O Objecto Mais Velho e o Universo Jovem
OGM em Estudo
Centenas de estudos, dos quais 81 foram financiados com fundos da União Europeia, chegaram à conclusão de que a segurança das novas plantas É semelhante à das tradicionais. Mais ainda, os controlos a que são submetidas são muito mais rigorosos que os das plantas tradicionais. Os prazos para conseguir uma licença são semelhantes aos que regem o lançamento de novos medicamentos. Por vezes esperam-se dez a quinze anos desde a obtenção do novo OGM até ser permitida a comercialização com todas as garantias.
Os prazos para conseguir uma licença são semelhantes aos que regem o lançamento de novos medicamentos.
Para que produtos GM entrem nas nossas mesas terão que passar pela análise da UE, que decidirá se o produto passa ou não para as prateleiras comerciais europeias. Enquanto isso, os americanos apresentam já nas suas mesas 50% de produtos trangénicos. A actual directoria que vigora na UE relativamente aos OGMs é a directiva 2001/18/EC, que entrou em vigor em Abril de 2004. Esta directiva articula medidas rigorosas para controlar o impacto de cada espécie introduzida. Também obriga ao acompanhamento dos produtos após a sua inserção no mercado, propondo normas de rotulagem claras. O produtor e o distribuidor têm de transmitir e guardar a informação sobre cada produto que contenha ou tenha sido gerado a partir de um ingrediente trangénico, desde o cultivo à sua comercialização. Uma espécie de currículo. Esta informação deverá ser conservada por cinco anos.
Não é justo afirmar que toda a lavoura geneticamente modificada vá ser um problema. O que se precisa fazer é concentrar as pesquisas na questão dos riscos em vez de imaginar quais serão as futuras repercussões.
A 8 de Dezembro de 2003 a Comissão Permanente para a Cadeia Alimentar da UE debateu a autorização para uma nova variedade de milho, o Bt-11, modificado geneticamente para produzir o seu próprio insecticida. A votação terminou com seis votos a favor, seis contra e três abstenções. O debate ficou adiado.
Fonte: Scientific American
OGM - Um Perigo Para a Biodiversidade?

Um estudo científico de larga escala comparou campos de plantações GM de colza e beterraba com campos adjacentes das mesmas plantações não GM. Os resultados confirmaram o perigo que as plantações GM representam para a biodiversidade. Os campos onde a colza GM crescia tinham 30% menos borboletas, 70% menos ervas e 5 vezes menos sementes disponíveis para a alimentação de animais silvestres que os campos de colza não GM. Os campos de beterraba GM apresentavam 1,4 vezes menos borboletas, 1,3 vezes menos ervas, 3 vezes menos sementes de outras plantas silvestres que alimentam pássaros e insectos e ainda 40% menos flores nas suas margens, quando comparados aos campos de plantações de beterraba não GM.
A causa são alguns herbicidas tão fortes que só podem ser usados em culturas GM. Estes herbicidas têm um efeito destruidor sobre a biodiversidade. Muitos medicamentos podem sofrer com as consequências visto que são oriundos de biodiversidade, como por exemplo drogas usadas em cardiologia ou para doenças degenerativas, relaxantes musculares usados em cirurgia, aspirina e inúmeros antibióticos. Os OGMs provocam também alguns distúrbios na vida animal envolvente.
Uma das espécies prejudicadas é a borboleta monarca, um símbolo da população norte-americana, devido ao facto de ser a polinizadora de várias plantas. Uma delas é a Esclépia. Hoje, lavouras de Bacillus thuringiencis (Bt) contêm genes que lhes permitem resistir a ataques de insectos ou tolerar herbicidas de ervas daninhas, estas variedades fabricam o seu próprio insecticida. A resistência a insectos tem sido possível graças ao gene de uma bactéria, o Bacillus thuringiencis. Esse gene direcciona a célula para fabricar uma proteína que tem acção contra insectos e pragas que atacam as lavouras, especialmente lagartas e besouros. A proteína codificada pelo gene pode afectar diferentes colónias de insectos.
Quais os efeitos das plantações Bt nos animais que passam perto das plantas GM? Promoveriam a polinização das plantas adjacentes, propagando os genes Bt, criando superervas daninhas com um crescimento descontrolado? Que riscos poderá haver se os genes manipulados perderem a sua capacidade de protecção deixando, assim, as plantas modificadas geneticamente vulneráveis aos ataques de insectos e ervas daninhas? Um estudo de laboratório indica que a aveia selvagem, uma erva daninha invasora de culturas de aveia, pode ganhar os genes que dão resistência ao vírus do nanismo amarelo. Se isto acontecer numa lavoura, a aveia selvagem poderá alastrar-se com rapidez e intensidade incontroláveis, superando as aveias não selvagens.
fonte: Scientific American
A Agricultura GM Poderá Substituir a Agricultura Tradicional?
Fonte: Scientific American
O Frágil Tripé da Agricultura Tradicional
O perigo dos agroquímicos não é só o lançamento de gases de efeito estufa, também é a saúde das pessoas e animais. Um praguicida – o DDT –chegou ¬a provocar cancro, efeitos teratogénicos e tóxicos a muitas pessoas e animais além de também poluir cursos de água e o solo, embora tenha sido usado com êxito contra os vectores da malária e encefalite em algumas áreas do Hemisfério Sul. O DDT e outros pesticidas organoclorados foram já banidos.
O glifosfato, um herbicida de baixa toxicidade, mata uma grande variedade de plantas com um impacto ambiental reduzido. Uma das variedades é a soja. Para impedir que a soja fosse danificada, pesquisadores criaram por engenharia genética uma variedade resistente ao glifosfato inserindo o gene da bactéria, resistente ao herbicida no DNA d a planta da soja. Criou-se assim um OGM (Organismo Geneticamente Modificado), transferindo uma dada informação do plasmídeo de uma bactéria e com a ajuda de uma pistola de genes, insere-se o gene na cadeia helicoidal da planta. Serão os OGM uma solução em relação à poluição e à saúde? Haverá novos problemas restritos dos OGM? Problemas que não havia na agricultura tradicional e embora os OGM tenham ultrapassado uns problemas outros se levantaram?
28/04/2009
O Objecto Mais Velho e o Universo Jovem
OGM em Estudo
Centenas de estudos, dos quais 81 foram financiados com fundos da União Europeia, chegaram à conclusão de que a segurança das novas plantas É semelhante à das tradicionais. Mais ainda, os controlos a que são submetidas são muito mais rigorosos que os das plantas tradicionais. Os prazos para conseguir uma licença são semelhantes aos que regem o lançamento de novos medicamentos. Por vezes esperam-se dez a quinze anos desde a obtenção do novo OGM até ser permitida a comercialização com todas as garantias.
Os prazos para conseguir uma licença são semelhantes aos que regem o lançamento de novos medicamentos.
Para que produtos GM entrem nas nossas mesas terão que passar pela análise da UE, que decidirá se o produto passa ou não para as prateleiras comerciais europeias. Enquanto isso, os americanos apresentam já nas suas mesas 50% de produtos trangénicos. A actual directoria que vigora na UE relativamente aos OGMs é a directiva 2001/18/EC, que entrou em vigor em Abril de 2004. Esta directiva articula medidas rigorosas para controlar o impacto de cada espécie introduzida. Também obriga ao acompanhamento dos produtos após a sua inserção no mercado, propondo normas de rotulagem claras. O produtor e o distribuidor têm de transmitir e guardar a informação sobre cada produto que contenha ou tenha sido gerado a partir de um ingrediente trangénico, desde o cultivo à sua comercialização. Uma espécie de currículo. Esta informação deverá ser conservada por cinco anos.
Não é justo afirmar que toda a lavoura geneticamente modificada vá ser um problema. O que se precisa fazer é concentrar as pesquisas na questão dos riscos em vez de imaginar quais serão as futuras repercussões.
A 8 de Dezembro de 2003 a Comissão Permanente para a Cadeia Alimentar da UE debateu a autorização para uma nova variedade de milho, o Bt-11, modificado geneticamente para produzir o seu próprio insecticida. A votação terminou com seis votos a favor, seis contra e três abstenções. O debate ficou adiado.
Fonte: Scientific American
Por Dário Cardina Codinha
0 comentários chave Bioética, Biologia, Biotecnologia, OGM

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Um estudo científico de larga escala comparou campos de plantações GM de colza e beterraba com campos adjacentes das mesmas plantações não GM. Os resultados confirmaram o perigo que as plantações GM representam para a biodiversidade. Os campos onde a colza GM crescia tinham 30% menos borboletas, 70% menos ervas e 5 vezes menos sementes disponíveis para a alimentação de animais silvestres que os campos de colza não GM. Os campos de beterraba GM apresentavam 1,4 vezes menos borboletas, 1,3 vezes menos ervas, 3 vezes menos sementes de outras plantas silvestres que alimentam pássaros e insectos e ainda 40% menos flores nas suas margens, quando comparados aos campos de plantações de beterraba não GM.
A causa são alguns herbicidas tão fortes que só podem ser usados em culturas GM. Estes herbicidas têm um efeito destruidor sobre a biodiversidade. Muitos medicamentos podem sofrer com as consequências visto que são oriundos de biodiversidade, como por exemplo drogas usadas em cardiologia ou para doenças degenerativas, relaxantes musculares usados em cirurgia, aspirina e inúmeros antibióticos. Os OGMs provocam também alguns distúrbios na vida animal envolvente.
Uma das espécies prejudicadas é a borboleta monarca, um símbolo da população norte-americana, devido ao facto de ser a polinizadora de várias plantas. Uma delas é a Esclépia. Hoje, lavouras de Bacillus thuringiencis (Bt) contêm genes que lhes permitem resistir a ataques de insectos ou tolerar herbicidas de ervas daninhas, estas variedades fabricam o seu próprio insecticida. A resistência a insectos tem sido possível graças ao gene de uma bactéria, o Bacillus thuringiencis. Esse gene direcciona a célula para fabricar uma proteína que tem acção contra insectos e pragas que atacam as lavouras, especialmente lagartas e besouros. A proteína codificada pelo gene pode afectar diferentes colónias de insectos.
Quais os efeitos das plantações Bt nos animais que passam perto das plantas GM? Promoveriam a polinização das plantas adjacentes, propagando os genes Bt, criando superervas daninhas com um crescimento descontrolado? Que riscos poderá haver se os genes manipulados perderem a sua capacidade de protecção deixando, assim, as plantas modificadas geneticamente vulneráveis aos ataques de insectos e ervas daninhas? Um estudo de laboratório indica que a aveia selvagem, uma erva daninha invasora de culturas de aveia, pode ganhar os genes que dão resistência ao vírus do nanismo amarelo. Se isto acontecer numa lavoura, a aveia selvagem poderá alastrar-se com rapidez e intensidade incontroláveis, superando as aveias não selvagens.
fonte: Scientific American
Por Dário Cardina Codinha
2 comentários chave Bioética, Biologia, Biotecnologia, OGM

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Por Dário Cardina Codinha
0 comentários chave Bioética, Biologia, Biotecnologia, OGM

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O perigo dos agroquímicos não é só o lançamento de gases de efeito estufa, também é a saúde das pessoas e animais. Um praguicida – o DDT –chegou ¬a provocar cancro, efeitos teratogénicos e tóxicos a muitas pessoas e animais além de também poluir cursos de água e o solo, embora tenha sido usado com êxito contra os vectores da malária e encefalite em algumas áreas do Hemisfério Sul. O DDT e outros pesticidas organoclorados foram já banidos.
O glifosfato, um herbicida de baixa toxicidade, mata uma grande variedade de plantas com um impacto ambiental reduzido. Uma das variedades é a soja. Para impedir que a soja fosse danificada, pesquisadores criaram por engenharia genética uma variedade resistente ao glifosfato inserindo o gene da bactéria, resistente ao herbicida no DNA d a planta da soja. Criou-se assim um OGM (Organismo Geneticamente Modificado), transferindo uma dada informação do plasmídeo de uma bactéria e com a ajuda de uma pistola de genes, insere-se o gene na cadeia helicoidal da planta. Serão os OGM uma solução em relação à poluição e à saúde? Haverá novos problemas restritos dos OGM? Problemas que não havia na agricultura tradicional e embora os OGM tenham ultrapassado uns problemas outros se levantaram?
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Por Dário Cardina Codinha
1 comentários chave Bioética, Biologia, Biotecnologia, OGM

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