A nova filosofia é forçada a reformular a sua função e estatuto. Assim, cria-se uma nova maneira de filosofar, uma metodologia mais eficaz e rigorosa e, sobretudo, a fundamentação do saber científico.
«(…) a filosofia moderna toma consciência – e o seu traço mais específico consiste precisamente nesta consciência – do carácter subjectivo ou mental do mundo que está perante nós e no qual vivemos.»
De todas estas significativas transformações resulta uma distinção mais nítida entra a representação e o objecto, isto é, a consciência de que o dado imediato da nossa consciência não é a realidade em si mesma. «Com efeito, se aquilo que conhecemos imediatamente são as nossas representações, então não podemos estar imediatamente seguros de que a realidade externa é independente da nossa mente seja tal como nós a representamos.»
A filosofia moderna toma uma autoconsciência e consequente distanciação relativamente ao mundo relacionando-se com o espírito crítico, a prática livre exame, o repúdio de toda a autoridade que não seja a da razão ou experiência. Pode-se mesmo dizer que exigência critica-se – e até mesmo um certo gosto pela argumentação céptica – são comuns em Descartes e Kant; o 1º leva a dúvida às suas consequências extremas na primeira Meditação enquanto o segundo irá restringir o conhecimento ao mundo fenomenal, isto é, aos últimos limites da experiência humana.
De igual forma verifica-se uma independência da filosofia com a fé.
Esta filosofia não parte assim da própria ideia, mas da efectividade como dado, transformando-o em ideia: o ser.
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