Na década de 1880 William Colley descobriu uma técnica para estimular a resposta imunológica. Descobriu os adjuvantes.
Já no século XX Gaston Ramon e Alexander Glenny experimentaram tapioca e hidróxido de alumínio para potenciar o efeito das vacinas contra o tétano. Durante os anos 30 foi descoberto que os antigénios suspensos em emulsões de óleo e água podem aumentar o mesmo efeito. Contudo, muitos destes aditivos aprestentavam efeitos indesejados.
Após ter havido uma diminuição no interesse pelos adjuvantes, o HIV, nos anos 80, motivou uma pesquisa de novas combinações de adjuvantes para tentar combater o vírus.
Em 1997 ocoreu uma descoberta bastante importante nesta área: há receptores celulares especializados em reconhecer padrões de parte de microrganismos. Detectam patógenos e fornecem o sinal de perigo que estimula as células dendríticas. Os receptores Toll-like (TLR) são os mais importantes para accionar as células dendríticas.
Novas Vacinas
Nos anos 80 e 90 houve uma tentativa de identificar adjuvantes naturais, e também sintéticos para modular a resposta imunitária. Os adjuvantes tradicionais, o alume e as emulsões de óleo em água (MF59 e AS03) estão aprovadas na Europa para uso nas vacinas da gripe.
Os avanços científicos permitiram a eliminação de elementos tóxicos nos adjuvantes e misturar substâncias para que a resposta imunitária fosse optimizada. Surgiu, assim, um novo adjuvante, o monofosforil lipídio A (MLP), produzido pela desintoxicação e purificação de um lípido da molécula LPS.
Uma nova vacina foi desenvolvida por um grupo de investigadores. É baseada no antigénio RTS,S, formado por uma proteína recombinante presente na superfície do parasita da malária. Conecta-se à superfície do antigénio da hepatite B para estimular o reconhecimento. Esta molécula é administrada com uma mistura de adjuvantes (emulsão de óleo em água, MPL e QS21 e extrato vegetal). A vacina foi testada e 71% dos receptores foram protegidos da contaminação. Outros testes demonstraram protecção em 30% das crianças e a incidência de sintomas graves foi reduzida 60%. Este é o sucesso das vacinas que combinam antigénios e adjuvantes para produzir a resposta imunitária requerida.
A vacina experimental contra a gripe, com emulsão de óleo em água AS03 gerou níveis de anticorpos de 90,5% dos receptores com 65 anos. Os adjuvantes são importantes para casos de epidemias e pandemias. Quando é necessário vacinar uma grande quantidade de indivíduos é necessário, também, menos quantidade de antigénios. Assim, uma vacina com adjuvante pode ter apenas um terço da quantidade de antigénio, como demosntrou a vacina experimental para a H5N1.
Novos Adjuvantes
Os lipossomas transportadores já são utilizados para encapsular medicamentos. Vesículas poliméricas de antigénios feitas de polissacáridos naturais têm a vantagem de incorporar substâncias imunoestimulantes naturais.
Os investigadores perceberam que a sinalização inicial das células dendríticas determina a resposta de acordo com o tipo de ameaça. Desta forma, ao realizar combinações de adjuvantes pode-se estimular o sistema imunitário da melhor forma.
Fonte:
Nathalie Garçon e Michel Goldman, "O Novo Poder das Vacinas" Scientific American, Novembro 2009
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