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Revolução Científica do Séc. XVII - PARTE II

Na Idade Média a posição dominante da filosofia é fortemente contestada pela fé e crença e posteriormente pela teologia. Esta contestação começa inicialmente pelos danos que tal atitude poderia causar à alma, confrontando constantemente a religião, como tal, a ciência não passava para muitos de um jogo supérfluo ou diabólico. Importante era o conhecimento das coisas divinas, onde a razão se mostrava importante e só a graça de Deus poderia ajudar.

A filosofia medieval perde o sentido da pesquisa e da reverência tão característico dos gregos: sobrevivendo em circunstâncias extremamente duras e precárias, mantida sob tutela pelos agentes culturais da época, agarrou-se desesperadamente aos textos antigos que eregiu em dogmas venerandos e quase sagrados.

A filosofia ou melhor a especulação filosófica ganhou um novo lugar na interpretação e comentário do texto, na recuperação do saber antigo agora ao serviço da fé cristã.

Como consequência dos confrontos e discussão entre fé, espírito e filosofia surge o renascimento e o humanismo.

Nos séc. XV e XVI é a chamada crise de mudança: do nada não se consegue libertar da visão mística da natureza, a alquimia, a magia e ou ciências ocultas crescem por todo o lado; do outro, novos e vigorosos progressos são feitos no campo do saber, especialmente no campo da física e da matemática.

Deste modo alguns filósofos dedicam-se simultaneamente às questões da ciência e da filosofia como Descartes, Locke, Espinoza, Leibniz.

«A partir do momento em que se estabelece um tipo de explicação dos fenómenos que assenta num tipo de prova diferente da mera coerência interna, e do resto por vezes aparente, do raciocínio, um tipo de prova apta a decidir realmente a verdade ou a falsidade de uma proposição que esta seja susceptível de ser infinitamente posta em questão – então o pensamento simplesmente verosímil, convincente, hábil, por mais genial que seja, muda de posição dentro da topografia do saber. Ou antes, perante o saber ela assume a categoria de interpretação».


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22/09/2006

Revolução Científica do Séc. XVII - PARTE II

Na Idade Média a posição dominante da filosofia é fortemente contestada pela fé e crença e posteriormente pela teologia. Esta contestação começa inicialmente pelos danos que tal atitude poderia causar à alma, confrontando constantemente a religião, como tal, a ciência não passava para muitos de um jogo supérfluo ou diabólico. Importante era o conhecimento das coisas divinas, onde a razão se mostrava importante e só a graça de Deus poderia ajudar.

A filosofia medieval perde o sentido da pesquisa e da reverência tão característico dos gregos: sobrevivendo em circunstâncias extremamente duras e precárias, mantida sob tutela pelos agentes culturais da época, agarrou-se desesperadamente aos textos antigos que eregiu em dogmas venerandos e quase sagrados.

A filosofia ou melhor a especulação filosófica ganhou um novo lugar na interpretação e comentário do texto, na recuperação do saber antigo agora ao serviço da fé cristã.

Como consequência dos confrontos e discussão entre fé, espírito e filosofia surge o renascimento e o humanismo.

Nos séc. XV e XVI é a chamada crise de mudança: do nada não se consegue libertar da visão mística da natureza, a alquimia, a magia e ou ciências ocultas crescem por todo o lado; do outro, novos e vigorosos progressos são feitos no campo do saber, especialmente no campo da física e da matemática.

Deste modo alguns filósofos dedicam-se simultaneamente às questões da ciência e da filosofia como Descartes, Locke, Espinoza, Leibniz.

«A partir do momento em que se estabelece um tipo de explicação dos fenómenos que assenta num tipo de prova diferente da mera coerência interna, e do resto por vezes aparente, do raciocínio, um tipo de prova apta a decidir realmente a verdade ou a falsidade de uma proposição que esta seja susceptível de ser infinitamente posta em questão – então o pensamento simplesmente verosímil, convincente, hábil, por mais genial que seja, muda de posição dentro da topografia do saber. Ou antes, perante o saber ela assume a categoria de interpretação».

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