Supõe-se que no século passado, os gases de efeito estufa tenham aquecido o planeta cerca de 0,75ºC. Neste século o cenário não está melhor.
Chegar aos 560ppm desses gases traduz-se num aumento da Temperatura Média Global (TMG) de cerca de 3ºC. O acordo político é que até 2100 a TMG não exceda os 2ºC, equivalente a uma concentração de 450ppm.
Bem, de 450ppm para os 560ppm vão 110ppm e em quanto tempo injectamos essa concentração na atmosfera? Fácil, injectamos cerca de 2ppm/ano o que faz com que em 55 anos atingiríamos os 560ppm. O problema é que a meta são os 450ppm e nós estamos nos 387ppm. Assim sendo, dentro de 31 anos estamos na meta exigida. Em um terço do tempo atingiremos o limite imposto. “Neste momento estamos nos 387 ppm e a aumentar 2 ppm/ano” (Wallace Broecker).
De acordo com Myles Allen, a humanidade pode ainda injectar 1 milhão de toneladas de CO2 na atmosfera até 2050 e manter o aquecimento abaixo dos 2ºC. Mas… até este momento já emitimos metade dessa quantidade. Apenas um quarto das reservas de carvão, petróleo e gás natural podem ser queimadas. Isto é, “as emissões têm de cair 2%-2,5%/ano” (Myles Allen). Temos de conseguir uma “redução de 80% de emissões de CO2 até 2050.” (Jon Foley).
Fonte: Scientific American, Fevereiro 2010, "Numerologia Climática", David Biello
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Não podemos chegar à meta de 450ppm. Haverá um ponto de não-retorno. Cabe a todos nós preservar o ambiente e todo o ecossistema. O objectivo deverá ser abrandar o passo e incentivar uma economia baseada nas energias renováveis.
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