RSS
email

Doping PARTE I


A terapia genética para restaurar músculos afectados pela idade ou por doenças está a um passo de poder ser usada por médicos, mas os atletas do elite já pensam em utilizá-los para realçar o seu desempenho, transformando para sempre a natureza do desporto.

Este tipo de geneterapia pode transformar a vida de idosos e de pessoas que sofram de distrofia muscular. O problema está nos atletas adeptos do doping, não é possível distinguir as substâncias produzidas por esse gene dos seus correspondentes naturais.
As células-satélite respondem ao factor de crescimento I semelhante à insulina (IGF-I), aumentando o número de divisões celulares. A miostasina, outro factor de regulação, inibe a sua proliferação.

A equipa de H. Lee Sweeney da Universidade da Pansilvânia analisou a possibilidade de usar o IGF-I para alterar a função muscular escolhendo como vector do implante do gene no tecido o vírus adenoassociado (AAV), visto que infecta o músculo humano sem causar nenhuma doença conhecida.

Depois de injectar a combinação de AAV-AGF-I em camudongos jovens, o tamanho geral dos músculos e o ritmo em que eles cresciam eram entre 15% e 30% maiores que o normal.

Terapias que bloqueiam a miostasina têm grande apelo para as pessoas saudáveis que queiram obter um aumento muscular rápido. Estas drogas sistémicas não são capazes de atingir músculos predeterminados, tal com uma transferência genética, mas têm a vantagem de ser administradas mais facilmente no caso de haver algum problema. Por outro lado, seria fácil para as agências reguladoras detectar essas drogas com um exame de sangue.
E se os atletas resolverem utilizar uma terapia genética semelhante à AAV-IGF-I? O produto do gene só seria encontrado no músculo e não no sangue ou na urina e seria idêntico ao seu correspondente natural. Só uma biópsia poderia provar a presença de determinado gene sintético ou de um vector. No caso do AAV, muitas pessoas podem já estar naturalmente infectadas por esse vírus. Sendo assim, o exame seria inconclusivo. Como a maioria dos atletas não se sujeitaria a esse tipo de biópsia invasiva antes de uma competição, o doping genético permaneceria virtualmente invisível.Em corridas de curta distância, pode ser desejável manipular genes para transformar fibras musculares no tipo rápido. Para um maratonista, o ideal seria aumentar a sua resistência.
Fonte: SCIAM, Agosto 2004 (www.sciam.com.br)

Bookmark and Share

0 comentários:

26/10/2007

Doping PARTE I


A terapia genética para restaurar músculos afectados pela idade ou por doenças está a um passo de poder ser usada por médicos, mas os atletas do elite já pensam em utilizá-los para realçar o seu desempenho, transformando para sempre a natureza do desporto.

Este tipo de geneterapia pode transformar a vida de idosos e de pessoas que sofram de distrofia muscular. O problema está nos atletas adeptos do doping, não é possível distinguir as substâncias produzidas por esse gene dos seus correspondentes naturais.
As células-satélite respondem ao factor de crescimento I semelhante à insulina (IGF-I), aumentando o número de divisões celulares. A miostasina, outro factor de regulação, inibe a sua proliferação.

A equipa de H. Lee Sweeney da Universidade da Pansilvânia analisou a possibilidade de usar o IGF-I para alterar a função muscular escolhendo como vector do implante do gene no tecido o vírus adenoassociado (AAV), visto que infecta o músculo humano sem causar nenhuma doença conhecida.

Depois de injectar a combinação de AAV-AGF-I em camudongos jovens, o tamanho geral dos músculos e o ritmo em que eles cresciam eram entre 15% e 30% maiores que o normal.

Terapias que bloqueiam a miostasina têm grande apelo para as pessoas saudáveis que queiram obter um aumento muscular rápido. Estas drogas sistémicas não são capazes de atingir músculos predeterminados, tal com uma transferência genética, mas têm a vantagem de ser administradas mais facilmente no caso de haver algum problema. Por outro lado, seria fácil para as agências reguladoras detectar essas drogas com um exame de sangue.
E se os atletas resolverem utilizar uma terapia genética semelhante à AAV-IGF-I? O produto do gene só seria encontrado no músculo e não no sangue ou na urina e seria idêntico ao seu correspondente natural. Só uma biópsia poderia provar a presença de determinado gene sintético ou de um vector. No caso do AAV, muitas pessoas podem já estar naturalmente infectadas por esse vírus. Sendo assim, o exame seria inconclusivo. Como a maioria dos atletas não se sujeitaria a esse tipo de biópsia invasiva antes de uma competição, o doping genético permaneceria virtualmente invisível.Em corridas de curta distância, pode ser desejável manipular genes para transformar fibras musculares no tipo rápido. Para um maratonista, o ideal seria aumentar a sua resistência.
Fonte: SCIAM, Agosto 2004 (www.sciam.com.br)

0 comentários:

Related Posts Widget for Blogs by LinkWithin