f (R) também se manteve dentro da margem de erro, mas as previsões da teoria TeVeS falharam.
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