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Os Motivos do Aquecimento: A Precessão e a Agricultura Ancestral


Com o aparecimento de fábricas e o consumo exacerbado do carvão, as sociedades industriais passaram a libertar dióxido de carbono (CO2) em grandes quantidades na atmosfera. No entanto, parece que os nossos acestrais começaram a lançar gases de efeito estufa vários milhares de anos antes da era industrial.

Evidências actuais mostram que as concentrações de gases de efeito estufa começaram a subir. Há cerca de 8 mil anos foi o CO2 e há 5 mil o metano (CH4). Sem estes aumentos a temperatura actual seria de 3-4ºC mais baixas.

Há 8 mil anos a tendência dos gases de efeito estufa deixaram de acompanhar o padrão previsível de longo prazo. Comportamentos como o desmatamento e irrigação de lavouras incrementaram mais CO2 e CH4 na atmosfera. O aumento foi mais acentuado com a industrialização.

Além de efeitos humanos também existem efeitos naturais relacionados com a alteração do clima a longo prazo. Os ciclos orbitais terrestres, de 100 mil, 41 mil e 22 mil anos, têm a capacidade variar a radiação solar em mais de 10%. Estas alterações são responsáveis pelas eras gleciares e pelos períodos interglaciaias.

No fim do último período glacial, as calotas de gelo desapareceram do norte europeu a americano. O gelo que prosperou 100 mil anos, desapareceu há 6 mil.

A partir duma amostra de 2km extraída do lavo Vostok, em 1990, foi posível determinar que as concentrações de CO2 e CH4 apresentaram um padrão regular de subidas e descidas ao longo dos últimos 400 mil anos. O CH4 flutua no período de 22 mil anos, correspondente ao ciclo obrital terreste chamado precessão. Os continentes setentrionais aproximam-se do Sol no Verão, devido à alteração do eixo de rotação da Terra. Essas zonas ficam alagadas pelo derretimento do gelo e a matéria orgânica começa a decompor-se. Este evento emite grandes quantidades de metano.
Um aumento de temperatuda promove um aumento de metano libertado de duas formas:
 
1-      1- Ar húmido viaja para o continente através do oceano Índico, que promove monções que inunda grandes regiões que eram secas.

2- No norte da Ásia e Europa, os verões quentes derretem áreas por períodos mais longos.


Estes dois processos permitem mais crescimento de vegetação e, por conseguinte, mais decomposição.

William F. Ruddiman verificou, em amostras do lago Vostok, que as concentrações de metano em períodos interglaciais tinham alcançado os 700 ppb (partes por bilhão). 11 mil anos mais tarde, quando a luz de verão foi diminuindo até ao limite inferior, as concentrações chegaram aos 100 ppb. Hoje, se a tendência se mantivesse, as concentrações de metano seríam de 450 ppb. No entanto, há cerca de 5 mil anos a tendência alterou-se e as concentrções voltaram a subir para os 700 ppb, um pouco antes da era industrial.

O CO2 também teve um comportamento estranho, com um pico de 275-300 ppm no início dos períodos interglaciais. Caíam ao longo de 15 mil anos para cerca de 245 ppm. No período actual este gás alcançou o pico de há cerca de 10 mil anos e começou a caír. Contudo, em vez de decaír até hoje a tendência inverteu-se há 8 mil anos. No início da era industrial as concentrações de CO2 já estavam nos 285 ppm (40 ppm a mais do esperado).

Como se explicam as reversões tendenciais das concentrações de metano e dióxido de carbono? O metano aumentou devido ao aumento das áreas alagadas no Ártico. A alteração das concentrações de CO2 é atribuída às perdas de vegetação e à alteração química do oceano. A grande questão é, se os gases, nos quatro períodos interglaciais anteriores caíam e neste aumentam?

SCIAM, William F. Rudiman, “A Mão do Homem”


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1 comentários:

aloir disse...

Entrei no seu blog quando tentava entrar no meu, e posso dizer que foi um engano maneiro. Dá uma olhada no futeboleuniverso.blogspot

06/02/2011

Os Motivos do Aquecimento: A Precessão e a Agricultura Ancestral


Com o aparecimento de fábricas e o consumo exacerbado do carvão, as sociedades industriais passaram a libertar dióxido de carbono (CO2) em grandes quantidades na atmosfera. No entanto, parece que os nossos acestrais começaram a lançar gases de efeito estufa vários milhares de anos antes da era industrial.

Evidências actuais mostram que as concentrações de gases de efeito estufa começaram a subir. Há cerca de 8 mil anos foi o CO2 e há 5 mil o metano (CH4). Sem estes aumentos a temperatura actual seria de 3-4ºC mais baixas.

Há 8 mil anos a tendência dos gases de efeito estufa deixaram de acompanhar o padrão previsível de longo prazo. Comportamentos como o desmatamento e irrigação de lavouras incrementaram mais CO2 e CH4 na atmosfera. O aumento foi mais acentuado com a industrialização.

Além de efeitos humanos também existem efeitos naturais relacionados com a alteração do clima a longo prazo. Os ciclos orbitais terrestres, de 100 mil, 41 mil e 22 mil anos, têm a capacidade variar a radiação solar em mais de 10%. Estas alterações são responsáveis pelas eras gleciares e pelos períodos interglaciaias.

No fim do último período glacial, as calotas de gelo desapareceram do norte europeu a americano. O gelo que prosperou 100 mil anos, desapareceu há 6 mil.

A partir duma amostra de 2km extraída do lavo Vostok, em 1990, foi posível determinar que as concentrações de CO2 e CH4 apresentaram um padrão regular de subidas e descidas ao longo dos últimos 400 mil anos. O CH4 flutua no período de 22 mil anos, correspondente ao ciclo obrital terreste chamado precessão. Os continentes setentrionais aproximam-se do Sol no Verão, devido à alteração do eixo de rotação da Terra. Essas zonas ficam alagadas pelo derretimento do gelo e a matéria orgânica começa a decompor-se. Este evento emite grandes quantidades de metano.
Um aumento de temperatuda promove um aumento de metano libertado de duas formas:
 
1-      1- Ar húmido viaja para o continente através do oceano Índico, que promove monções que inunda grandes regiões que eram secas.

2- No norte da Ásia e Europa, os verões quentes derretem áreas por períodos mais longos.


Estes dois processos permitem mais crescimento de vegetação e, por conseguinte, mais decomposição.

William F. Ruddiman verificou, em amostras do lago Vostok, que as concentrações de metano em períodos interglaciais tinham alcançado os 700 ppb (partes por bilhão). 11 mil anos mais tarde, quando a luz de verão foi diminuindo até ao limite inferior, as concentrações chegaram aos 100 ppb. Hoje, se a tendência se mantivesse, as concentrações de metano seríam de 450 ppb. No entanto, há cerca de 5 mil anos a tendência alterou-se e as concentrções voltaram a subir para os 700 ppb, um pouco antes da era industrial.

O CO2 também teve um comportamento estranho, com um pico de 275-300 ppm no início dos períodos interglaciais. Caíam ao longo de 15 mil anos para cerca de 245 ppm. No período actual este gás alcançou o pico de há cerca de 10 mil anos e começou a caír. Contudo, em vez de decaír até hoje a tendência inverteu-se há 8 mil anos. No início da era industrial as concentrações de CO2 já estavam nos 285 ppm (40 ppm a mais do esperado).

Como se explicam as reversões tendenciais das concentrações de metano e dióxido de carbono? O metano aumentou devido ao aumento das áreas alagadas no Ártico. A alteração das concentrações de CO2 é atribuída às perdas de vegetação e à alteração química do oceano. A grande questão é, se os gases, nos quatro períodos interglaciais anteriores caíam e neste aumentam?

SCIAM, William F. Rudiman, “A Mão do Homem”

1 comentários:

aloir disse...

Entrei no seu blog quando tentava entrar no meu, e posso dizer que foi um engano maneiro. Dá uma olhada no futeboleuniverso.blogspot

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