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Terceira estória parte IV

O artigo publicado na edição de Julho de 1989 na revista "Bible-Science Newsletter" reportou que
Dr. Bolton Davidheiser escreveu para o escritório da NASA em Greenbelt, Maryland, onde o fato supostamente ocorreu. Eles responderam que não sabiam nada sobre o senhor Harold Hill e não podiam corroborar as referências sobre o "dia perdido"... No concludente parágrafo da carta da NASA lê-se: ‘Apesar de fazermos uso de posições planetárias como fator necessário para a determinação das órbitas das naves espaciais em nossos computadores, não descobrimos que nenhum astronauta ou cientista espacial em Greenbelt estivesse envolvido na estória do "dia perdido" atribuída ao Sr. Hill’ (Bartz, 1989, página 12).
"Computadores não são máquinas mágicas que podem adivinhar coisas que estão escondidas das pessoas. Maravilhosas como elas são, estão limitadas aos conhecimentos que damos a elas. Computadores dependem de nós para adquirirem conhecimento. Enquanto um computador pode ser usado para gerar um calendário, desde hoje até uma data distante no passado, o que não é uma prática incomum, um computador não pode nos dizer se algum tempo está faltando ou não. Na verdade, o computador teria que ser programado com todo tipo de ajustes, considerando várias mudanças no calendário ocidental, sobre os últimos dois mil anos. Simplificando, a estória é tecnicamente impossível, não interessando quão sofisticado seja seu computador" (1989, página 12).

Só a partir dos anos 80 do séc. XX é que foi possível, com a utilização de sofisticadas integrações numéricas, baseadas em algoritmos feitos a pensar nos computadores que então se desenvolviam, calcular órbitas planetárias ao longo de milhões de anos. O processo foi lento, uma vez que estes cálculos são muito exigentes tanto técnica como computacionalmente. Contudo, ao longo dos anos foi sendo possível levar estas integrações cada vez mais longe no tempo, ao ponto de hoje já se estudar a evolução de órbitas planetárias em tempos mais longos do que a própria idade do sistema solar.
Essencialmente, estas integrações a longo termo mostraram que as ressonâncias são o mecanismo principal do caos lento: pequenos efeitos cumulativos podem resultar em perturbações significativas que levam a comportamentos irregulares nas órbitas dos planetas. Um dos pioneiros destas integrações foi Jacques Laskar, quem primeiro integrou o sistema solar, excluindo Plutão, para um intervalo de tempo de 200 milhões de anos, e analisou nesta escala de tempo as variações dos elementos orbitais relevantes para a configuração global do sistema: excentricidade, inclinação do plano orbital e tamanho da órbita de cada planeta. O algoritmo permite também a detecção de caos, por exemplo lançando várias condições iniciais muito próximas para averiguar se as órbitas correspondentes apresentaram divergência exponencial, a habitual assinatura do caos.
Por último, demosntrem-me como é que estes cálculos (http://www.geocities.com/lemagicien_2000/mathpage/calcorb/calcorb.html#t6) podem confirmar que há um dia perdido? Como é que há um cálculo desses nas minhas sebentas de cosmologia? Gostava de saber!

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3 comentários:

natenine disse...

Pelo que tenho lido esse não é um bom argumento a favor do Criacionismo, se é que é um argumento a favor deste.
O meu design de layout fui eu que fiz, e alterei o html do blog.

Dário Cardina Codinha disse...

Já li livros que usavam este argumento e muito a favor.
Depois fui reparando que tal não era possível, investiguei mais um pouco e acabei por postar.
O Anónimo do teu blog deve ser um bocado doente, não?

natenine disse...

o anonimo que andou la no meu blog era meio estranho era.

04/05/2007

Terceira estória parte IV

O artigo publicado na edição de Julho de 1989 na revista "Bible-Science Newsletter" reportou que
Dr. Bolton Davidheiser escreveu para o escritório da NASA em Greenbelt, Maryland, onde o fato supostamente ocorreu. Eles responderam que não sabiam nada sobre o senhor Harold Hill e não podiam corroborar as referências sobre o "dia perdido"... No concludente parágrafo da carta da NASA lê-se: ‘Apesar de fazermos uso de posições planetárias como fator necessário para a determinação das órbitas das naves espaciais em nossos computadores, não descobrimos que nenhum astronauta ou cientista espacial em Greenbelt estivesse envolvido na estória do "dia perdido" atribuída ao Sr. Hill’ (Bartz, 1989, página 12).
"Computadores não são máquinas mágicas que podem adivinhar coisas que estão escondidas das pessoas. Maravilhosas como elas são, estão limitadas aos conhecimentos que damos a elas. Computadores dependem de nós para adquirirem conhecimento. Enquanto um computador pode ser usado para gerar um calendário, desde hoje até uma data distante no passado, o que não é uma prática incomum, um computador não pode nos dizer se algum tempo está faltando ou não. Na verdade, o computador teria que ser programado com todo tipo de ajustes, considerando várias mudanças no calendário ocidental, sobre os últimos dois mil anos. Simplificando, a estória é tecnicamente impossível, não interessando quão sofisticado seja seu computador" (1989, página 12).

Só a partir dos anos 80 do séc. XX é que foi possível, com a utilização de sofisticadas integrações numéricas, baseadas em algoritmos feitos a pensar nos computadores que então se desenvolviam, calcular órbitas planetárias ao longo de milhões de anos. O processo foi lento, uma vez que estes cálculos são muito exigentes tanto técnica como computacionalmente. Contudo, ao longo dos anos foi sendo possível levar estas integrações cada vez mais longe no tempo, ao ponto de hoje já se estudar a evolução de órbitas planetárias em tempos mais longos do que a própria idade do sistema solar.
Essencialmente, estas integrações a longo termo mostraram que as ressonâncias são o mecanismo principal do caos lento: pequenos efeitos cumulativos podem resultar em perturbações significativas que levam a comportamentos irregulares nas órbitas dos planetas. Um dos pioneiros destas integrações foi Jacques Laskar, quem primeiro integrou o sistema solar, excluindo Plutão, para um intervalo de tempo de 200 milhões de anos, e analisou nesta escala de tempo as variações dos elementos orbitais relevantes para a configuração global do sistema: excentricidade, inclinação do plano orbital e tamanho da órbita de cada planeta. O algoritmo permite também a detecção de caos, por exemplo lançando várias condições iniciais muito próximas para averiguar se as órbitas correspondentes apresentaram divergência exponencial, a habitual assinatura do caos.
Por último, demosntrem-me como é que estes cálculos (http://www.geocities.com/lemagicien_2000/mathpage/calcorb/calcorb.html#t6) podem confirmar que há um dia perdido? Como é que há um cálculo desses nas minhas sebentas de cosmologia? Gostava de saber!

3 comentários:

natenine disse...

Pelo que tenho lido esse não é um bom argumento a favor do Criacionismo, se é que é um argumento a favor deste.
O meu design de layout fui eu que fiz, e alterei o html do blog.

Dário Cardina Codinha disse...

Já li livros que usavam este argumento e muito a favor.
Depois fui reparando que tal não era possível, investiguei mais um pouco e acabei por postar.
O Anónimo do teu blog deve ser um bocado doente, não?

natenine disse...

o anonimo que andou la no meu blog era meio estranho era.

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