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Faça em 5 Minutos!


Faça você mesmo perto de sua casa e com pouco material. Basta apenas uma boa dose de imaginação e de deixar de parte sentido crítico (para muita gente não é difícil).

Num passeio à zona da Fonte da Tenha, na Caparica deparei-me com uma paisagem bastante agradável. Mas também me deparei com algo insólito.

Em primeiro lugar reparei nuns riscos brancos que cortavam o céu azul, devem ser as chemtraills portuguesesas. Quando tirei a fotografia reparei que o sol parecia estar a apontar.
O sol não está normal, tem uns raios muito fortes e pequenos e outros muito longos e finos. Daqui se pode ter a certeza de que o Governo português está a esconder algo.

Outro facto estranho veio uns dias depois, quando andei a explorar mais profundamente a zona. Reparei nisto:
Estava numa área militar, uma zona escondida. E pude reaparar que estava diante de um “HAARP” português como se pode ver na primeira foto e nesta também, mais próxima:
Ainda reparei que as plantas em redor do local libertavam uma espuma estranha, deviam estar a morrer com as radiações! Vejam
O mar é um dos melhores indicadores de que o governo anda a fazer algo de muito estranho naquela zona. O mar apresentava, também ele, uma espuma branca em forma de círculo:
Por fim, um dia depois, em casa deparei-me com uma estranha configuração no céu.
Não me venham com explicações lógicas sobre tudo isto. Eu acredito na estória que criei porque me faz sentido.
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Afinal os Maias Previram o Quê?


Começo com um pouco de história sobre um povo com capacidades extraordinárias. De entre as civilizações mesoamericanas, a dos maias foi a que se manteve por mais tempo. Ainda existem cerca de 6 milhões de maias no México, Guatemala, Belize e Honduras. A sua época áurea remonta entre 250 a 900. Os maias mapearam passagens de objectos celestes. Os seus almanaques prevêem eclipses e as posições de Vénus e de Marte.

Os calendários Maias:

contagem longa – com anos de 360 dias
cíclico – combinação de outros dois calendários:
tzolkin – 260 dias, religioso
haab – 365 dias, civil


O objectivo do calendário de contagem longa era o de registar factos históricos de forma linear sem a repetição de datas que os calendários de contagem curta obrigam. Neste calendário, de 360 dias, o dia era kim, o mês era uinal e tinha 20 kim. O ano, tuin, tinha 18 uinais para totalizar os 360 kim.

Daqui nada ressalta que em 2012 haverá algum evento destruidor.

Em suma, os maias eram obcecados em comparar dados e recolher informação sistemática. É como medir tudo em minha casa e fazer comparações com tudo isso. Muito bem, a TV mede 63cm, a secretária 234, 234/63=3,71 que é a medida da espessura do meu telemóvel. Isto quer dizer alguma coisa, para além de ser uma observação meticulosa? Para os pseudo pode querer dizer que um lápis gigante vais riscar as paredes da minha casa no dia 4 de Abril de 2013? Não me parece. Mas há quem acredite! Há quem encontre mensagens subliminares em qualquer coisa, até em canetas BIC!


Post completo no AstroPT
Fonte:
SCIAM especial “Etnoastronomia”, “Astronomia Maia”, Bruno Maçaes.


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Criação Humana: Carl Sagan na Idade da Pedra


A ciência tem como finalidade desvendar a Natureza à nossa volta. Queremos compreender os processos. Como funciona e porquê. Quando e onde. Para quê e com quanto de energia. Contudo dá jeito a algumas pessoas que seja um ser superior a comandar-nos para nos descartarmos de pensamentos complexos e também de nos descartarmos de algumas culpas. Um deus é o ideal para nos sentirmos felizes com acidentes ou para atribuírmos a solução complexa a um ser poderoso.

Carl Sagan escreveu um texto bastante ilucidativo de como um povo nómada da idade da pedra descobriu um deus, antes de perceber o que era a realidade da Natureza:

“Um dia houve uma tempestade com muitos relâmpagos e trovões (…) o segredo da tempestade está escondido. (…) Talvez seja alguém muito poderoso que está zangado. Acho que deve ser alguém do céu.

Depois da trovoada (…). Fomos ver. Era uma coisa brilhante, quente, saltitante. (…) Chamamos-lhe «chama». (…) Come plantas (e) árvores. (…) É forte mas não é muito inteligente. (…) É incapaz de percorrer o espaço entre duas árvores se não tiver alimentos (…). Não consegue andar sem comer.

(…) Se corrermos muito com uma chama pequena ela morre(…). A chama é uma dádiva de seres poderosos. Serão os mesmos que se zangam e fazem a tempestade?

(…) O céu cobre-nos. (…) Costumávamos sentar-nos em roda, a inventar histórias sobre os desenhos do céu: leões, cães, ursos, caçadores. (…) Seriam as figuras dos poderosos seres do céu, daqueles que fazem a tempestade quando estão zangados?

(…) As nuvens passam entre nós e as estrelas: (…) devem estar para lá das nuvens (…). A Lua não come as estrelas. As estrelas devem estar para lá da Lua.

(…) As estrelas são chamas, pensei (…) são fogueiras que outras tribos de caçadores acendem à noite (…). Perguntam-me, «como é que pode haver fogueiras no céu? Porque (…) não caem a nossos pés? Porque não caem do céu tribos estranhas?»

Um de nós (…) pensa que a noite é uma grande pele de animal (…). A pele tem buracos. Através do buracos (…) vemos fogo.

(…) Talvez haja no céu duas espécies de seres poderosos. Os maus, que desejam que o fogo nos devore. E os bons que põe a pele para afastar o fogo. Temos de arranjar maneira de agradecer aos bons”


“Cosmos”, Carl Sagan, 5ª Edição, 1997

Parece-me que basta não perceber de física para dar a uma maçã poderes divinos na Lua.
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O Terramoto já Mostra Frutos


Os conspiracionistas começam a sua saga da forma mais perceptível e também com mais criatividade.
Num site destes lê-se este comentário:

“Orvalho, Patrícia e amigos, já repararam como estes “dominadores alienígenas” adoram o número ONZE? Trade Center, o fajuto atentado do 11 de setembro, o tal 911, lembram?”

Um blogger colocou um post sobre milhares de relâmpagos a atingir Hong Kong em 1h. Ainda notei um outro post do blogger no facebook sobre relâmpagos msiteriosos (sem mistério nenhum) no vulcão no Japão. Obvio que reparei que a notícia do vulcão era do início de Fevereiro deste ano e o dos 13 mil relâmpagos era de Setembro do ano passado! Esta gente saca às cegas notícias e junta tudo como se fosse uma mega catástrofe e estivesse tudo ligado por forma a poder teorizar uma conspiração. Pois, dá jeito! Quem não tem pensamento crítico acredita.

O melhor exêmplo foi o vídeo que o blogger colocou no facebook. O blogger acredita só porque lhe dá jeito.  imaginem… o vídeo data de 23/07/2008!!


Poderão ler o post completo aqui

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Grandes Explosões I – Erupções de Raios Gama


23 Janeiro 1999, na constelação de Coroa Boreal. A explosão mais brilhante registada pela humanidade, a 9 mil milhões de anos-luz. Foi uma erupção de raios-gama (GRB). Em média ocorrem 3 por dia no Universo observável.

GRB são divididas em dois grupos: curtas, menos de dois segundos, e longas. As curtas têm mais raios gama altamente energéticos.

O satélite de raios-X BeppoSAX descobriu que estas explosões apresentam “brilhos secundários” de raios X. Este brilho surge quando o sinal de raios gama desaparece e persiste por um período de dias ou meses. Passam de raios X para radiações menos energéticas (luz visível e ondas rádio).

O satélite identificou que essas erupções eram originárias de galáxias a milhares de milhões de anos-luz, o que sugere que esse evento é bastante poderoso.

Uma das primeiras GRB localizadas foi a GRB970508. O seu brilho variou de forma irregular nas três primeiras semanas, estabilizou e começou a diminuir. O plasma interestelar provoca variações nas ondas de rádio. Uma forma de perceber se é, de facto, uma GRB é a seguinte: Os planetas não piscam, estão próximos e parecem-se com discos. A GRB piscou nos comprimentos de onda do rádio e parou. A fonte deve ter aumentado de um pequeno ponto para disco com um diâmetro de semanas-luz.

Com esta e outras observações, o conceito de libertação súbita de energia e o termo “brilho secundário” foram postos de parte pois a energia nas duas fases é comparável.

A GRB990123 teve uma luminosidade de 1045 W, quase o mesmo que é libertado por uma supernova mas a maioria sob a forma de neutrinos e o restante, gradualmente, numa GRB. Dois dias depois da GRB de janeiro de 1999 observou-se uma diminuição drástica da luz, o que ocorreria caso essa radiação viesse de um jacto estreito. “Devido a um efeito da Relatividade o observador vê cada vez uma parte maior do jacto conforme a sua velocidade diminui” Como o ângulo de abertura do jacto é estreito só o vemos se este estiver direccionada na nossa linha de visão. Este efeito altera a nossa percepção da potencialidade da erupção. Um exemplo, uma abertuda de 10 graus do ângulo do jacto irá cobrir cerca de 1/500 do céu, o que faria a energia medida caír para 1/500 também. Mesmo assim, supostamente com 1/500 da energia e medição foi de 1045 W, bastante potente.

Fonte: Scientific American “As Mais Fantásticas Explosões do Universo
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Porque Falharam os Reactores Nucleares do Japão?


Os reactores nucleares são engenhosos sistemas de produção energética. São, também das obras de engenharia mais sofisticadas do mundo, já que são também dos maiores perigos se algo de errado acontecer.
Para prevenir desastres, estas centrais possuem diversos mecanismos de segurança.


E para quem tem dúvidas, o Brookhaven National Laboratory, contém um reactor nuclear usado na investigação médica. “Daqui saíram tratamentos inovadores para o combate a certos tipos de cancros do cérebro.” (DeRerumNatura). O BNL foi construído há precisamente há… 52 anos (!) e está de parabéns, não só porcausa das descobertas e prémios Nobel que recebeu mas também porque faz anos… hoje.
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A Arte de Não (Querer) Saber


Alguém comentou um post num blog metafísico onde também comentei. Não é da competência da ciência falar de um deus (e ainda bem), assim como não é da competência da religião meter o bedelho em questões científicas (só dá mau resultado como se tem visto). Dei ainda uma breve explicação de mutações, recombinações genéticas e aleatoriedade, em que a informação genética também pode ser aumentada.

ão posso compreender genética molecular sem compreender biologia celular. Como a pessoa em questão não compreende como um ser unicelular evolui para multicelular, então é mentira. E ainda exige que a Natureza e os cientistas demontrem-no num copinho em 10 minutos esse fenómeno a ocorrer. O mais engraçado é que, se tal acontecesse não acreditariam. Enfim…

Estes senhores religiosos com aversão à ciência referem-se a textos já alterados e facciosos de sites da mesma laia que, por sua vez tiraram do contexto algum artigo científico. Em vez de irem ao PubMed ou usar o OneNote e ler artigos recentes, completos e não apenas um!

Uma pessoa que não vê evidências científicas mas vê um deus em nuvens, em estrelas e em torradas é uma pessoa que não quer mesmo saber.

Post completo aqui
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Newton na Lua


Todos sabemos por experiência que uma pena cai mais devagar do que uma pedra. .. na Terra. E na Lua? Bem, caem ao mesmo tempo como podemos ver neste vídeo. E aqui o texto completo.

Ainda há pessoas que dizem que a NASA possui gigantes salas de vácuo onde fez este filme. Por um lado fico contente pois parece que a NASA continua a conseguir grandes feitos, e uma sala daquele tamanho e com aquelas condições seria, sem dúvida, um grande feito!

 Para tirar as dúvidas vamos ao que toca à gravidade. Melhor, à diferença gravítica entre a Terra e a Lua. A experiência é um pênculo e o cálculo do seu período. Neste video podemos ver esa experiência e aqui os cálculos.

Para quem tem dúvidas: Para se questionar Física convém saber de Física.

Não sei… parece-me que estes conspiracionistas é que “andam na lua”! HAHA

Aqui podem ler o post completo para ler sobre argumentos ridículos de conspiracionistas e de como a Física prova a veracidade das experiências lunares.
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Rápidas: Peixes Evoluem e Adaptam-se à Poluição


Mais uma prova de evolução surgiu recentemente. O Homem polui os rios mas os peixes conseguiram evoluir e impedir a sua extinção. Conseguiram-no fazer tão bem que neste ambiente nefasto até aumentam a população.

"entre 1947 e 1976, duas fábricas de uma multinacional fizeram descargas no rio Hudson, em Nova Iorque, poluindo-o com 600 toneladas de um dos poluentes mais tóxicos e cancerígenos que se conhecem, o bifenilpoliclorado (PCB)."

"Investigadores da Universidade de Nova Iorque e do Instituto Oceanográfico Woods Hole estudaram recentemente o impacto desta poluição nos animais desse rio"

O resultado:
um peixe  da família do bacalhau (Microgadus tomcod) "adaptou-se de tal forma que, ao contrário de outros, que desapareceram, proliferou e é hoje encontrado em grandes populações."

"Os investigadores perceberam esta alteração genética através da  análise do gene AHR2, um método comum para controlar a sensibilidade aos PCBs. Dois dos mais de mil aminoácidos normalmente encontrados nas proteínas desse gene aparentemente desapareceram nas espécies que vivem na região."

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Universo Paralelo


O autor deste blog irá passar mais tempo noutro Universo.

Poderão passar a visitar também o AstroPT.

Tentarei contudo manter este actualizado com conteúdos interessantes mas, muitas vezes idênticos aos do AstroPT.

Apareçam e Divulguem o AstroPT! Obrigado

Porque a nossa sociedade só evolui com conhecimento sério.
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O Que nos Faz Humanos?


O que faz de nós aquilo que somos? O que faz de nós mas adaptados à variedade de meios que temos?

O ser humano é dos seres vivos com maior dispersão no planeta. Adaptámo-nos bem ao frio, ao calor e a zonas com elevada humidade. No entanto há alguns animais que são bastante inteligentes, como o polvo por exemplo. Mas porque é que nós temos tanta tecnologia e o polvo ou o chimpanzé, não? Poderíamos ter, a competir connosco, a artilharia polvense ou as naves dos primatas.

Três eventos podem mudar o rumo de uma espécie:

1-Perder o pêlo
2-Andar
3-Passagem da informação

Perder o pêlo implica sinalizar momentos, reacções, sentimentos sem o uso do pêlo. Passámos a sinalizar com expressões faciais. Assim o nosso cérebro cresceu para nos permitir desvendar as expressões.

Aprendemos a andar e a caír (já escrevi aqui sobre o tema). Andar permitiu-nos uma movimentação mais ágil e ver mais longe. O grande salto foi o libertar as mãos para outras tarefas. Conseguimos manter o equilíbrio e construir armas de caça ou utensílios de agricultura.

Se não houvessem ferramentas de eternizar a informação todos nós teríamos de inventar a roda, inventar uma lança e aprender a caçar. A fala, a pintura e, depois, a escrita são as ferramentas da passagem da informação de geração para geração. Por isso não é preciso inventar a roda para construir um automóvel, basta um chassi aerodinâmico. A isto pode-se chamar pormo-nos às cavalitas para ver mais longe. Estamos às cavalitas dos senhores das primeiras e últimas descobertas.

“A cultura humana, definida como qualquer comportamento aprendido, é a força dominante da selecção natural sobre os humanos modernos” (Lawrence M. Krauss).
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Os Motivos do Aquecimento: O Cultivo de Irrigação



O factor mais provável do aumento das concentrações de gases de efeito estufa neste periodo interglaciar é a agricultura, que teve início no Crescente Fértil há cerca de 11 mil anos. As plantações de arroz produzem grandes quantidades de arroz, com a vegetação a decompor-se nas águas paradas. Outro evento que liberta carbono para a atmosfera são as queimadas para chamar caça e promover o crescimento de arbustos. Um outro factor são as fezes de humanos e animais que lançam metano na atmosfera. Daí que ocorreu um aumento gradual da concentração desse gás acompanhando o crescimento da população. Mas qual foi o processo que determinou a reversão da tendência dos gases? A subida drástica ocorreu no momento em que se iniciou a agricultura de irrigação no sul da Ásia, há 5 mil anos. Foi uma época em que se inundaram grandes extensões para cultivo de arroz.

Uma outra prática que potenciou a subida das concentrações foi o desmatamento, que teve início há 8 mil anos. Em Inglaterra, até 1086 90% da floresta tinha sido cortada. Ainda investigações concluem que regiões nos vales dos rios da Índia e China foram desflorestadas há 2-3 mil anos.


Era Glacial Evitada

Anomalias de 250 ppb de CH4 e de 40 ppm de CO2 até ao séc. XVIII levaríam a um aumento das temperaturas médias globais de 0,8ºC. No entanto o aumento foi de 0,6ªC.

O motivo desta discrepância é que o aumento de temperatura foi travado por uma baixa de temperatura natural. O total líquido foi um arrefcimento gradual de verão até ao séc XIX.
William F. Ruddiman, Stephen J. Vavrus e John E. Kutzbach criaram um modelo climatic para prever quais as temperaturas actuais na ausência dos gases de efeito estufa gerados por actividades humanas. A simulação conclui que o planeta sería 2ºC mais frio. Assim, as temperaturas estariam no caminho para a nova era glacial, se não fosse a agricultura e a industrialização.


SCIAM, William F. Rudiman, “A Mão do Homem”

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Os Motivos do Aquecimento: A Precessão e a Agricultura Ancestral


Com o aparecimento de fábricas e o consumo exacerbado do carvão, as sociedades industriais passaram a libertar dióxido de carbono (CO2) em grandes quantidades na atmosfera. No entanto, parece que os nossos acestrais começaram a lançar gases de efeito estufa vários milhares de anos antes da era industrial.

Evidências actuais mostram que as concentrações de gases de efeito estufa começaram a subir. Há cerca de 8 mil anos foi o CO2 e há 5 mil o metano (CH4). Sem estes aumentos a temperatura actual seria de 3-4ºC mais baixas.

Há 8 mil anos a tendência dos gases de efeito estufa deixaram de acompanhar o padrão previsível de longo prazo. Comportamentos como o desmatamento e irrigação de lavouras incrementaram mais CO2 e CH4 na atmosfera. O aumento foi mais acentuado com a industrialização.

Além de efeitos humanos também existem efeitos naturais relacionados com a alteração do clima a longo prazo. Os ciclos orbitais terrestres, de 100 mil, 41 mil e 22 mil anos, têm a capacidade variar a radiação solar em mais de 10%. Estas alterações são responsáveis pelas eras gleciares e pelos períodos interglaciaias.

No fim do último período glacial, as calotas de gelo desapareceram do norte europeu a americano. O gelo que prosperou 100 mil anos, desapareceu há 6 mil.

A partir duma amostra de 2km extraída do lavo Vostok, em 1990, foi posível determinar que as concentrações de CO2 e CH4 apresentaram um padrão regular de subidas e descidas ao longo dos últimos 400 mil anos. O CH4 flutua no período de 22 mil anos, correspondente ao ciclo obrital terreste chamado precessão. Os continentes setentrionais aproximam-se do Sol no Verão, devido à alteração do eixo de rotação da Terra. Essas zonas ficam alagadas pelo derretimento do gelo e a matéria orgânica começa a decompor-se. Este evento emite grandes quantidades de metano.
Um aumento de temperatuda promove um aumento de metano libertado de duas formas:
 
1-      1- Ar húmido viaja para o continente através do oceano Índico, que promove monções que inunda grandes regiões que eram secas.

2- No norte da Ásia e Europa, os verões quentes derretem áreas por períodos mais longos.


Estes dois processos permitem mais crescimento de vegetação e, por conseguinte, mais decomposição.

William F. Ruddiman verificou, em amostras do lago Vostok, que as concentrações de metano em períodos interglaciais tinham alcançado os 700 ppb (partes por bilhão). 11 mil anos mais tarde, quando a luz de verão foi diminuindo até ao limite inferior, as concentrações chegaram aos 100 ppb. Hoje, se a tendência se mantivesse, as concentrações de metano seríam de 450 ppb. No entanto, há cerca de 5 mil anos a tendência alterou-se e as concentrções voltaram a subir para os 700 ppb, um pouco antes da era industrial.

O CO2 também teve um comportamento estranho, com um pico de 275-300 ppm no início dos períodos interglaciais. Caíam ao longo de 15 mil anos para cerca de 245 ppm. No período actual este gás alcançou o pico de há cerca de 10 mil anos e começou a caír. Contudo, em vez de decaír até hoje a tendência inverteu-se há 8 mil anos. No início da era industrial as concentrações de CO2 já estavam nos 285 ppm (40 ppm a mais do esperado).

Como se explicam as reversões tendenciais das concentrações de metano e dióxido de carbono? O metano aumentou devido ao aumento das áreas alagadas no Ártico. A alteração das concentrações de CO2 é atribuída às perdas de vegetação e à alteração química do oceano. A grande questão é, se os gases, nos quatro períodos interglaciais anteriores caíam e neste aumentam?

SCIAM, William F. Rudiman, “A Mão do Homem”

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20/04/2011

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31/03/2011

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29/03/2011

Faça em 5 Minutos!


Faça você mesmo perto de sua casa e com pouco material. Basta apenas uma boa dose de imaginação e de deixar de parte sentido crítico (para muita gente não é difícil).

Num passeio à zona da Fonte da Tenha, na Caparica deparei-me com uma paisagem bastante agradável. Mas também me deparei com algo insólito.

Em primeiro lugar reparei nuns riscos brancos que cortavam o céu azul, devem ser as chemtraills portuguesesas. Quando tirei a fotografia reparei que o sol parecia estar a apontar.
O sol não está normal, tem uns raios muito fortes e pequenos e outros muito longos e finos. Daqui se pode ter a certeza de que o Governo português está a esconder algo.

Outro facto estranho veio uns dias depois, quando andei a explorar mais profundamente a zona. Reparei nisto:
Estava numa área militar, uma zona escondida. E pude reaparar que estava diante de um “HAARP” português como se pode ver na primeira foto e nesta também, mais próxima:
Ainda reparei que as plantas em redor do local libertavam uma espuma estranha, deviam estar a morrer com as radiações! Vejam
O mar é um dos melhores indicadores de que o governo anda a fazer algo de muito estranho naquela zona. O mar apresentava, também ele, uma espuma branca em forma de círculo:
Por fim, um dia depois, em casa deparei-me com uma estranha configuração no céu.
Não me venham com explicações lógicas sobre tudo isto. Eu acredito na estória que criei porque me faz sentido.

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18/03/2011

Afinal os Maias Previram o Quê?


Começo com um pouco de história sobre um povo com capacidades extraordinárias. De entre as civilizações mesoamericanas, a dos maias foi a que se manteve por mais tempo. Ainda existem cerca de 6 milhões de maias no México, Guatemala, Belize e Honduras. A sua época áurea remonta entre 250 a 900. Os maias mapearam passagens de objectos celestes. Os seus almanaques prevêem eclipses e as posições de Vénus e de Marte.

Os calendários Maias:

contagem longa – com anos de 360 dias
cíclico – combinação de outros dois calendários:
tzolkin – 260 dias, religioso
haab – 365 dias, civil


O objectivo do calendário de contagem longa era o de registar factos históricos de forma linear sem a repetição de datas que os calendários de contagem curta obrigam. Neste calendário, de 360 dias, o dia era kim, o mês era uinal e tinha 20 kim. O ano, tuin, tinha 18 uinais para totalizar os 360 kim.

Daqui nada ressalta que em 2012 haverá algum evento destruidor.

Em suma, os maias eram obcecados em comparar dados e recolher informação sistemática. É como medir tudo em minha casa e fazer comparações com tudo isso. Muito bem, a TV mede 63cm, a secretária 234, 234/63=3,71 que é a medida da espessura do meu telemóvel. Isto quer dizer alguma coisa, para além de ser uma observação meticulosa? Para os pseudo pode querer dizer que um lápis gigante vais riscar as paredes da minha casa no dia 4 de Abril de 2013? Não me parece. Mas há quem acredite! Há quem encontre mensagens subliminares em qualquer coisa, até em canetas BIC!


Post completo no AstroPT
Fonte:
SCIAM especial “Etnoastronomia”, “Astronomia Maia”, Bruno Maçaes.


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Criação Humana: Carl Sagan na Idade da Pedra


A ciência tem como finalidade desvendar a Natureza à nossa volta. Queremos compreender os processos. Como funciona e porquê. Quando e onde. Para quê e com quanto de energia. Contudo dá jeito a algumas pessoas que seja um ser superior a comandar-nos para nos descartarmos de pensamentos complexos e também de nos descartarmos de algumas culpas. Um deus é o ideal para nos sentirmos felizes com acidentes ou para atribuírmos a solução complexa a um ser poderoso.

Carl Sagan escreveu um texto bastante ilucidativo de como um povo nómada da idade da pedra descobriu um deus, antes de perceber o que era a realidade da Natureza:

“Um dia houve uma tempestade com muitos relâmpagos e trovões (…) o segredo da tempestade está escondido. (…) Talvez seja alguém muito poderoso que está zangado. Acho que deve ser alguém do céu.

Depois da trovoada (…). Fomos ver. Era uma coisa brilhante, quente, saltitante. (…) Chamamos-lhe «chama». (…) Come plantas (e) árvores. (…) É forte mas não é muito inteligente. (…) É incapaz de percorrer o espaço entre duas árvores se não tiver alimentos (…). Não consegue andar sem comer.

(…) Se corrermos muito com uma chama pequena ela morre(…). A chama é uma dádiva de seres poderosos. Serão os mesmos que se zangam e fazem a tempestade?

(…) O céu cobre-nos. (…) Costumávamos sentar-nos em roda, a inventar histórias sobre os desenhos do céu: leões, cães, ursos, caçadores. (…) Seriam as figuras dos poderosos seres do céu, daqueles que fazem a tempestade quando estão zangados?

(…) As nuvens passam entre nós e as estrelas: (…) devem estar para lá das nuvens (…). A Lua não come as estrelas. As estrelas devem estar para lá da Lua.

(…) As estrelas são chamas, pensei (…) são fogueiras que outras tribos de caçadores acendem à noite (…). Perguntam-me, «como é que pode haver fogueiras no céu? Porque (…) não caem a nossos pés? Porque não caem do céu tribos estranhas?»

Um de nós (…) pensa que a noite é uma grande pele de animal (…). A pele tem buracos. Através do buracos (…) vemos fogo.

(…) Talvez haja no céu duas espécies de seres poderosos. Os maus, que desejam que o fogo nos devore. E os bons que põe a pele para afastar o fogo. Temos de arranjar maneira de agradecer aos bons”


“Cosmos”, Carl Sagan, 5ª Edição, 1997

Parece-me que basta não perceber de física para dar a uma maçã poderes divinos na Lua.

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O Terramoto já Mostra Frutos


Os conspiracionistas começam a sua saga da forma mais perceptível e também com mais criatividade.
Num site destes lê-se este comentário:

“Orvalho, Patrícia e amigos, já repararam como estes “dominadores alienígenas” adoram o número ONZE? Trade Center, o fajuto atentado do 11 de setembro, o tal 911, lembram?”

Um blogger colocou um post sobre milhares de relâmpagos a atingir Hong Kong em 1h. Ainda notei um outro post do blogger no facebook sobre relâmpagos msiteriosos (sem mistério nenhum) no vulcão no Japão. Obvio que reparei que a notícia do vulcão era do início de Fevereiro deste ano e o dos 13 mil relâmpagos era de Setembro do ano passado! Esta gente saca às cegas notícias e junta tudo como se fosse uma mega catástrofe e estivesse tudo ligado por forma a poder teorizar uma conspiração. Pois, dá jeito! Quem não tem pensamento crítico acredita.

O melhor exêmplo foi o vídeo que o blogger colocou no facebook. O blogger acredita só porque lhe dá jeito.  imaginem… o vídeo data de 23/07/2008!!


Poderão ler o post completo aqui

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Grandes Explosões I – Erupções de Raios Gama


23 Janeiro 1999, na constelação de Coroa Boreal. A explosão mais brilhante registada pela humanidade, a 9 mil milhões de anos-luz. Foi uma erupção de raios-gama (GRB). Em média ocorrem 3 por dia no Universo observável.

GRB são divididas em dois grupos: curtas, menos de dois segundos, e longas. As curtas têm mais raios gama altamente energéticos.

O satélite de raios-X BeppoSAX descobriu que estas explosões apresentam “brilhos secundários” de raios X. Este brilho surge quando o sinal de raios gama desaparece e persiste por um período de dias ou meses. Passam de raios X para radiações menos energéticas (luz visível e ondas rádio).

O satélite identificou que essas erupções eram originárias de galáxias a milhares de milhões de anos-luz, o que sugere que esse evento é bastante poderoso.

Uma das primeiras GRB localizadas foi a GRB970508. O seu brilho variou de forma irregular nas três primeiras semanas, estabilizou e começou a diminuir. O plasma interestelar provoca variações nas ondas de rádio. Uma forma de perceber se é, de facto, uma GRB é a seguinte: Os planetas não piscam, estão próximos e parecem-se com discos. A GRB piscou nos comprimentos de onda do rádio e parou. A fonte deve ter aumentado de um pequeno ponto para disco com um diâmetro de semanas-luz.

Com esta e outras observações, o conceito de libertação súbita de energia e o termo “brilho secundário” foram postos de parte pois a energia nas duas fases é comparável.

A GRB990123 teve uma luminosidade de 1045 W, quase o mesmo que é libertado por uma supernova mas a maioria sob a forma de neutrinos e o restante, gradualmente, numa GRB. Dois dias depois da GRB de janeiro de 1999 observou-se uma diminuição drástica da luz, o que ocorreria caso essa radiação viesse de um jacto estreito. “Devido a um efeito da Relatividade o observador vê cada vez uma parte maior do jacto conforme a sua velocidade diminui” Como o ângulo de abertura do jacto é estreito só o vemos se este estiver direccionada na nossa linha de visão. Este efeito altera a nossa percepção da potencialidade da erupção. Um exemplo, uma abertuda de 10 graus do ângulo do jacto irá cobrir cerca de 1/500 do céu, o que faria a energia medida caír para 1/500 também. Mesmo assim, supostamente com 1/500 da energia e medição foi de 1045 W, bastante potente.

Fonte: Scientific American “As Mais Fantásticas Explosões do Universo

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Porque Falharam os Reactores Nucleares do Japão?


Os reactores nucleares são engenhosos sistemas de produção energética. São, também das obras de engenharia mais sofisticadas do mundo, já que são também dos maiores perigos se algo de errado acontecer.
Para prevenir desastres, estas centrais possuem diversos mecanismos de segurança.


E para quem tem dúvidas, o Brookhaven National Laboratory, contém um reactor nuclear usado na investigação médica. “Daqui saíram tratamentos inovadores para o combate a certos tipos de cancros do cérebro.” (DeRerumNatura). O BNL foi construído há precisamente há… 52 anos (!) e está de parabéns, não só porcausa das descobertas e prémios Nobel que recebeu mas também porque faz anos… hoje.

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01/03/2011

A Arte de Não (Querer) Saber


Alguém comentou um post num blog metafísico onde também comentei. Não é da competência da ciência falar de um deus (e ainda bem), assim como não é da competência da religião meter o bedelho em questões científicas (só dá mau resultado como se tem visto). Dei ainda uma breve explicação de mutações, recombinações genéticas e aleatoriedade, em que a informação genética também pode ser aumentada.

ão posso compreender genética molecular sem compreender biologia celular. Como a pessoa em questão não compreende como um ser unicelular evolui para multicelular, então é mentira. E ainda exige que a Natureza e os cientistas demontrem-no num copinho em 10 minutos esse fenómeno a ocorrer. O mais engraçado é que, se tal acontecesse não acreditariam. Enfim…

Estes senhores religiosos com aversão à ciência referem-se a textos já alterados e facciosos de sites da mesma laia que, por sua vez tiraram do contexto algum artigo científico. Em vez de irem ao PubMed ou usar o OneNote e ler artigos recentes, completos e não apenas um!

Uma pessoa que não vê evidências científicas mas vê um deus em nuvens, em estrelas e em torradas é uma pessoa que não quer mesmo saber.

Post completo aqui

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24/02/2011

Newton na Lua


Todos sabemos por experiência que uma pena cai mais devagar do que uma pedra. .. na Terra. E na Lua? Bem, caem ao mesmo tempo como podemos ver neste vídeo. E aqui o texto completo.

Ainda há pessoas que dizem que a NASA possui gigantes salas de vácuo onde fez este filme. Por um lado fico contente pois parece que a NASA continua a conseguir grandes feitos, e uma sala daquele tamanho e com aquelas condições seria, sem dúvida, um grande feito!

 Para tirar as dúvidas vamos ao que toca à gravidade. Melhor, à diferença gravítica entre a Terra e a Lua. A experiência é um pênculo e o cálculo do seu período. Neste video podemos ver esa experiência e aqui os cálculos.

Para quem tem dúvidas: Para se questionar Física convém saber de Física.

Não sei… parece-me que estes conspiracionistas é que “andam na lua”! HAHA

Aqui podem ler o post completo para ler sobre argumentos ridículos de conspiracionistas e de como a Física prova a veracidade das experiências lunares.

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22/02/2011

Rápidas: Peixes Evoluem e Adaptam-se à Poluição


Mais uma prova de evolução surgiu recentemente. O Homem polui os rios mas os peixes conseguiram evoluir e impedir a sua extinção. Conseguiram-no fazer tão bem que neste ambiente nefasto até aumentam a população.

"entre 1947 e 1976, duas fábricas de uma multinacional fizeram descargas no rio Hudson, em Nova Iorque, poluindo-o com 600 toneladas de um dos poluentes mais tóxicos e cancerígenos que se conhecem, o bifenilpoliclorado (PCB)."

"Investigadores da Universidade de Nova Iorque e do Instituto Oceanográfico Woods Hole estudaram recentemente o impacto desta poluição nos animais desse rio"

O resultado:
um peixe  da família do bacalhau (Microgadus tomcod) "adaptou-se de tal forma que, ao contrário de outros, que desapareceram, proliferou e é hoje encontrado em grandes populações."

"Os investigadores perceberam esta alteração genética através da  análise do gene AHR2, um método comum para controlar a sensibilidade aos PCBs. Dois dos mais de mil aminoácidos normalmente encontrados nas proteínas desse gene aparentemente desapareceram nas espécies que vivem na região."

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20/02/2011

Universo Paralelo


O autor deste blog irá passar mais tempo noutro Universo.

Poderão passar a visitar também o AstroPT.

Tentarei contudo manter este actualizado com conteúdos interessantes mas, muitas vezes idênticos aos do AstroPT.

Apareçam e Divulguem o AstroPT! Obrigado

Porque a nossa sociedade só evolui com conhecimento sério.

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16/02/2011

O Que nos Faz Humanos?


O que faz de nós aquilo que somos? O que faz de nós mas adaptados à variedade de meios que temos?

O ser humano é dos seres vivos com maior dispersão no planeta. Adaptámo-nos bem ao frio, ao calor e a zonas com elevada humidade. No entanto há alguns animais que são bastante inteligentes, como o polvo por exemplo. Mas porque é que nós temos tanta tecnologia e o polvo ou o chimpanzé, não? Poderíamos ter, a competir connosco, a artilharia polvense ou as naves dos primatas.

Três eventos podem mudar o rumo de uma espécie:

1-Perder o pêlo
2-Andar
3-Passagem da informação

Perder o pêlo implica sinalizar momentos, reacções, sentimentos sem o uso do pêlo. Passámos a sinalizar com expressões faciais. Assim o nosso cérebro cresceu para nos permitir desvendar as expressões.

Aprendemos a andar e a caír (já escrevi aqui sobre o tema). Andar permitiu-nos uma movimentação mais ágil e ver mais longe. O grande salto foi o libertar as mãos para outras tarefas. Conseguimos manter o equilíbrio e construir armas de caça ou utensílios de agricultura.

Se não houvessem ferramentas de eternizar a informação todos nós teríamos de inventar a roda, inventar uma lança e aprender a caçar. A fala, a pintura e, depois, a escrita são as ferramentas da passagem da informação de geração para geração. Por isso não é preciso inventar a roda para construir um automóvel, basta um chassi aerodinâmico. A isto pode-se chamar pormo-nos às cavalitas para ver mais longe. Estamos às cavalitas dos senhores das primeiras e últimas descobertas.

“A cultura humana, definida como qualquer comportamento aprendido, é a força dominante da selecção natural sobre os humanos modernos” (Lawrence M. Krauss).

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06/02/2011

Os Motivos do Aquecimento: O Cultivo de Irrigação



O factor mais provável do aumento das concentrações de gases de efeito estufa neste periodo interglaciar é a agricultura, que teve início no Crescente Fértil há cerca de 11 mil anos. As plantações de arroz produzem grandes quantidades de arroz, com a vegetação a decompor-se nas águas paradas. Outro evento que liberta carbono para a atmosfera são as queimadas para chamar caça e promover o crescimento de arbustos. Um outro factor são as fezes de humanos e animais que lançam metano na atmosfera. Daí que ocorreu um aumento gradual da concentração desse gás acompanhando o crescimento da população. Mas qual foi o processo que determinou a reversão da tendência dos gases? A subida drástica ocorreu no momento em que se iniciou a agricultura de irrigação no sul da Ásia, há 5 mil anos. Foi uma época em que se inundaram grandes extensões para cultivo de arroz.

Uma outra prática que potenciou a subida das concentrações foi o desmatamento, que teve início há 8 mil anos. Em Inglaterra, até 1086 90% da floresta tinha sido cortada. Ainda investigações concluem que regiões nos vales dos rios da Índia e China foram desflorestadas há 2-3 mil anos.


Era Glacial Evitada

Anomalias de 250 ppb de CH4 e de 40 ppm de CO2 até ao séc. XVIII levaríam a um aumento das temperaturas médias globais de 0,8ºC. No entanto o aumento foi de 0,6ªC.

O motivo desta discrepância é que o aumento de temperatura foi travado por uma baixa de temperatura natural. O total líquido foi um arrefcimento gradual de verão até ao séc XIX.
William F. Ruddiman, Stephen J. Vavrus e John E. Kutzbach criaram um modelo climatic para prever quais as temperaturas actuais na ausência dos gases de efeito estufa gerados por actividades humanas. A simulação conclui que o planeta sería 2ºC mais frio. Assim, as temperaturas estariam no caminho para a nova era glacial, se não fosse a agricultura e a industrialização.


SCIAM, William F. Rudiman, “A Mão do Homem”

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Os Motivos do Aquecimento: A Precessão e a Agricultura Ancestral


Com o aparecimento de fábricas e o consumo exacerbado do carvão, as sociedades industriais passaram a libertar dióxido de carbono (CO2) em grandes quantidades na atmosfera. No entanto, parece que os nossos acestrais começaram a lançar gases de efeito estufa vários milhares de anos antes da era industrial.

Evidências actuais mostram que as concentrações de gases de efeito estufa começaram a subir. Há cerca de 8 mil anos foi o CO2 e há 5 mil o metano (CH4). Sem estes aumentos a temperatura actual seria de 3-4ºC mais baixas.

Há 8 mil anos a tendência dos gases de efeito estufa deixaram de acompanhar o padrão previsível de longo prazo. Comportamentos como o desmatamento e irrigação de lavouras incrementaram mais CO2 e CH4 na atmosfera. O aumento foi mais acentuado com a industrialização.

Além de efeitos humanos também existem efeitos naturais relacionados com a alteração do clima a longo prazo. Os ciclos orbitais terrestres, de 100 mil, 41 mil e 22 mil anos, têm a capacidade variar a radiação solar em mais de 10%. Estas alterações são responsáveis pelas eras gleciares e pelos períodos interglaciaias.

No fim do último período glacial, as calotas de gelo desapareceram do norte europeu a americano. O gelo que prosperou 100 mil anos, desapareceu há 6 mil.

A partir duma amostra de 2km extraída do lavo Vostok, em 1990, foi posível determinar que as concentrações de CO2 e CH4 apresentaram um padrão regular de subidas e descidas ao longo dos últimos 400 mil anos. O CH4 flutua no período de 22 mil anos, correspondente ao ciclo obrital terreste chamado precessão. Os continentes setentrionais aproximam-se do Sol no Verão, devido à alteração do eixo de rotação da Terra. Essas zonas ficam alagadas pelo derretimento do gelo e a matéria orgânica começa a decompor-se. Este evento emite grandes quantidades de metano.
Um aumento de temperatuda promove um aumento de metano libertado de duas formas:
 
1-      1- Ar húmido viaja para o continente através do oceano Índico, que promove monções que inunda grandes regiões que eram secas.

2- No norte da Ásia e Europa, os verões quentes derretem áreas por períodos mais longos.


Estes dois processos permitem mais crescimento de vegetação e, por conseguinte, mais decomposição.

William F. Ruddiman verificou, em amostras do lago Vostok, que as concentrações de metano em períodos interglaciais tinham alcançado os 700 ppb (partes por bilhão). 11 mil anos mais tarde, quando a luz de verão foi diminuindo até ao limite inferior, as concentrações chegaram aos 100 ppb. Hoje, se a tendência se mantivesse, as concentrações de metano seríam de 450 ppb. No entanto, há cerca de 5 mil anos a tendência alterou-se e as concentrções voltaram a subir para os 700 ppb, um pouco antes da era industrial.

O CO2 também teve um comportamento estranho, com um pico de 275-300 ppm no início dos períodos interglaciais. Caíam ao longo de 15 mil anos para cerca de 245 ppm. No período actual este gás alcançou o pico de há cerca de 10 mil anos e começou a caír. Contudo, em vez de decaír até hoje a tendência inverteu-se há 8 mil anos. No início da era industrial as concentrações de CO2 já estavam nos 285 ppm (40 ppm a mais do esperado).

Como se explicam as reversões tendenciais das concentrações de metano e dióxido de carbono? O metano aumentou devido ao aumento das áreas alagadas no Ártico. A alteração das concentrações de CO2 é atribuída às perdas de vegetação e à alteração química do oceano. A grande questão é, se os gases, nos quatro períodos interglaciais anteriores caíam e neste aumentam?

SCIAM, William F. Rudiman, “A Mão do Homem”

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