Um trabalho de virologia, um bom trabalho. Uma boa apresentação desse trabalho e, pum! Críticas duríssimas sem argumentos. Aqui vou enumerar algumas das críticas e a lógica das mesmas.
O trabalho tem sido explorado nos posts mais recentes.
1- Na parte do trabalho que diz “primeiro registo de pandemia”, que durou entre 1580 e 1647.
A crítica: " Uma pandemia não dura tanto tempo. E foi a primeira???"
A origem deste excerto do trabalho é a Scientific American: “A primeira pandemia influenza descrita data de 1580, desde então já 31 foram observadas.”; Daqui " O primeiro registo de pandemia data de 1580, ocorrendo em África e na Europa. Foi responsável pela morte de milhares de pessoas em 1647 à medida que alastrava das Caraíbas até Nova Inglaterra.”; Daqui, daqui e daqui: "La primera epidemia descrita que afecto a Europa, Asia y el Norte de África ocurrió en 1580, y la primera que afecto al Continente Americano ocurrió en 1647.".
A crítica faz sentido não faz? LOL
2- O excerto do capítulo Morfologia, que refere isto: " Hemaglutinina – HA – adesão às células. HA1 e HA2– clivagem por uma tripsina-like (protease da família das serinas)”
A crítica: " HA adere porque a clivagem promove a disponibilidade do péptido de sinal."
No entanto, na bibliografia aparece isto: " HA1 e o HA2. Com a clivagem, a HA sofre uma mudança conformacional induzindo a actividade de fusão de membrana do polipéptido HA2". O importante estava referido: a clivagem que promove a aproximação do vírus à célula. O outro grupo mencionou apenas a aproximação (sem mencionar o HA1 e o HA2) e não houve qualquer crítica. O grande problema é este: Incoerência nas avaliações.
3- No mesmo ponto
A crítica: " A clivagem não é pela tripsina mas por uma serínea"
Na bibliografia, aqui: “HA2 torna-se exposta em pH ácido e forma a glicoproteína da fusão. As mudanças conformacionais na HA em pH baixo resultam na exposição de alguns sítios e no seqüestramento de outros. Por exemplo, os sítios de clivagem por tripsina do peptídeo da fusão” Hmm??? Li bem? Tripsina?? Afinal quem é que não estudou?
4- No mesmo ponto
Crítica: " Tripsina-like não se escreve"
Bem, nos slides vi inúmeros estrangeirismos: DNA, RNA, ORF, Drift, Shift, Feedback. Não convém ter "like" porque apetece implicar. É incrível a falta de ética...
5- No ponto referente ao ciclo replicativo: "Montagem e Extrusão dos viriões"
Crítica: " Extrusão não existe"
Bem, não sou pró em português mas inventar uma palavra é estranho, não? Encontrei quem a inventou. Aqui alguém inventou a palavra... aqui, no dicionário também! Incrível! Mais incrível ainda, o próprio director desses professores tem um capítulo no seu livro chamado " Montagem e Extrusão. Fantástico.
6- No ponto das variações: Drift Antigénico e Shift Antigénico.
Crítica: " Tem de ser em português, deriva e salto"
Já expliquei este tema nos posts anteriores. Voltamos ao mesmo, estrangeirismos? Quem emprega dezenas de estrangeirismos por aula e que não sabe o significado de uma palavra intuitiva não tem competência nem moral para fazer uma crítica destas.
Mesmo assim, cá vai a bibliografia aqui e aqui, sim é a Roche. A Roche está errada, será?? Claro que não!
Aqui nesta imagem podemos ver que o "não faças o que digo nem o que faço" passa a fazer sentido. Bela coerência… Este é um slide das aulas. Parece-me ler “Drift” e “Shift”. Ups!
7- No excerto referente à prevenção e ao tratamento: Interferem função do domínio transmembranar da proteína viral M2.(fluxo proteico). Assim não há descapsidação“
Crítica: "Está errado, inibe a actividade enzimática da NA"
Na bibliografia pode-se ler aqui: " actua por inibição dos vírus, através do bloqueio da actividade do canal iónico M2” “inibidor da neuraminidase"
E isto não é mais do que a inibição da actividade enzimática. Talvez seja melhor referir que isto está errado porque a explicação tem de ser a nível atómico, ou melhor, a nível sub-atómico? A ordem dos farmacêuticos vai chumbar a virologia! Assim como muuuuitas outras instituições…
Em cima está o Excerto do trabalho original e em baixo O mesmo excerto no trabalho corrigido. Ora PORRA! Eu estava certo, não foi corrigido porque estava certo! Isto é muito estranho…
8- No capítulo da actualidade tem referência a “Gripe A”.
Crítica: “Não se pode escrever Gripe A”
Em cima está o excerto original e em baixo o corrigido. Cum Carago! Estava certo! Em cima "Gripe A"; em baixo "Gripe A". Perceberam? "Gripe A" está errado, então vamos corrigir e... txaram!!! -> "Gripe A" é o corrigido. Uma pergunta: Porquê dizer mal quando está certo? Esta gente é normal? Só mesmo no IHMT. Querem os nomes dos responsáveis?