As epidemias têm influenciado a história do ser humano, a política e a economia. Com o aparecimento da agricultura, há 12 mil anos, e a domesticação de animais permitiu um maior agrupamento populacional, o que facilitou a disseminação de doenças infecciosas.
A relação ambiente/saúde está presente na obra de Hipócrates: Ares, Águas e Lugares. Em 2400 a.C. empregou pela primeira vez as palavras epidemeion e endemeion.
Marco Terêncio Varro (116-27 a.C.) já alertava contra a construção de fazendas em sítios “encharcados”.
As superpovoadas casas de cómodos em que viviam os pobres romanos facilitavam a difusão de doenças transmissíveis.
Em 430 a.C. aparece, em Atenas, a primeira epidemia registada de Gripe. Foi também responsável pela destruição do exército de Carlos Magno, em 876.
Em 1580 surge a primeira pandemia de Gripe mas só em 1372 é que surge o primeiro termo para designar a doença. Um médico inglês, John Huxham, introduziu o termo Influenza relacionando os sintomas provocados pelo vírus com a influência astrológica.
Mais recentemente aparecem a Gripe “Espanhola”, A/H1N1, com uma mortalidade entre 2,5% e 5%, em 1918. Esta foi a pandemia de Gripe mais mortífera, entre humanos, de que há registo. Matou cerca de 21 milhões de pessoas num ano. Em 1957 surge a nova estirpe A/H2N2, conhecida como Gripe “Asiática”. Onze anos mais tarde, em 1968, a A/H3N2 entra em cena. Esta foi a terceira pandemia em cinquenta anos; chamar-se-ía Gripe de “Hong Kong”.
Um surto epidémico surgiu na Rússia em 1977, da estirpe H1N1, mais ma vez. Não chegamos ao fim do milénio sem assistir a mais um surto epidémico, agora da estirpe H5N1, a Gripe “das Aves”, com uma mortalidade de cerca de 50%, em 1997. Actualmente assistimos ao reaparecimento da estirpe H1N1, em 2009.
França, Francisco O. S., Bertolozzi, Maria Rita, “Pandemias: O custo preverso da exclusão social”, Scientific American Brasil, n.º 14, pg. 39, Julho 2003
Webster, Robert G., Walker, Elizabeth Jane, “Influenza”, Scientific American Brasil, n.º 14, pg. 46-49, Julho 2003
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