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desde (quase) o início: Fase planetária

Fase planetária
No espaço faz frio e os átomos são raros, na novas moléculas são frágeis e estão sob ameaça de raios cósmicos e radiação UV. É preciso um abrigo. A natureza vai inventar um abrigo. Um ambiente sem muito calor nem muito frio, denso, que facilite os contactos e que proteja dos raios letais cósmicos: Um planeta.
O calor tem um papel dominante na vida dos planetas: qual é a origem desse calor? 1º - violência dos choques da chuva meteórica; 2º - radioactividade natural dos átomos instáveis na nebulosa inicial (urânio e tório).
Quanto mais maciço o planeta maior o seu calor inicial. A lua, 80 vezes mais leve que a Terra, extinguiu as suas reservas de calor em 3 milhões de anos. Marte ainda tem algumas reservam como testemunham os seus raros vulcões.
A quase totalidade da matéria universal é gasosa. A fracção sólida é de cerca um milionésimo do universo e a fracção líquida é mil vezes inferior. A água líquida é mais rara à escala cósmica que ouro na Terra.
O poder de dissolução da água permite integrar grandes quantidades de moléculas estranhas, os contactos entre moléculas são prolongados: a água é um potente auxiliar da organização.
Reaparece a construção fotoquímica mas em condições muitos favoráveis:
1º - A fraca radiação UV das estrelas distantes é substituída pela do Sol, há também o potente efeito ionizante dos relâmpagos;
2º - A densidade das moléculas é muito mais elevada que no espaço;
3º - Este acréscimo de população aumenta a possibilidade de encontros e ligações;
4º - A temperatura, que era de algumas dezenas de graus no espaço, agora é de centenas.
5º - As gigantes vagas oceânicas misturam as moléculas nas águas, que as protegem das radiações ionizantes.
Numa experiência em que põe num sistema fechado água líquida e gases da atmosfera inicial, com eléctrodos para efectuar descargas eléctricas. A água adquire uma cor acastanhada onde se encontram açúcares, álcoois, gorduras e ácidos aminados: substâncias orgânicas. Pensava-se que estas substâncias orgânicas só podiam ser produzidas por seres vivos.
Através de catálise formam-se moléculas capazes de quebrar o álcool ou açúcar e sugar a sua energia: é o começo da alimentação. Esta energia capturada poderia servir para rebentar em moléculas mais pequenas. Neste caso é um fracasso: os fracassos são eliminados, os êxitos persistem e abrem a via a novas aventuras
Com a ajuda de ganchos atómicos, moléculas podem associar-se a moléculas fgordas, criando uma capa impermeável. Algumas membranas possuem a propriedade de deixar entrar certas moléculas e excluir outras: tornam-se selectivas. Se, no seu interior, se encontrar um enzima, para quebrar os açúcares e libertar a sua energia ver-se-ão resíduos a sair para o exterior do sistema: é a primeira digestão(realizado em experiências laboratoriais).
Com a multiplicação dos sistemas consumidores, as reservas de energia oceânica são gastas. O progresso ficou ameaçado... até aparecer uma molécula especial, antepassado rudimentar da clorofila, que capta a energia dos fotões solares.

"Um pouco mais de azul", Humberto Reeves

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14/09/2006

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Fase planetária
No espaço faz frio e os átomos são raros, na novas moléculas são frágeis e estão sob ameaça de raios cósmicos e radiação UV. É preciso um abrigo. A natureza vai inventar um abrigo. Um ambiente sem muito calor nem muito frio, denso, que facilite os contactos e que proteja dos raios letais cósmicos: Um planeta.
O calor tem um papel dominante na vida dos planetas: qual é a origem desse calor? 1º - violência dos choques da chuva meteórica; 2º - radioactividade natural dos átomos instáveis na nebulosa inicial (urânio e tório).
Quanto mais maciço o planeta maior o seu calor inicial. A lua, 80 vezes mais leve que a Terra, extinguiu as suas reservas de calor em 3 milhões de anos. Marte ainda tem algumas reservam como testemunham os seus raros vulcões.
A quase totalidade da matéria universal é gasosa. A fracção sólida é de cerca um milionésimo do universo e a fracção líquida é mil vezes inferior. A água líquida é mais rara à escala cósmica que ouro na Terra.
O poder de dissolução da água permite integrar grandes quantidades de moléculas estranhas, os contactos entre moléculas são prolongados: a água é um potente auxiliar da organização.
Reaparece a construção fotoquímica mas em condições muitos favoráveis:
1º - A fraca radiação UV das estrelas distantes é substituída pela do Sol, há também o potente efeito ionizante dos relâmpagos;
2º - A densidade das moléculas é muito mais elevada que no espaço;
3º - Este acréscimo de população aumenta a possibilidade de encontros e ligações;
4º - A temperatura, que era de algumas dezenas de graus no espaço, agora é de centenas.
5º - As gigantes vagas oceânicas misturam as moléculas nas águas, que as protegem das radiações ionizantes.
Numa experiência em que põe num sistema fechado água líquida e gases da atmosfera inicial, com eléctrodos para efectuar descargas eléctricas. A água adquire uma cor acastanhada onde se encontram açúcares, álcoois, gorduras e ácidos aminados: substâncias orgânicas. Pensava-se que estas substâncias orgânicas só podiam ser produzidas por seres vivos.
Através de catálise formam-se moléculas capazes de quebrar o álcool ou açúcar e sugar a sua energia: é o começo da alimentação. Esta energia capturada poderia servir para rebentar em moléculas mais pequenas. Neste caso é um fracasso: os fracassos são eliminados, os êxitos persistem e abrem a via a novas aventuras
Com a ajuda de ganchos atómicos, moléculas podem associar-se a moléculas fgordas, criando uma capa impermeável. Algumas membranas possuem a propriedade de deixar entrar certas moléculas e excluir outras: tornam-se selectivas. Se, no seu interior, se encontrar um enzima, para quebrar os açúcares e libertar a sua energia ver-se-ão resíduos a sair para o exterior do sistema: é a primeira digestão(realizado em experiências laboratoriais).
Com a multiplicação dos sistemas consumidores, as reservas de energia oceânica são gastas. O progresso ficou ameaçado... até aparecer uma molécula especial, antepassado rudimentar da clorofila, que capta a energia dos fotões solares.

"Um pouco mais de azul", Humberto Reeves

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